CAPÍTULO DOIS

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O Cara Do Bar

    Não sei porquê a Amy não pode vir aqui, não é como se o lugar fosse muito diferente do lado leste. Mas com certeza a BMW rosa dela chamava mais atenção do que devia. Algumas pessoas nos olhavam com curiosidade e perto do bar não foi diferente.

    Amélia estava estonteante, o cabelo castanho solto e com uma maquiagem básica para uma noite, um simples batom vermelho nos lábios. Ela estava usando uma calça jeans, um cropped vermelho, uma jaqueta de couro preta e por fim um coturno preto nos pés.

    Eu estava com uma camisa branca lisa e bem folgada, um shorts de poliéster preto e nos pés um All Star preto. O cabelo castanho estava bem penteado e eu havia passado um perfume da Dior para chamar atenção.

    Quando chegamos no bar, Amélia parou o carro no estacionamento e saímos juntos. O lugar não parecia ser muito movimentado e de longe eu podia ouvir uma música eletrônica vindo de dentro. Notei um trio de homens parados perto da entrada da floresta, eles nos olharam curiosos e eu sorri para eles.

    Não houve respostas, apenas continuaram conversando e fumando. Encarei minha amiga e estava pronto para continuar andando, quando vejo que ela olhava nervosa para o bar. Me lembrei de quando Amélia contou sobre o homem bêbado que a perseguiu quando ela tinha apenas dezesseis anos.

    Por sorte ele não conseguiu fazer nada grave com ela, além de bater nela, mas levou tempo para que minha amiga superasse o trauma. Não devo estar ajudando em nada a trazendo para um lugar assim.

    — Amy, a gente pode ir para outro lugar se você quiser.

    — Já estamos aqui, preciso me desprender do passado.

    — Prometo que só vou te trocar se for por um homem bonito — disse rindo, vendo a garota revirar os olhos e sorrir contida.

    A arrastei em direção ao bar. O lugar era bem bonito, grande e todo feito em madeira escura. Haviam outros carros também, pessoas rindo e bebendo do lado de fora. Vi alguns rapazes da minha idade vez ou outra virando a cabeça para nos olhar.

    — Tá afim de esquecer aquele idiota que te largou?

    — Não sei do que você está falando.

    Sorri e juntos entramos no bar. Do lado de dentro era ainda mais divertido e animado. Não chega aos pés de uma balada de Los Angeles, mas eu podia ver alguns caras dançando com mulheres e outros bebendo no balcão. O DJ parecia inspirado, de repente sinto Amélia me puxar para a pista de dança.

    Nos enfiamos no meio daquelas pessoas. Me deixei ser dominado pela dança, mexendo meu corpo e apreciando as batidas. Encarei Amélia nos olhos, sorrindo divertido e vez ou outra esbarrando em alguém aleatório.

    — Vou pegar algo para beber, quer? — Falei em seu ouvido.

    — Vou com você.

    Caminhamos em direção ao bar e eu parei ao lado de um homem. Ele estava bebendo uma garrafa de cerveja, seu rosto se virou para mim quando acabei esbarrando nele. Senti meu coração palpitar quando seus olhos verdes me encararam.

    Ele é, definitivamente, o meu tipo. Cabelo loiro escuro, barba por fazer, aparentava ser mais velho que eu e escondia bem suas emoções, em um semblante calmo. Estava usando uma camisa xadrez vermelha, calça jeans e uma botina marrom nos pés.

    — Me desculpe — disse tímido e encarei o balcão.

    — Só não faça de novo. — O homem voltou a beber como se não fosse nada.

LUNARES - COMPANHEIRO DO ALFA (EM HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora