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PÁGINA ONZE

OVERDOSE.

pisadas fundas dos homens que me levam ecoam pelo corredor, eles andam em velocidade alta o suficiente para eu até supor que eles estejam quase correndo.

Meu nariz escorre sangue e minhas pernas fervem de raiva não me permitindo correr ou dar passos para ao menos tentar me esconder ou fugir, como costumava mas sempre era pega,sempre sofria o dobro do que devia, assim como meus olhos também queimam só de tentar piscar ao menos uma pequena vez, lágrimas quentes se misturam ao sangue.

todo esse sangue e lágrimas em meu rosto me fazem fungar, mesmo machucando e queimando tudo por dentro do meu nariz e me deixando com a mesma sensação de como se eu estivesse cheirando um kilo de pó. uma substância totalmente quente e prazerosa. mesmo sendo proibido eu a uso sem nem me importar se é errado ou se irei ser castigada, se irão me julgar ou me jogarem no oceano aberto ao redor desse inferno.

Dois homens grandes o suficiente para me esmagar se quiserem, me levam até a sala da supervisora.

a única coisa que consigo ver é suas mãos ao redor de meus braços finos,que se debatem nas tentativas fracassadas de se soltarem.

mas não me importo já deixei de me importa com oque fazem comigo aqui há tempos. quando olho pra frente,tirando meu olhar raivoso da multidão de meninas que estão todas falando entre si, e umas até mesmo riem.

sou jogada dentro da sala e forçada a encara a mulher rígida que me odeia. eu sei que me odeia assim como eu também a odeio e a desejo morta com toda minha alma,ela não tem o direito de me julgar ou de saber oque mereço por fazer tal coisa ou falar alguma coisa que não a deixe satisfeita.

- Olhe para você. -

ela fala cuspindo as palavras com os olhos em todo minha situação, eu sei que estou em ruínas não preciso de seu julgamento ou suas palavras iguais.

- tem noção de como você será severamente punida,ou como eu estou furiosa em saber oque você fez... ?Garotinha. -

ela me pergunta segurando meu queixo com força,me fazendo grunhir de dor e raiva.

mesmo assim eu dou risadas altas o suficiente para a afetar e me soltar,ela me olha como se eu fosse uma criatura estranha ou uma aberração.

- eu não sou perfeita,Margaret. - eu falo a encarando com raiva.

- e você também não. -

assim que eu falo com o tom de desprezo que ela usa a se referir a mim, ela me dá um tapa forte o suficiente para meu rosto cair de lado,e o barulho ser ouvido até mesmo fora da sala.

- Não pense que pode tudo. você não é Deus. - ela fala em pé na minha frente,eu viro lentamente minha cabeça e a encaro com os olhos quentes de ódio e vontade de rir de sua cara.

- e você é oque,porra!? - grito com raiva a fazendo dar um leve passo pra trás.

- menina. Cale essa boca agora mesmo,e nunca mais diga esse nome ridículo! -

ela grita e vem até mim,segurando meus cabelos e a obrigando a encará-la.

- eu não irei ter pena de você. -
ela fala puxando mais meu cabelo.

- nem misericórdia?... - falo rindo.
- claro que não,Margaret, até porque... você não é Deus. -

levo outro tapa.

- para julgar os outros e falar por Deus oque eles merecem! -

grito quando sou atingida por um tapa que dessa vez me faz ficar tonta e escutar o bipe que apita em meus ouvidos e faz tudo ficar finalmente silencioso.

Margaret faz uma expressão creio que preocupada e vai até a porta chamar alguém. só lembro que sou carregada as pressas para algum lugar,então eu apago.

UM BELO DIA PARA SE DESCUPAR.

QUATRO DIAS DEPOIS.

como acham que eu fiquei...ou oque aconteceu naquela sala escura fria e medonha? eu irei dizer oque ouve comigo.

me disseram que sofri uma overdose, mas infelizmente fui salva a tempo e não morri.
Margaret me disse que se aterrorizou ao me ver agonizar sem ar e cair no chão.

os detalhes ela disse que sentia muito e não podia falar ou pensar. porque a aterrorizava. que falsa,ela só chamou ajuda para não ser culpada ou perder o trabalho.

recebi uma carta,meio clichê mas acho legal quando meus pais escrevem.

"porque tão rebelde? e tão teimosa.?"

palavras vazias e estranhas,é isso que
eu diria a vocês,meus pais não vêm me ver,não tenho amigas,na verdade nunca soube de verdade oque é amizade,todos morreram pra mim.

- Elise! - saio do transe e olho em direção a voz que chama meu nome irritada,mas deveria ter guardado minha curiosidade e fingir que ainda estou mal. - oque você quer? - pergunto a encarando com raiva e amassando a carta em minhas mãos mas sinceramente desejo que seja ela no lugar desse papel.

- quero.... -

ela fala baixo e faz uma pausa,como se estivesse arrependida. que falsa Margaret, isso tá ridículo.

- me desculpar! eu fui uma pessoa horrível com você. - ela fala e eu abro um sorriso, saboreando essa cena de drama.

ela murcha ao ver meu sorriso e vira de costas tentando fugir.

- Margaret.... -

chamo seu nome como se fosse a letra de uma música. e ela vira de costas me olhando com um água nos olhos.

- você é a maior puta desse inferno, e seu Deus está vendo tudo. Você é uma verdadeira mentirosa!-

grito e ela se assusta quase correndo pela porta e saindo do quarto.

Assim que ela sai eu dou risadas altas e me divirto.

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⏰ Última atualização: 6 days ago ⏰

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