Uma ajuda inesperada

105 15 0
                                    


Eles ficaram uma semana trancados dentro do quarto conspirando contra Voldemort e se recuperando de todo o trauma sofrido. Draco não quis conversar com os pais, com a tia e nem com nenhum dos comensais da morte e se recusou a abrir a porta para eles. Mas quando um dos elfos domésticos trouxe um bilhete de Voldemort, ele teve que sair. 

O lord estava com visita no escritório: era Snape. Draco fez um grande esforço para ocluir seus piores sentimentos. A vontade de tentar matar Voldemort, mesmo sabendo que era impossível enquanto pedaços da alma dele ainda existissem em horcruxes espalhadas pelo mundo, era quase irresistível.

- Tenho ouvido muitos boatos de que o garoto Malfoy não tem tempo nem de sair do quarto. Empenhado na missão de nos apresentar um show mais digno na próxima festa? - ele zombou maldosamente.

Draco não respondeu. 

- Estou brincando, menino! O Snape aqui já sabe do nosso plano. Eu disse que você está trabalhando como meu espião e precisa fingir que se importa com a sangue ruim.

Snape não esboçou nenhuma emoção. 

- Sim, Mestre. Inclusive já consegui algumas  informações exclusivas da Ordem para o senhor... Harry Potter está muito assustado e com medo de se encontrar com o senhor. Eles têm fugido por todo o país. Aquele dia que os encontramos no Ministério foi porque Potter tentou ajuda para sair do país sem ser pego pelas fronteiras mágicas que o senhor enfeitiçou.

Os olhos de Voldemort brilharam de contentamento:

- É exatamente a confirmação da informação que você me passou, Snape! É o que dá colocarem todas as esperanças nas mãos de crianças medrosas e patéticas.

Draco levantou as sobrancelhas discretamente. Foi assim que ele soube que Snape, apesar de ter matado Dumbledore, não traiu a Ordem completamente. Ou, por algum motivo muito obscuro, ele queria derrotar Voldemort. Draco também queria. Estavam juntos nessa, ainda que nunca falassem sobre isso. 

- O plano é o seguinte: no dia da festa, quando todos estiverem reunidos no salão, vou deixar um ponto de aparatação aberto na biblioteca. Você a leva para lá, inventa uma boa desculpa, e foge. Os outros só vão descobrir quando vocês demorarem demais para aparecer. Eu quero que você me mande uma coruja anônima semanal me contando tudo o que descobrir, certo? Espero que seja uma missão rápida e você me traga Potter o mais depressa possível. Se você for bem-sucedido, será promovido a meu braço direito, com todos os privilégios e regalias do cargo... 

Draco fingiu ficar emocionado, ajoelhou-se e agradeceu:

- Não vou decepcioná-lo, mestre. 

Snape fez um cumprimento discreto a ele, mas não disse uma única palavra. Draco queria muito conversar com ele, mas sabia que era arriscado. 

No dia da festa, ele explicou o plano para Hermione. Não escondeu nada.

- Voldemort achou que você estava fingindo aquele dia que não queria obedecer para me impressionar? Ele não entende muito de sentimentos humanos! O ponto fraco dele é subestimar todo mundo... - ela concluiu quando soube que Voldemort acreditava que Draco seria seu espião.

- Ele é tão burro que eu apenas repeti o que ele mesmo perguntou a você quando você foi pega: confirmei que Potter está fugindo dele como um rato. Isso afaga o ego dele e confirma suas crenças de que ele é o bruxo mais poderoso que existe... Ele se cerca de puxa-sacos vassalos que só o adoram e nunca fazem uma crítica, ainda que construtiva. A arrogância vai derrubá-lo.

- Tomara que sim. - suspirou Hermione, aliviada por eles terem conseguido achar uma saída daquele inferno. - Para onde nós vamos primeiro? Não temos como saber onde Harry e Rony estão...

Draco ainda não tinha se decidido. Mas, na véspera da fuga, ele recebeu uma coruja anônima com a foto de uma serpente. Sabia que era de Snape.

- Já sei pra onde vamos. - ele disse, sorrindo. - Já ouviu falar no segredo da serpente? 



O segredo da serpenteOnde histórias criam vida. Descubra agora