Raio de Sol

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POV'S: Demi

Ao despedirmos de Sirah, juntei meus pertences acompanhando minha mãe, que carregava em duas outras sacolas algumas trocas de roupas minhas usadas nos últimos dias que passei no hospital. Como já tinhamos falado tudo com o médico e escutado suas recomendações para o restante da minha recuperação em casa seguimos para a saída, no curto percurso até o lado de fora da unidade hospitalar recebi uma mensagem da fazendeira avisando que estava esperando por mim e minha mãe em frente ao hospital. Ansiosa para vê-la cruzei agitada o restante do corredor frio encontrando com o pai de Nicholas no caminho, certamente ele veio como escolta da patroa aproveitando a ocasião para visitar o filho. Em uma ação de educação incomum do homem para comigo, Paul parou para cumprimentar minha mãe e eu. Expressando uma estranha satisfação por me ver bem, o sujeito no impulso me pediu de maneira acolhedora por um abraço, me deixando extremamente perdida com aquela situação repentina, até porque Paul demostrou odiar a mim e toda a minha família desde que me conheceu na fazenda Souvenir. Trocando o tempo todo olhares indiscretos com minha mãe onde pareciam estar em uma eterna briga pessoal entre os dois, o homem ficou desencorajado. Ele recuou no pedido inesperado, se desculpando logo em seguida pelo ato impensado devido a expressão facial de Dianna em desconforto e contrariedade ao ouvi-lo. Sorrindo amarelo e ressaltando envergonhado antes de ir até Nick, que tinha sido muito bom rever minha mãe outra vez e me encontrar de alta, Paul nos deu às costas entrando no hospital cabisbaixo. Minha mãe não comentou nada sobre a abordagem do patriarca da família Jonas, mas nos traços do seu sorriso para mim quando ele foi embora deu para perceber o nervosismo causado a ela com a sua presença indesejada. Esse homem e meus pais escondiam alguma coisa que eu ainda ia descobrir, mas por agora não pensaria nisso, o que me importava neste momento mesmo era encontrar a fazendeira e estar com ela. Então me movi rápido até as portas de saída da unidade hospitalar, Dianna vinha logo atrás rindo do meu desespero constrangedor. Sentido o sol tocar meu rosto ao chegar na calçada brevemente fechei os olhos, com a sensação gostosa da minha pele sendo aquecida pelos raios solares me fazendo sorrir. Voltando a ter os olhos abertos procurei por Selena, a encontrando facilmente segurando um enorme buquê de flores em suas mãos no meu aguardo próxima ao seu carro de luxo, que estava parado do outro lado da pequena rua, com Billy junto da picape garantindo a segurança dela. A fazendeira estava linda com a luz do sol batendo em seu rosto, ela vestia uma elegante camisa xadrez de flanela em amarelo e preto, juntamente com suas botas, chapéu e cinto acompanhando o visual. Imediatamente fui alvo do seu olhar penetrante, um sorriso vasto foi surgindo mansamente nos seus lábios atrativos assim como nos meus. Eu tinha um apreço muito grande por aquele sorriso genuíno de felicidade dela, onde Selena desencaixotava suas emoções verdadeiras, não existindo todas as farpas, aquelas amarras e nem pontas soltas do seu passado de perdas. Chamando a atenção de desconhecidos com seu jeito natural de mulher atraente, Gomez veio até mim em passos vagarosos deixando um rastro de sedução, mistério e fascínio nas pessoas que a admiravam paradas na rua, com algumas quase quebrando o pescoço para vê-la passar. Seu cabelo debaixo da aba do chapéu estava solto e esvoaçante devido a brisa fresca da manhã, com os fios escuros recaindo á volta da sua face suavemente chicoteando as bochechas pálidas durante seu caminhar. A maneira insinuante e linda de ser dessa mulher me inspirava, era impossível alguém não se encantar por cada belo traço e detalhes fabulosos da impactante fazendeira.

-Oi, amor. - A cumprimentei ao tê-la próxima,  sorrindo em meio a confusão por vê-la segurando aquelas flores.

-Oi, sunshine. - Como se fosse querer me proteger de todo o mal do mundo, Gomez me abraçou apertado deixando um beijo carinhoso no meu ombro direito antes de se afastar.

-Dianna, como vai? - Segurando a minha mão, a mulher cumprimentou minha mãe sem abandonar o sorriso permanente.

-Vou bem, obrigada. E você como está, querida? - A mais velha respondeu contente.

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