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NICA BELLINE Roma | Itália
Zaiden e seus amigos ficaram nos olhando com julgamento estampado em seus rostos. O que eles pensam que está acontecendo aqui? Eles não estão pensando que eu e o Nico estamos…
— Sabia que aqui tem câmera Mancini? — Zaiden sorriu de forma presunçosa enquanto caminhava para mais perto de nós.
Nico sorriu de lado.
— Jura? — zombou e olhou pra mim — o que você quer dizer com isso? Porque é óbvio que eu sei que aqui tem câmera.
Zaiden desviou os olhos do meu irmão para mim e me olhou minuciosamente por alguns segundos antes de responder.
— Ela está usando uma camisa masculina, e certamente vocês devem ter trepado aqui! — falou com desdém.
Pelo canto do olho vi seus amigos olhando tudo com um sorriso nos lábios.
Merda!
Fiz menção de levantar mais o Nico segurou meu braço.
— Não precisa sair por causa deles — falou me fitando intensamente.
Eu não deveria, mas estou começando a ficar com medo do meu irmão. Ele percebeu que ainda estava segurando meu braço e me soltou rapidamente.
— Eu tenho que ir, preciso procurar a Billie! — sussurrei trêmula.
Ouvi a risada de escárnio do Zaiden.
— Uma boa putinha essa garota — o japonês idiota falou, arrancando risadas sinceras dos seus amigos.
— Babacas! — resmunguei entre dentes e peguei minha mochila e meu uniforme e a mochila da Billie também ciente que seis caras super bonitos incluindo meu irmão estão me encarando como se eu fosse um pedaço de carne.
Fui pro vestiário me trocar. Entrei em uma das cabines e liguei o chuveiro e tirei a camisa da Billie. Eu não acredito que o babaca do Zaiden pensou que eu transei com o Nico. Porra, eu sei que ninguém sabe que somos irmãos, mas porque pensar que estávamos fodendo só porque estávamos na água sozinhos? Ele tem uma mente fodida do caralho. Que ódio que eu tenho de você, Zaiden Novak.
E pra onde diabos a Billie foi? Quem estava no celular que fez ela correr daqui? Saí do box e peguei uma das toalhas que ficam ali e me enrolei em uma delas. Procurei algo que eu pudesse colocar a camisa molhada da Billie e encontrei um saco. Peguei o saco, coloquei a camisa dentro e olhei para a minha calcinha molhada. Não acredito que vou ter que vestir apenas a saia do uniforme sem calcinha por baixo.
Ouvi a porta ranger e me virei dando de cara com os olhos escuros do Zaiden me observando. O cabelo dele está molhado e caído na sua testa. Que porra ele está fazendo aqui? Aqui não é o vestiário feminino?
— Little girl! — ele falou com a voz um pouco rouca enquanto se aproximava sorrateiramente de mim, apertei a toalha mais forte em volta do meu corpo — pra uma novata tímida você foi bem rápida né? Eu imaginei que você estava de quatro pelo Mancini, mas não imaginei que seria na piscina. A Sienna poderia ver, sabia?
Pisquei diversas vezes afastando as lágrimas dos meus olhos. Ele sorria maleficamente como se isso tudo fosse a melhor coisa do mundo para ele. Parece que ele gosta de rebaixar os outros a ponto de somente ele se sentir superior e melhor.
Um monstro. É isso que ele é!
Comecei a me afastar para trás quando ele começou a chegar cada vez mais próximo de mim. Bati com as costas na parede e ele me encurralou olhando diretamente nos meus olhos.
— Escuta uma coisa Verônica Belline. Você não é ninguém, você não é nada além de uma morta de fome que entrou de penetra nesse colégio. Se alguém quiser te comer, é por pura diversão. Ninguém vai colocar um anel no seu dedo um dia e te chamar de esposa, o máximo que você irá conseguir ser é uma amante de merda que não terá mais nada que o pau de um homem rico e importante que jamais vai te tirar da vida nojenta que você vive.
Filho da puta!
Acertei meu punho em seu rosto e ele tombou para trás com o rosto contorcido de dor. Ele me fuzilou com um olhar mortal.
— Eu posso ser a pior amante do mundo, não sendo sua tá bom demais! — cuspi as palavras e peguei a minha mochila e minhas coisas e sai ouvindo ele me chamar de vadia.
Babaca, idiota do caralho.
Eu nunca vou odiar tanto alguém como eu odeio Zaiden Novak. Se ele me odeia sem motivo nenhum, eu o odeio ainda mais. O sentimento é recíproco.
·
— Você não imagina o que aconteceu hoje na empresa filha — mamãe fala enquanto coloca os pratos na mesa e eu estou igual um poste parada sem fazer nada — o patrão falou que tem um sócio, e quando esse sócio apareceu hoje eu podia imaginar ser qualquer um. Menos Maddox Mancini, dá pra acreditar?!
— É, é incrível! — falei olhando através da janela lembrando das palavras do Zaiden. Ele me fez sentir um lixo humano.
— Nica?! — mamãe tocou no meu ombro me encarando com preocupação — o que houve, meu amor?! Você parece distante. Está tudo bem?
Pisquei olhando para ela e assenti sorrindo amarelo para comprovar minha fala.
— Estou bem sim mãe, só o dia que foi cansativo! — menti.
Dona Maitê ficou me encarando, certamente não acreditando na minha conversa fiada.
— Vamos comer?! — mudei de assunto puxando a cadeira e sentando em seguida — o que você estava mesmo dizendo?!
Ela respirou fundo e sentou também.
— Nada filha, deixa pra lá — ela nos serviu e olhou para o relógio — hoje é sexta-feira, não vai sair para se divertir um pouco?!
Neguei com um balançar de cabeça.
— Não. Amanhã tem uma festa a fantasia na casa de um amigo da Billie e ela quer que eu vá, então se eu for eu não quero sair hoje.
— Entendi — ela bebeu um pouco de suco — e aquela sua amiga, como está?
— Mal. A Harley não vai aguentar firme se ela ficar grávida por causa de um estrupo. Vai ser muito difícil para ela — comentei lembrando o quão cabisbaixa ela está ultimamente.
— Essa menina devia fazer terapia, sabe? Os pais dela deveriam cuidar melhor dela e sempre dar a apoio em qualquer circunstância de sua vida — mamãe falou parecendo estar lembrando de algo.
Ela nunca comentou comigo sobre seu passado antes de conhecer o Maddox. Eu não sei o nome dos meus avós, não sei se tenho primos, tios, sobrinhos. Minha mãe parece carregar uma barra que ela só aguenta por minha causa. E é por isso que eu penso em dar uma vida melhor para ela um dia. Para ela não pensar que vai estar sempre desgastada fisicamente e emocionante também. Porque eu sempre irei estar ao seu lado independente do momento.
— Eu te amo, mãe! — segurei a mão dela olhando seus olhos castanhos escuro.
Ela sorriu emocionada.
— Eu também te amo minha filha, amo demais! — apertou minha mão forte.
Eu amo a senhora como nunca vou amar ninguém. Você é meu porto seguro e eu sinto que irei enfrentar momentos que exigirão muito de sua compreensão. Só espero que isso seja apenas intuição minha. Nada mais.
