CAPÍTULO SETE

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    Enquanto observei Amélia dirigir para o lado leste da cidade, eu continuei esperando por Ethan do lado de fora da lanchonete.

    Eu havia mandado mensagem para ele, avisando que tínhamos terminado aqui e que o estava esperando. Ele me disse que chegaria em dez minutos.

    Havia um banco ao lado da lanchonete, que ficava de frente a uma pequena praça onde crianças brincavam com seus pais.

    Sempre gostei de assistir esse tipo de cena. Ficava imaginando como meus pais seriam, se iriam me levar para passear, se seriam rigorosos ou liberais.

    Apolo me contou coisas, dizia que nossos pais não eram legais e que estavam sempre ocupados com trabalho. Porém, eu não confio no meu irmão. Ele mentia tanto, que o apelido dele no orfanato era Pinóquio.

    Estava tão concentrado vendo aquelas famílias felizes, que nem mesmo reparei quando um homem se sentou ao meu lado. Levei um leve susto, mas me tranquilizei ao perceber que era apenas o policial que estava na lanchonete.

    Ele se sentou um pouco largado, colocando o braço nas costas do banco e encarando a praça junto comigo. O óculos escuro, que antes estava no bolso da jaqueta, agora estava em seu rosto e o protegia dos raios de Sol de verão.

    O homem se virou um pouco, me encarando e abrindo um sorriso. O nome no distintivo de policial dele dizia que se chamava Barnes.

    — Eu acho que ainda não te conheço, você é o que da Amélia?

    — Melhor amigo, cheguei ontem de Los Angeles e ia tentar fazer minha residência no hospital daqui — disse educado, mas desconfiado.

    — Desistiu de ser médico?

    — Quase, fui forçado a desistir. Agora estou meio empacado aqui, sem saber o que fazer.

    O policial Barnes tirou o óculos do rosto e me examinou, ele literalmente me olhou dos pés a cabeça. Sua boca se abriu em um sorriso de dentes brancos, a barba por fazer revelava duas covinhas no canto da boca.

    — Que indelicadeza a minha, me chamo Carter Barnes. — O homem estendeu a mão para mim e eu a apertei, mostrando educação.

    — Sou Ares Cavanaugh.

    — Ares? Como o deus grego da guerra? — Concordei com a cabeça, as pessoas sempre estranham o meu nome. Porém, Carter sorriu divertido, acho que imaginando alguma piada. — Espero que você não cause guerras aqui na cidade, seria uma pena ter que prender alguém tão bonito em uma cela.

    — Perigo. Perigo. Perigo.

    Pedi para Kyros sossegar, era apenas um homem me passando uma cantada. Estou acostumado com isso, não querendo me gabar, sou um homem muito bonito.

    — Ninguém nunca tinha usado meu nome como cantada — comentei rindo.

    — O que posso fazer, além de bonito, sou bem inteligente. — Carter se curvou um pouco e mexeu as sobrancelhas, me fazendo rir de novo.

    — Ethan não vai gostar se te ver assim com esse cara.

    — Não estou fazendo nada demais, Kyros — disse em minha cabeça. — Acho que você é um pouco convencido também — comentei, escutando o carro de Ethan se aproximar de nós.

    — Você não está errado. — Carter sorriu.

    O carro de Ethan estacionou e ele desceu da Dodge Ram, correndo até a gente. Dei um sorriso para ele, que me retribuiu, mas logo o perdeu ao olhar para Carter.

LUNARES - COMPANHEIRO DO ALFA (EM HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora