A taça de Helga Hufflepuff

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No dia seguinte, eles aparataram numa cidade do outro lado do país para decidirem o que fazer. Entraram numa modesta lanchonete trouxa. Estavam com muita fome.  

- Essas comidas de vocês são esquisitas! - reclamou ele, mordendo uma empada de frango e tomando um gole do refrigerante. - mas não são tão ruins...

- Vocês quem? Eu não sou trouxa. Sou nascida trouxa. - ela respondeu, colocando o canudinho no copo do Milkshake de chocolate.

- Nossa, te ofendi? - ele zombou, fazendo uma careta.

- Não. Sou filha de trouxas com muito orgulho. E não tenho frescura para comida como certas pessoas mimadas... - ela respondeu, de bom humor. 

Ficaram conversando por bastante tempo, quando ela, discretamente, tocou a mão dele e a apertou levemente. Ele se afastou na hora, como se tivesse recebido um choque. 

- É... me fala de novo quais são as horcruxes que vocês precisam achar? - ele perguntou, tentando disfarçar o constrangimento.

Hermione suspirou fundo. Era difícil dormirem juntos todas as noites sem se tocarem. Ele nunca deu abertura para conversarem sobre a evidente atração que sentiam um pelo outro. Parecia que, para ele, seria muito mais difícil separar o que fizeram porque foram obrigados do que poderiam fazer simplesmente porque queriam. Ela não insistiu.

- Sabemos que a taça de Helga Hufflepuff foi confiada à sua tia e ela provavelmente guardou no cofre dela. Quando fui capturada, invadindo o Ministério, estávamos querendo encontrar um jeito de entrar em Gringotts. Mas eu particularmente acho que isso é impossível, viu?

- É impossível mesmo! Mas eu acho que vocês podem estar procurando no lugar errado! 

Hermione empalideceu:

- Não me diga que esse tempo todo a taça estava escondida na sua mansão???

- Não, claro que não! Lá tem gente demais! Eu acho que ela escondeu no cofre da mansão Lestrange. Eu sei onde ele fica. A esmeralda que peguei no lago arromba qualquer porta...

- Não, Malfoy! Não vamos voltar para perto daquela gente nunca mais!

- Eu consigo entrar na casa dela, Granger. A entrada do flu está liberada para todos da família! 

- Mas, se você fizer isso, Voldemort vai descobrir a sua traição! 

Draco suspirou fundo.

- Granger... você achou mesmo que eu iria mandar as corujas anônimas que ele pediu?  Elas são rastreáveis... É questão de dias para ele descobrir de qualquer jeito que não sou um espião leal...

- Mas ele vai... vai matar você!

- Não vai, Granger! Sabe por quê? Porque nós vamos matar ele antes! Você vai ficar aqui na lanchonete. Eu volto em menos de uma hora...

O coração dela ficou apertado. Lembrou-se de que não teve tempo de se despedir de Harry e de Rony e não sabia se um dia se veriam de novo... Não queria correr o mesmo risco outra vez.

Aproximou-se dele, ficou na ponta dos pés e o beijou. Ele não correspondeu:

- Granger, você está confusa, sozinha, longe dos seus amigos, do seu namorado...

 - Rony não é meu namorado!

- Mas poderá ser um dia, não é?

Ela pensou um pouco:

- Eu achava que sim... Se um dia sobrevivêssemos à guerra... Mas agora, eu não sei se ainda quero...

- Você está confusa. É natural. Eu tenho que ir... 

- Você não vai me deixar te dar um beijo de despedida?

- Não! Porque eu vou voltar. Em menos de uma hora. Pode me cobrar! - ele sorriu, com o sorriso sarcástico e confiante que sempre exibia em Hogwarts. Ela não teve tempo de protestar antes de ele desaparecer. 

O segredo da serpenteOnde histórias criam vida. Descubra agora