Capítulo 20: Romeo and Juliet

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Pisquei os olhos.

A primeira coisa que vi, foram cabelos loiros.

— Meu Deus. Achei que estivesse morto.

Uma dor insuportável tomou conta de mim, mal conseguia respirar. Soltei um barulho que foi uma tentativa de dizer algo, mas saiu como um gemido.

— Não fale muito, acho que quebrou uma costela. Eu pesquisei.

Quis vomitar, achei que ia.

— Mas tirando isso, parece bem.

Percebi que estava na cama, Elowen me olhava de cima, os olhos vermelhos e curiosos em mim.

— Agh, Deus — resmunguei, tudo doía, respirar era um inferno. — Por que está me ajudando?

— Você é legal. Não é sua culpa o que os Romanoff fizeram.

Suspirei, sentindo minha boca seca, todas as minhas partes doendo.

— Aqui. Bebe isso.

Ela colocou a garrafa na minha boca e virou lentamente, me fazendo beber.

— Otto chutou você muito forte. Dormiu por dois dias.

Arregalei os olhos.

— Está brincando.

— Não. Natasha recusou os termos de Dreykov.

Eu olhei para ela, totalmente surpreso. Meus olhos se encheram de lágrimas, e ouvi meu coração se quebrar de novo. Olhei para cima, sem acreditar no que ouvia.

Sua voz ficou distante, só restou a dor. Não consegui dizer nada.

— Mas ela pediu outros termos mais brandos, por isso não te mataram.

Suspirei, sem acreditar. Não me importava se me matassem agora. Não seria pior que aquela dor que estava sentindo, e não me referia à costela quebrada.

É óbvio, Natasha não podia me trocar por sua casa. Sua história. Seu castelo inteiro. Eu pedi para que não fizesse isso, implorei.

E era melhor que não tivesse feito.

Assim ela estaria segura. Viva. Ninguém tocaria um dedo nela.

Mas eu sabia que os Dreykov não iriam aceitar outros termos. Eles iriam me matar.

Lágrimas rolaram pela lateral do meu rosto, e Elowen me olhou esquisito.

— Você ama ela?

— Amo.

— E ela não te ama de volta.

— É, eu acho que não.

— Eu nunca me apaixonei — sussurrou. — Morri sem nunca amar ninguém.

Olhei para ela.

— Você foi assassinada, Elowen. Mas não precisa ficar com eles. Não precisa ser uma Dreykov, pode fugir, ir fazer uma vida diferente para si mesma. O mundo é muito grande, e você claramente não é ruim como eles.

Ela engoliu em seco.

— Tenho muito medo.

— Eu também tenho. Mas temos que fazer as coisas mesmo assim.

Ela me olhou profundamente, também tinha lágrimas nos olhos. Mas então, se virou e saiu, em alta velocidade, fechando a porta atrás de si.

(...)

Me mover era uma dor terrível, mas com o passar das horas, eu me acostumei. Consegui ficar imóvel o suficiente para evitar a dor, embora respirar se assemelhasse a ser empalado vivo.

Love Sucks - RomanogersOnde histórias criam vida. Descubra agora