Diadema de Ravenclaw

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Fazia mais de três horas que Draco tinha aparatado. Hermione tentou não entrar em pânico, inspirando e expirando devagar. Se ele tivesse sido pego, Voldemort não o perdoaria. Quis parar de imaginar as torturas horríveis as quais ele seria submetido, mas não conseguiu.

No fim da tarde, quando a lanchonete trouxa já estava sendo fechada, ele apareceu com o mesmo sorriso sarcástico no rosto. 

Ela o olhou com alívio e ódio. Sentiu vontade de esmurrá-lo.

- Calma, Granger... tive problemas... entrar na mansão da tia foi fácil. O duro foi sair... Quando rasguei o cofre com a esmeralda, só tive tempo de tirar a taça de lá antes de ouvir um alarme terrível. Consegui sair do escritório antes de ela chegar acompanhada de vários comensais, inclusive meus pais. Eu me escondi na biblioteca deles por um tempo, até o caminho ficar tranquilo para sair pelo jardim. 

- Você acha que vão descobrir que você roubou a taça?

- Ah, eles descobriram na hora. A esmeralda que usei para arrombar a porta do escritório e o cofre deixa uma espécie de impressão digital mágica. Deve ser por isso que meus pais foram junto com ela pra lá... Agora sou oficialmente um traidor de sangue...

Ela o olhou com tristeza. Não deveria ser fácil ser renegado pela própria família.

- Quando eles fizeram a escolha deles de virarem capacho de tirano maluco, não pensaram em mim. Eu não vou pensar neles agora! - ele avisou, percebendo o olhar de pena dela. - Vamos, vamos para a floresta proibida de Hogwarts! Temos mais algumas horcruxes para destruir!

Eles aparataram numa árvore perto do castelo. Hermione olhou com saudade para a escola, imaginando se um dia conseguiria voltar, em tempos de paz, e concluir os estudos. Parecia um sonho distante, mas ela não desistiria. 

- Por que você quis vir aqui? - ela perguntou, enquanto ele cravava a varinha na taça. O veneno de basilisco que estava no lago fez seu trabalho e a taça foi destruída. 

- Porque nós temos uma chance de encontrar o diadema de ravenclaw... e, como você falou, pode ser outra horcrux! 

- Como vamos entrar em Hogwarts??? Ainda mais agora que todos os seus colegas sonserinos já devem ter sido avisados pelos pais da sua traição! Ah, não, Draco, vamos planejar primeiro antes de agir...

- Nós não temos tempo a perder! - ele teimou. 

Então, com um feitiço simples, ele envolveu os dois em uma nuvem esverdeada.

- Esse é um outro poder do lago - disse ele. Vamos ficar invisíveis por algumas horas. Foi por causa disso que consegui fugir da mansão Lestrange sem ser pego...

Hermione o viu desaparecer e ficar invisível.

- Eu posso segurar a sua mão para não nos perdermos, ou isso te causaria outro choque? - ela zombou e lamentou que não pudesse enxergar a expressão nos olhos dele.

Mas ele não disse nada. Segurou a mão dela e a guiou para os dormitórios da Sonserina. 

- Eu sei de uma lenda que contava que o barão sangrento tem alguma coisa a ver com o diadema - sussurrou ele. Tenho um plano para fazer ele confessar... Eu sei que é muito difícil para você, quase impossível na verdade, mas tenta ficar em silêncio enquanto eu falo com ele, tá?

Hermione bufou, mas ficou calada.  

Eles se aproximaram lentamente do retrato. O plano de Draco era ficar invisível e deixar as chamas verdes aparecerem para o retrato. O barão sangrento, quando viu as chamas verdes, se assustou:

- O que é isso? O que é isso? 

- Eu vim a pedido de Salazar Slytherin... - disse Draco, mudando a voz e apostando na antiga lenda que Snape contou para ele. - Ele já sabe toda a sua história trágica com a dama cinzenta... sabe que você assassinou Helena Ravenclaw e exige que nos conte onde está o diadema! 

O barão ficou muito impressionado com a chama verde que irradiava brilhos de esmeralda. Sabia que realmente deveria ser coisa de Salazar Slytherin. E estava farto de suportar esse segredo:

- Aquele que não deve ser nomeado a escondeu na sala onde tudo se encontra. É tudo o que sei. 

A sala precisa! Sem se despedir, Draco puxou Hermione para lá. 

- Temos que ser rápidos. Essa invisibilidade dura poucas horas... - preocupou-se ele, ao chegar à sala precisa.

Hermione fez a convocação do diadema e um monte de objetos mágicos apareceram. Eles passaram mais de uma hora tentando encontrar o diadema no meio do monte de quinquilharia e bugiganga sem valor.

- Esta sala deveria mudar o nome para "sala imprecisa" - reclamou Draco, cansado de procurar. 

- Pare de resmungar, furão! Eu achei! - exclamou ela, tirando o diadema do fundo de um baú prateado. 

Sem perder tempo, ele cravou a varinha no objeto. Para a surpresa de ambos, nada aconteceu. 

- Eu acho que precisa de um veneno mais forte... - concluiu ele e começou a bater no diadema com a esmeralda, tal como fez para arrombar o cofre da tia. 

- Deu certo! - comemorou Hermione ao ver o diadema se transformar em cinzas. - Se tivermos feito tudo direito, só falta uma horcrux: Nagini! 

- Temos que correr. - ele se preocupou ao ver que a varinha não estava mais com a luz verde. - eu acho que usei tudo o que peguei no lago! Não estamos mais invisíveis. 

Os dois fugiram depressa da escola. Tiveram a sorte de serem vistos apenas por Pirraça, que gritou para todos que eles estavam fugindo, mas não teve a atenção de ninguém. Pirraça era conhecido por suas brincadeiras sem graça. 

Quando chegaram à floresta, estavam sem fôlego. 

- Precisamos encontrar Harry urgentemente! - Hermione exclamou, enxugando o suor do rosto. - Ele precisa saber que só falta Nagini...

Draco sentou-se no chão e respirou profundamente. Não conseguia acreditar que os dois ainda estavam vivos depois de terem destruído duas horcruxes! 

O segredo da serpenteOnde histórias criam vida. Descubra agora