Uma ideia que parecia brilhante

131 15 1
                                    


Draco fugiu para o próprio quarto, correu para o banheiro e vomitou. Voldemort ordenou que todos os comensais teriam que estuprar Granger. Ele não iria! Ele era um conquistador, sempre ganhava todos os concursos de mais gato e de melhor sorriso. Teve todas as garotas que quis sem nunca ter obrigado nenhuma delas a nada. 

Ele sentiu que teria que descer tão baixo se estuprasse uma pessoa, fosse ela quem fosse, que nunca mais conseguiria se reerguer. Nem mesmo se a guerra um dia acabasse, ele conseguiria voltar a ser quem tinha sido, quem poderia vir a ser... 

Tinha prazer em dar prazer para mulheres. Em vê-las se contorcendo de desejo, implorando por mais. Ele já tinha matado, já tinha torturado, mas estupro era um limite que se recusaria a ultrapassar. 

Ele sentiu raiva. Muita! Raiva de Voldemort, raiva do pai que nunca o protegia, raiva da mãe, sempre  tão apática, raiva de sua tia lunática, raiva dos amigos que tiveram o privilégio de continuar a vida de estudantes como se nada estivesse acontecendo, raiva de Granger por ser tão estúpida e se deixar capturar! 

Vomitou mais. Ele não queria ser escravo. Não queria ser um peão nas mãos daquele louco. E não queria estuprar ninguém. Ele precisava de um plano para escapar. Tinha pena de Granger, mas precisava pensar nele em primeiro lugar. Como se safaria daquele horror?

Sentou-se no chão do banheiro e tentou se acalmar e pensar numa saída. Snape não tinha dito sempre que ele era inteligente, brilhante e esperto? Ele mesmo não acreditava muito nisso, mas agora desejava ardentemente que o padrinho tivesse razão. Pensou em pedir ajuda a ele, mas não ia adiantar. O próprio Snape, como comensal  da morte, também seria obrigado a participar do estupro coletivo? 

Mas, antes de ele se acalmar, Bellatrix bateu na porta com impaciência.

- Draco, o Mestre quer te ver agora! Por que você saiu correndo daquele jeito? Sem pedir licença?! O que foi aquilo?! - ela berrava, envergonhada dele.

- Estava apertado para ir ao banheiro, tia. - mentiu.

- Não ouse mentir pra ele, Draco! Ele não admite nenhum tipo de traição. Anda, vamos lá!

No caminho para o escritório de Voldemort, Draco levantou suas paredes de oclusão e sufocou todos os sentimentos que o invadiram. Rapidamente, voltou a ostentar frieza e indiferença. Mas não foi fácil. O ódio que ele sentia por Voldemort era tão forte que ele teve, pela primeira vez na vida, vontade genuína de matar!

- Entre, menino. - Voldemort chamou. - Você pode me explicar o que aconteceu? 

Draco decidiu não usar a desculpa do banheiro. Ajoelhou-se e pediu perdão.

- Fiquei enojado, Mestre. Não quero tocar nela! Eu odeio aquela sangue ruim! Ela é horrível, ela é nojenta! Desprezo o sangue ruim dela! Me perdoe por essa fraqueza...

Ao contrário do que ele esperava, Voldemort sorriu.

- Aprecio muito a sua honestidade, jovem Draco. Posso entender a sua reação. Eu também tenho muito nojo de sangues-ruins. Mas você entende que essa tarefa odiosa é importante para que você demonstre a sua lealdade a mim?

Draco entrou em pânico. Agora ele não teria como escapar.

- Senhor... - ele teve a ideia de repente e falou quase sem pensar. - E se eu aproveitar o meu vexame para convencer Granger de que me importo  com ela? E se eu conseguir fugir daqui com ela como seu espião?

Era uma ideia boba, mas mesmo assim ele arriscou. Não tinha mais nada a perder. 

- Não é uma ideia ruim, menino. Mas você não disse que vocês se odiavam na escola? Como ela confiaria em você? 

- Eu posso convencê-la, senhor. Eu posso tratá-la bem enquanto ela for prisioneira aqui, levar uma comida melhor e fingir que estou fazendo isso escondido porque me importo. O que o senhor acha de adiar essa cerimônia de estupro e me dar tempo para colocar esse plano em prática?

Draco não acreditou quando Voldemort fez cara de que iria considerar a proposta dele.

- Você teve uma boa ideia, Draco. Ainda bem que puxou a inteligência dos Black... Vou te dar duas semanas. Você vai ser o guarda responsável por ela, dia e noite. Finja que está quebrando as regras, dê a ela algumas regalias, enfim, faça o  seu jogo. 

Draco suspirou fundo, mas conseguiu ocluir a expressão de alívio.

- Mas esse é também um teste para você, Draco. Eu não exijo tanto de você  por causa da sua idade, mas está na hora de ser cobrado como todos os outros comensais! No final de duas semanas, haverá o estupro. Mas os outros comensais  vão apenas assistir. Só você que vai estuprá-la.

Draco segurou-se com força na cadeira com medo de passar mal e vomitar de novo.

- Mas, senhor... se quero que ela confie em mim, como posso fazer isso com ela?

- É muito simples. Vamos simular que eu descobri que você a tratou bem. E aí, vou convocar a cerimônia com todos os outros comensais e vou obrigar você a estuprá-la. Você vai se recusar e te torturarei com crucious. Se você tiver sido bem sucedido no seu plano de ganhar a confiança dela, a sangue ruim estúpida tentará interceder por você e quem sabe até mesmo chegará ao extremo de aceitar o estupro para salvar a sua vida.  Mas se ela só assistir a sua tortura em silêncio, eu sinto muito, menino, sinto mesmo... mas você será torturado até a morte...  


O segredo da serpenteOnde histórias criam vida. Descubra agora