PRÓLOGO

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Como são sábios aqueles que se entregam às           loucuras do amor!
Jo Cooke.


O sol era árduo e castigava os aldeões, eram tempos quentes e os homens de família estavam preocupados com a dura seca que atingiu o reino das torres, não só reino das torres mas todos os sete reinos que o rei Edmund comandava.

Apesar de calorosos, eram tempos sombrios, os reinos estavam em guerra por riquezas e poder, uma muralha fora construída em torno do reino.

Mas para Penelope, que era apenas uma garotinha de sete anos a vida ainda era bela e ensolarada, a garotinha de cabelos de fogo não tinha com o que se preocupar, a não ser com suas bonecas de pano que Aurora e Aria, suas irmãs gêmeas, escondiam debaixo da cama.

Viver na vila para Penelope era o suficiente, ela brincava nos campos, aprendia a fazer pães e bolos com sua mãe Portia, aprendia sobre artesanatos com sua tia Cora e brincava com seus irmãos e primos, Penelope amava fazer montinhos com as folhas secas que caiam das árvores para depois se jogar no meio delas, era sua brincadeira favorita, no fim da noite quando Portia a colocava na cama com suas irmãs, Penelope sabia que não precisava de mais nada.

Seu pai, no entanto, se foi muito cedo para a guerra que nunca era piedosa.

Mas seu tio Arthur, irmão de sua mãe, sempre esteve presente.

Para Penelope que ainda era uma garotinha, tudo era simples.

-Mamãe, acha que eu vou viver um grande amor, como você e o papai? - a garotinha de cabelos de fogo perguntou enquanto a mãe a cobria com seu manto verde musgo.

-É claro que sim minha garotinha, você viverá o mais belo de todos os amores - Portia deu um beijinho na testa da filha sorrindo - Mas você ainda é só uma menina, tudo que precisa fazer é brincar e ser feliz.


Não muito longe da vila, dentro dos muros do castelo havia um jovem príncipe, mas diferente de Penelope, o pequeno príncipe Colin de dez anos não teve uma infância feliz brincando nos campos e bosques, Colin sempre fora ensinado desde que nasceu que deveria se portar como o futuro rei do reino das torres, que seu destino seria casar com a princesa Sarah e servir seu destino.

Cresceu aprendendo a manusear uma espada, comandar um exército, ler mapas, participar de reuniões de conselhos. Cresceu aprendendo que poder era tudo que se podia ter na vida, sem brechas para sentimentalismo ou piedade.

O garoto cresceu entre os muros do castelo, cercado por guardas, impedido de ter contato com muitas pessoas, cercado de tutores sempre lhe dizendo que fazer, como fazer e quando fazer. Sobre a supervisão do pai o grande rei Edmund que tinha uma postura dura e muita das vezes impiedosas.

Colin não tinha escolhas.

Mas apesar de toda essa energia massante, Colin tinha uma alma bondosa como de sua mãe Violet, que sempre que podia dizia ao filho o quanto ela o amava mais do que tudo no mundo, o quanto ela era grata por tê-lo e que tudo que ela queria era que o filho encontrasse a felicidade.

Então Colin sorriu ao se lembrar do que poderia ser felicidade, talvez a felicidade fora parecida com o que ele viu outro dia no bosque quando voltava de uma viagem de conselho com o rei.

Havia uma garotinha, de cabelos cor de fogo, bochechas rosas e a pele queimada de sol, ela estava fazendo montinhos de folhas secas, junto a ela mais outras duas garotinhas com o mesmo cabelo avermelhado, elas se jogavam no montinho de folhas secas e riam, como se fosse a coisa mais maravilhosa do mundo. Em especial a garotinha de bochechas robustas e rosadas era a mais feliz dentre as três.

Felicidade.

Para Colin aquela era a felicidade.

Seu semblante entristeceu, porque ele sabia que jamais poderia provar daquilo.

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Até o próximo capítulo 📖

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