CAPÍTULO OITO

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Tem Culpa Eu?

    Ouvir Calista dizer que eu era um ômega, me deixou apreensivo. Não que eu tivesse medo de engravidar, pelo visto isso fica só na ficção, mas pelo fato de eu não ter uma alcateia.

    É por isso que eu nunca consigo ter uma família?

    Puxei minha mão e me levantei da cadeira, andando de um lado para o outro. Ethan estava extremamente silencioso. É agora que ele me renega? Por eu ser um ômega e que nunca irá aceitar ordens dele, que não tenho uma alcateia.

    Pensei em Amélia, minha amiga que eu considero como irmã, ela vai me olhar da mesma forma que antes? Meus pais morreram, será que foi por eu ser um ômega? Meu irmão me odeia, tudo culmina para o fato de que eu nunca tive e nem vou ter uma família.

    Estava preso em minha cabeça, meus pensamentos me levando para conclusões horríveis. Não percebi quando Ethan se levantou e eu acabei batendo contra o corpo dele. O homem nem ao menos se moveu, mas ao encará-lo, vi seu rosto de preocupado me encarar. Eu não quero me afastar dele, não agora que eu posso ter uma família.

    Ethan me pegou pelos ombros e me puxou para si, me envolvendo com seus braços. Lágrimas surgiram de meus olhos e suas mãos faziam carícias em minha cabeça. Seus dedos passeavam por meu cabelo, enquanto sua boca sussurrava que tudo iria ficar bem.

    — Não tem problema você ser um ômega, lobinho.

    — Mas você ouviu, ômegas vagam em busca de algo, não aceitam ordens e não tem alcateia. — Meu desespero era enorme.

    — Você tem a mim, lembra? Sou seu companheiro, você já me achou, não precisa vagar por aí em busca de nada. Sou sua família agora e apenas isso importa.

    Ethan me olhava nos olhos, suas íris mudando de verde para vermelho, como um lembrete de Alexios estava lá também. Ele tem razão. Meu propósito como ômega é encontrar meu companheiro e eu já o achei, não tenho com o que me preocupar.

    Sorri para ele, puxando sua cabeça para um beijo lento e demorado. Apreciei aquele momento, deixando sua língua invadir minha boca e lutar contra a minha em busca de dominação. Nossa batalha era intensa e nenhum dos dois iria ceder.

    Ouvimos Calista tossir, nos lembrando de que estávamos em sua casa e que ela estava presente. Me afastei de Ethan, meu rosto completamente vermelho, mas a bruxa apenas sorria. Voltamos a nos sentar, Ethan segurava minha mão por debaixo da mesa, me passando segurança.

    — Ethan está certo, Ares, você já encontrou seu companheiro, mas também está certo de que dificilmente vai aceitar ordens dele, por ser um alfa e você um ômega. — Sua voz era animada, como se estivesse se divertindo ao nos imaginar brigando.

    Concordei com a cabeça e sorri para Ethan. Não vou deixar essa chance escapar, vou fazer de tudo para tê-lo ao meu lado. Não importa quem eu tenha que passar por cima, Ethan e eu vamos ficar juntos.


***


    Depois que saímos do apartamento de Calista, Ethan dirigiu em direção ao seu bar. Não houve muita conversa entre a gente, mas conseguíamos sentir os sentimentos um do outro.

    Ele estava ansioso para treinarmos na forma de lobo e eu nervoso com medo de algo dar errado. Ao estacionar a Dodge Ram, Ethan pediu para que eu o esperasse na entrada da floresta e me deu um beijo de despedida na bochecha.

    O observei correr para dentro do bar e suspirei, caminhando até próximo da floresta. Não ficava tão longe do estacionamento assim, mas as memórias do que me aconteceu aqui ainda estavam vivas.

LUNARES - COMPANHEIRO DO ALFA (EM HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora