groupies

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GISELE POINT OF VIEW
Fer: Gi, trouxe aquele seu gloss de ontem?
Eu: Claro, tá na bolsinha rosa.
Ana: E eu trouxe aquele rímel que compramos ontem!-ela anuncia, entrando no quarto com três skol beats recém abertas.
Eu: Perfeito, já passa pra cá. Com uma beats junto.-peço e ela me entrega meus pedidos. Estávamos as três na casa da Fernanda nos arrumando para o rolê das atléticas da Unifor. Desde que nos conhecemos há dois dias na praia, não nos desgrudamos mais. Assim que confirmada minha presença na festa, já criamos um grupo no WhatsApp e combinamos de nos encontrarmos logo no dia seguinte para passearmos e comprarmos roupas novas. As coisas estavam rolando tão rápido e fluindo tão bem, que já estava achando que, de fato, Fortal tinha certa magia.
Fernanda: Cadu tá me perguntando quem é a branquinha...-ela fala, mostrando o chat com um menino respondendo o story que ela tinha postado nos close friends há alguns minutos atrás, me olhando pelo espelho com um sorriso travesso nos lábios.
Ana: Ih, Gi, foge que esse cara é furada.-ela fala, sem tirar os olhos do reflexo enquanto passava gloss.
Eu: Quem é Cadu?
Fernanda: Meu veterano.-ela conta, esticando o celular com o perfil do cara aberto, tá, um gato- O pai dele é dono da boate que vai rolar o show. Podre de rico.
Ana: E metido.-ela completa.
Eu: Mediciner.-digo, dando de ombros e Ana concorda, o que sabíamos que ia irritar a Fernanda.
Fer: Ei!-não disse?- Tá, ele é paia mesmo... mas se for só uns beijinhos, é dentro, vai.
Eu: É, é, vamos ver...
Ana: Nem vem, você precisa aproveitar, terminou faz mó tempão!-ela exclama e eu me amaldiçoo por ser tão tagarela a ponto de contar, em partes, sobre meu término-nem mais tão recente, porém ainda sim bastante doloroso-com o Rafael.
Fer: Uns beijinhos só, vai te fazer até bem!
Eu: Tu acabou de dizer que o cara não presta, Fernanda!
Fer: Mas é um gato, véi.
Ana: É, ele é.-é, ele era mesmo. Aparentemente alto, moreno, bigodinho na régua, olhos escuros... mas não sei se valia a pena, visto a fama que o acompanhava.
Eu: Mas e vocês? A tal da Cecília não vai?-pergunto, olhando para Liz pelo espelho. Ana Liz se identificava como bi, pelo que me contou, as vezes curtia mais mulheres, as vezes homens, mas no momento, estava caidinha por uma caloura da psico, essa tal de Cecília. Enquanto a Fernanda não tinha aberto muito o jogo sobre a vida amorosa, pelo que a Ana diz, ser doutora ocupa muito o tempo dela e acredito que seja verdade.
Ana: Ah, sei lá, ela disse que tava louca pra ir, ai do nada implicou que eu estava dando em cima de uma colega dela e já ficou de cara... garota doida.
Fer: E tu se amarra nessas, né?-ela implica, retocando o blush.
Ana: Lógico.-ela responde, como se fosse óbvio, terminando de beber sua beats- Essas eram as últimas, acho que está na hora de irmos.
Fernanda: Por mim, to pronta.
Eu: Eu também!-digo, me levantando do tapete em frente ao espelho do armário da Fer que usava para me maquiar e analisando pela última vez meu look, não sabia se era bom o bastante para a ocasião.
Ana: Tá gatissima.-ela diz, me cutucando de leve, como se lesse meus pensamentos-Bora?

-ela diz, me cutucando de leve, como se lesse meus pensamentos-Bora?

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***

Diego: Tá, mas que horas esse tal de Teto vai subir no palco, afinal?
Fer: Umas três e meia.
Pedro: SEIS E MEIA? Sai fora, vou estar correndo pelado na rua essas horas se continuarmos bebendo assim até ele subir no palco.
Cadu: TRÊS e meia, moleque surdo!-ele corrige, batendo na cabeça do amigo e fazendo todos nós rirmos. Assim que chegamos na boate, de cara a Fernanda encontrou os colegas de curso, incluindo o tal Cadu que, diga-se de passagem, realmente um gato, e que logo nos colocou para dentro de um camarote e, não demorou muito para que alguns amigos da Ana também se juntassem a nós, inclusive a Cecília. Todos muito gente boa, que, depois de alguns "de onde você é?" "ah, tá explicado", me trataram super bem e, realmente, me fizeram sentir em casa.
Cecília: Recém uma hora, ainda temos tempo para beber mais.-ela diz, servindo mais tequila nos copinhos de shot na nossa frente.
Yuri: Espero que não o suficiente para vermos o Pedro pelado.-o garoto de olhos puxados colega da Ana diz, virando um copo.
Pedro: Bem que você queria, né.-ele retruca e geral ri, era nítido que ninguém ali estava puro.
Dj: E O HOMEM TÁ NA CASA!-o dj anuncia, soltando um trechinho de Groupies, e causando o efeito desejado: muitos gritos, inclusive meus e das meninas.
Diego: E vocês são caidinhas pelo bofe mesmo, né? Só quero ver se é tudo isso mesmo.
Pedro: É nada, mó cabeçudo.
Fer: Qual foi, Pedro, tá é com ciúmes que nunca fez uma mina gritar assim por você, né!
Pedro: Você que pensa, Fernandinha.-ele diz, se aproximando dela com um sorriso perverso, a deixando sem graça. Troco olhares com Liz, que apenas ri e da de ombros. Em seguida, ouvimos a mudança radical no set do dj, que solta um funk estralado, a deixa perfeita para Fernanda se afastar de Pedro.
Fer: Amo essa música! Vamos dançar?
Cecília: Vamos!-ela exclama, já a seguindo pela pista.
Ana: Você vem?
Eu: To de boa, vai lá.-ela me olha como quem diz "Certeza?" e eu balanço a cabeça, por mais que tivesse curtindo o rolê, já estava era altinha demais, melhor dar um tempo. Então ela concorda e segue as meninas junto com o Diego.
Cadu: Não curte dançar?-ele pergunta, se aproximando e oferecendo seu pod, que recuso-Nem fumar?
Eu: Curto os dois, mas sou mais da verdinha.-respondo e ele solta uma risada entre a fumaça com cheiro de morango com melancia- E sobre dançar, já estou com sono e ainda preciso aguentar até o Teto entrar.
Cadu: Saquei, saquei... e o que tá achando de Fortal?
Eu: Cheguei há três dias, né? Até agora está sendo bem legal, conhecer as meninas ajudou muito.
Cadu: Elas são gente boa, né?-ele diz e eu balanço, concordando a cabeça- A Ana disse que você passou em jornalismo, é isso?
Eu: Sim!-exclamo, eai o papo fluiu, comecei falando como me sentia sendo caloura, aí ele me contou sobre quando passou há um ano, aí já perguntei sobre o curso dele, que não tinha nada a ver com o ramo de boates da família, ele perguntou o que meus pais faziam... quando me dei por conta, já tínhamos passado um tempão conversando, nem percebi quantas vezes as meninas voltaram para a mesa e retornaram para a pista nesse meio tempo, inclusive nem sabia onde estavam nesse momento-Você viu a Ana ou a Fernanda?
Cadu: Vi o que? Cara, o som aqui tá muito alto, vamos para outro lugar?-ele pergunta e eu balanço a cabeça, concordando, ele me estende a mão e me puxa pelo andar dos camarotes até um corredor guardado por um cara grandalhão de uniforme, que nos cumprimenta e libera a passagem para o que levava a diversas salas fechadas. Não sei se era o álcool em excesso, ou a pouca iluminação, mas sentia meu coração acelerar como se tivesse correndo perigo e, estar apenas na companhia de um cara que eu mal conhecia, não ajudava muito.
Eu: Onde estamos indo mesmo?
Cadu: Aqui. Relaxa, princesa.-ele diz, abrindo uma das portas que levava a um cômodo aparentemente normal, sofás, tapete e um espelho, talvez fosse tipo um camarim, para as equipes que se apresentavam na boate- Só para conversarmos melhor.
Eu: Saquei... só não podemos perder a hora do show, né?-digo, olhando para o relógio sobre a porta que marcava quase três horas.
Cadu: Não vamos, pode ficar de boa.-ele diz, me puxando para sentar com ele em um dos sofás.
Eu: Então, costuma trazer muitas meninas pra cá?
Cadu: Por que a pergunta? Já está com ciúmes?
Eu: Não, só quero saber melhor qual a tua.-retruco e ele ri, irônico.
Cadu: Acho que você sabe bem qual é a minha..-ele fala, puxando minha mão para o meio de suas pernas, mesmo estando completamente alcoolizada eu tinha total consciência que não era aquilo que eu queria. Sem pensar duas vezes, me levanto e antes que pudesse dar meia volta o sinto me puxar para si, colando nossos corpos-Você não vai ir embora e me deixar assim, né?
Eu: Tá maluco, porra?-digo, o dando uma joelhada bem nas bolas e o empurrando, mesmo que sem muita força.
Cadu: Caralho, sua vadia!-ele exclama, se sentando em pura agonia e eu aproveito para apenas correr porta a fora, olho para os lados e não sabia mais identificar qual caminho tínhamos feito para chegar até ali, já que estava tudo escuro e me parecia tudo igual. Sinto meu corpo estremecer e meus olhos encherem de lágrimas, precisava apenas sair dali o mais rápido possível. Vou me guiando pelas maçanetas das inúmeras portas trancadas até uma que finalmente abre e eu entro, fechando a porta atrás de mim, rapidamente, tentando retomar o fôlego.
***: Ei, garota, você não devia estar aqui.-um cara alto e forte diz assim que percebe minha presença, era claramente um segurança, mas não vestia o mesmo uniforme do cara de alguns minutos atrás.
Eu: Espera, só um pouquinho, me deixa só...-digo, tentando recuperar o fôlego e as palavras para me explicar antes que ele me chutasse para o corredor assustador, mas as lágrimas não me permitiam, só queria sumir.
***: Deixa ela, paizão.-uma voz vinda do fundo da sala diz, acalmando o segurança- Ei, qual foi? Cê tá bem?
Eu: E-eu...eu.. tá tudo bem, só preciso..-fecho os olhos e respiro fundo, recuperando a sobriedade para me recompor. Mas, assim que percebo com quem estou falando, vai tudo por água a baixo- Porra, é o Teto.
Teto: Até onde eu lembro, sim.-ele fala, soltando uma risadinha e, agora que pode me ver melhor -já que não estava mais em prantos- parecia me analisar-Espera, eu te conheço, você é a mina do banheiro!
Eu: Que?-pronto, achava que a louca era eu, mas pelo visto a bebida do cara também devia estar batizada- Não, eu não estava no banheiro, eu...
Teto: Não é isso,-ele me interrompe e eu me calo, o encarando, que diabos ele estava falando?- banheiro do avião.
Eu: Tá lombrado?
Teto: Sim, quer dizer, não, to falando do banheiro do avião...-ele fala, como se tivesse lembrando de algo muito lógico que, aparentemente, só ele sabia do que se tratava- Você invadiu o banheiro da primeira classe, não foi?
Eu: Ei! Você foi o moleque que me disse aonde era o banheiro...-completo sua linha de raciocínio, enquanto ainda nenhum dos demais presentes entendia o que estava rolando- e depois me dedurou para a aeromoça! Seu cuzão!
Teto: Ei! Não te dedurei nada, doida, eu vi quando ela estava indo atrás de você e ia te acobertar,-ele explica e eu apenas sinto minhas bochechas queimando, ótimo, acabo de chamar um dos meus cantores favoritos de cuzão. De graça.-mas você soube se virar muito bem sozinha.
Eu: Ah,-digo, meio sem jeito-obrigada, então, de qualquer forma.
Teto: Disponha.-ele diz, se sentando e oferecendo um lugar vago, que me aproximo, timidamente- Mas conta aí, que caô tu se meteu? Ou só tava afim de invadir outra área restrita?
Eu: Ei, não sou nenhuma groupie querendo invadir teu camarim não, tá?-falo, mas acho que acabo soando um pouco mais grossa do que eu gostaria, já que ele me olha de cima a baixo, de forma indecifrável- Mas não me entenda mal, também, sou muito sua fã e... ah, enfim, um cara tentou me agarrar numa dessas salas aqui do lado e eu só fugi para a primeira que estava aberta. Desculp...
Teto: Um cara tentou o que? Quem é o arrombado?-ele pergunta, já se levantando, pronto para armar uma confusão-Vamos avisar os seguranças, tiramos ele da festa agora e ainda mando darem uma surra nele. Melhor, eu dou uma surra nel..
Eu: Ei, calma, campeão.-falo, me levantando em sua frente, para que me ouvisse- Ele é filho do dono da boate.
Teto: Grande coisa, playboy de merda, tem que lev...
Eu: Obrigada, tá? Mas eu não quero avisar ninguém.-digo, seriamente e, acho que ele entende, porque suspira, mesmo irritado, e se senta novamente-Só quero sair daqui sem ser vista.
Teto: Lógico, vamos dar um jeito nisso.
***: Posso acompanhá-la pelos fundos.-sugere o mesmo segurança que há alguns minutos só faltava me arrancar dali pelos braços, mas agora, compadecido da minha história, já nem parecia tão assustador assim.
Eu: Seria ótimo, sério, só isso já me...
Teto: Não, você não pode ir embora assim, olha...
***: Tetin, três e meia, tá na hora do show.-diz um cara adentrando a porta do camarim, pelas roupas, parecidas com a do segurança, devia ser da equipe.
Teto: Você me espera aqui?-ele me pede e eu, sem saber o que dizer, apenas balanço a cabeça, concordando- Fica aqui, pode comer, beber, o que quiser, assim que o show acabar a gente vê, fechou?
Eu: Fechou.-digo, por fim e ele se levanta, me dando um cuidadoso beijo na testa e pegando o microfone da mão do segurança que o esperava na porta.
Teto: Cuida dela aí, mano.
***: Pode deixar.-ele concorda e, então, Teto, meu top 3 cantor mais ouvido no Spotify, que acaba de me dar um beijo na testa, sai do próprio camarim, da onde me pediu para esperar por ele, sai em direção ao palco... perdida em turbilhões de pensamentos, meu celular vibra em meu bolso.

"AnaLiz
Gi, cadê você? O show vai começar!!!"

Teto: Ei, nem perguntei qual teu nome!-ele exclama, só colocando a cabeça para dentro do camarim.
Eu: Gisele!

Eu: Gisele!

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FLOW ESPACIAL (Teto,30praum)Onde histórias criam vida. Descubra agora