minha vida é um filme

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TETO POINT OF VIEW
Gisele. Que nome bonito do caralho. E ela era ainda mais bonita do que me lembrava, por mais que a situação fosse longe de ser boa, parecia até coisa de filme a gente se reencontrar...

Dizem que minha vida é um filme, oh no
Que cena, hein
Sensação sublime

Subo no palco e sou preenchido por essa sensação sublime que tanto canto sobre. A vibe da galera, cantando minha arte e pulando na maior energia, era inexplicável. Toda a vez parecia a primeira. Independente do tamanho da plateia e do espaço, era sempre como a primeira vez. O show foi fluindo e, a medida que as músicas iam passando e o final se aproximando, aos poucos me lembrava da garota que me aguardava no camarim, geralmente eram algumas groupies siliconadas loucas por sexo, nesse caso, nem cheguei a pensar se eu saberia o que fazer para ajudar depois da situação absurda que a mina passou. 
Nolly: Baita show, parceiro.-ele fala, me cumprimentando assim que desço do palco, ainda anestesiado pela adrenalina- Mas, me fala, qual é a da mina no camarim?
Eu: Ãhn..ela...-gaguejo, tentando procurar palavras para dizer quem era ela, já que eu não sabia, e qual exatamente era a dela- Deixa comigo, falou?
Nolly: Tá na mão.-ele diz, sem contestar, apenas voltando para suas típicas atividades pós show com os contratantes, que, após o que rolou com a Gisele, deixei claro que preferia distância. Enquanto eu me direcionava de volta ao camarim, onde esperava encontrar a garota tão transtornada quanto a que tinha deixado ali antes do show. A surpresa foi entrar e encontrar a baixinha deitada no sofá entre risadas com o Guilherme, meu segurança de quase 2 metros que, eu acho, nunca ter visto nem sorrir.
Guilherme: Garota, você é marrenta,ein?-ele diz, dando risada, até se dar conta da minha presença e se levantando, prontamente, voltando a posição de segurança- Desculpa, chefe.
Eu: Que isso, cara, fica em paz, novidade ver você rindo.-digo, sorrindo e me juntando a eles- Que que tava contando pro meu segurança, marrentinha?
Gisele: Tava contando pra ele sobre o chute que dei no moleque antes de fugir.-ela diz, timidamente, se sentando e cruzando as pernas. Belas pernas, e tatuadas, a propósito, curti- Obrigada por me deixar aqui, odiei perder seu show, mas... estou bem melhor.
Guilherme: E ela é tua fã mesmo, tá ligado?-ele conta, deixando Gisele vermelha de vergonha, ou de raiva- Cantou todas e só sabia reclamar que não podia assistir.
Gisele: Guilherme! Seu traidor!-ela exclama, ok, era de raiva mesmo, apenas dou risada, mais aliviado da situação estar melhor do que quando eu tinha saído-Você disse que não ia contar!
Eu: Não tem segredos na 30.-brinco, dando uma piscadela de cúmplice para Guilherme, que balança a cabeça, concordando. Faço sinal para que ele me alcance meu kit para bolar um beck enquanto me sentia milimetricamente analisado pela garota em minha frente- Eai, me conta qual foi da fita, se você estiver de boa, clar...
Gisele: Tá tudo bem.-ela me corta, colocando uma mecha do longo cabelo escuro para trás da orelha-Eu cheguei na cidade faz uns dias, como tu já sabe...
Eu: Tu? É gaúcha, pô?-a olho, o sotaque dela realmente era bem diferente, mas ainda não tinha reconhecido da onde ela era, mas o "tu" entregou. Ela da um sorrisinho e concorda, certamente tinha ouvido um monte de paradas como essa nesses primeiros dias na cidade.
Gisele: Aí, por acaso, conheci umas gurias da minha faculdade...-gurias, que sotaque gracinha, véi- que estavam participando da organização desse rolê todo e me colocaram para dentro, uma delas é colega desse moleque aí, filho do dono, trocamos uma ideia e ele me chamou... ah, na real que eu viajei em confiar num cara que nem conheço, eu nem queria ficar com ele, para início de conversa...
Eu: Ow, para com isso, tá maluca?-falo, sério, talvez até sério demais, porque ela arregala os olhos ao se calar-Esse moleque foi um doente, ele não tinha o direito, tá ligado?
Gisele: Eu sei, você tem razão.-ela cede, se retraindo um pouco no sofá, cruzando os braços, pensativa.
Eu: Cê fuma?-ofereço e ela aceita, puxando o baseado até os lábios- Eai, e suas amigas? Já falou com elas?
Gisele: Falei, mais ou menos.-ela diz e eu a encaro, com as sobrancelhas arqueadas- Não falei que o amigo delas é um nojento, mas tranquilizei elas, disse que me senti mal e fui embora. Acho melhor assim.
Eu: Acha mesmo?-pergunto e ela me olha,confusa- Não acho justo você perder sua noite por esse otário, já basta perder o show do Tetin...
Guilherme: Uma perda e tanto...
Gisele: Hm...-ela parecia tentada, mas pensativa. Não tinha muitos planos para aquela noite pós show, mas podíamos descolar algo daora em um piscar de olhos, não sei se era bem o clima ideal, mas me sentia responsável por pelo menos compensar essa merda toda, tipo, pô, ela acabou de chegar numa cidade nova, passou maior barra, conhece poucas pessoas.. e é minha fã, não custa dar uma força, né?-Obrigada mesmo, Teto, é que não sei se to no clima pra festa agor...
Eu: E quem falou em festa? Dá um rolezinho comigo, tranquilo, o que cê acha? Bora, vai ser legal e te deixo sã e salva em casa!-peço, a olhando, sorridente, segurando sua mão mais próxima- Eu prometo.
Gisele: Tá. Bora.

GISELE POINT OF VIEW

Você
amiga, tô largando, não estou me sentindo bem, acho que bebi demais...
mas fica tranquila, chamei um uber, tudo certo

AnaLiz
Cadu acabou de colar aqui
Fernanda perguntou de você e ele se fez de maluco
qq tá pegando?

Você
amanhã a gente se fala ok?
obrigada pela preocupação Liz
mas pode ficar de boa e curtir o show

AnaLiz
ta bom...
avisa quando chegar em casa
e me liga amanhã
adoro tu

Nolly: Foi bom te conhecer, marrentinha!-ele diz, fechando a porta da van logo que nos deixa na frente do prédio do Teto. Depois de aceitar o seu convite, ele me apresentou pro resto da equipe que o acompanhava nesse show, mesmo acompanhando o trabalho dele, nunca tinha me ligado em quantas pessoas estavam envolvidas nos bastidores, e muitas pessoas legais! Viemos o caminho na van contando pro Nolly e o pessoal o que tinha rolado, com alguns detalhes constrangedores comentados pelo Guilherme e o próprio Teto. Cara, ainda não conseguia acreditar no que estava vivendo. De todas as formas e jeitos que achei que conheceria o Teto, jamais cogitaria um começo tão ruim com um final tão... bom, a noite ia ser longa, mas de qualquer forma, ele fazia eu me sentir tão à vontade que as expectativas eram boas. Aqueles filmes que você nem imagina o final mas sabe que vai ficar tudo bem, sabe?

Flashback on
Guilherme: Aí ela me contou que deu uma JOELHADA nas bolas do cara, mano!-ele conta, ainda incrédulo que não precisa ter dois metros que nem ele para derrubar um homem.
Teto: Fela da puta......-ele geme, com as mãos nas calças como quem tivesse acabado de sentir a dor da joelhada em si, fazendo geral da van cair na risada- Mas merecido, foi brabona.
Nolly: Papo reto, marrenta demais.-eai o apelido colou.
Flashback off

Teto: Tá pronta pra melhor noite da tua vida?-ele pergunta, atraindo minha atenção ao tirar um molho de chaves do bolso da calça e me guiando até a garagem do prédio.
Eu: Sinceramente?-pergunto e ele balança a cabeça, concordando, animado-Acho que não.
Teto: Cê é difícil, ein?-ele fala, me fazendo rir. Descemos juntos até a garagem, que mais parecia uma exposição de carros chiques, tentando desviar e evitar quaisquer possíveis acidentes com carros que possam valer um rim, ou dois, chegamos a uma vaga com três carros, um mais extravagante que o outro, então, ele me olha com um sorriso travesso nos lábios-Qual você prefere?

 Descemos juntos até a garagem, que mais parecia uma exposição de carros chiques, tentando desviar e evitar quaisquer possíveis acidentes com carros que possam valer um rim, ou dois, chegamos a uma vaga com três carros, um mais extravagante que o ...

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FLOW ESPACIAL (Teto,30praum)Onde histórias criam vida. Descubra agora