Capítulo II - Laços inquebráveis

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Frost Rethyl - Astrory, nas proximidades de Autrora, floresta escura, na tarde do dia 7 de novembro do ano de 701 D.D.

Depois de dizer aquelas palavras para minha mãe, soltando-me após um abraço confortável, ela entrou na casa e ficou segurando a porta para mim. O interior era bem simples, porém muito organizado mesmo tendo poucas coisas. Havia uma caixa de madeira no canto que servia para guardar nossas coisas, com um frasco de vagalumes em cima, funcionando como a nossa fonte de luz. O chão era de terra petrificada e escura. Perto da janela, havia uma cama com panos limpos para nos aquecer, com tijolos de argila por baixo servindo como apoio. Também havia uma mesa com uma pequena perna quebrada, mas que minha mãe improvisou com um bloco de argila, e três cadeiras de madeira no centro da casa.

Colocando o pão enrolado no pano sobre a mesa, corri em direção ao fogão a lenha feito à mão pela minha mãe. Pegando a lenha ao lado, joguei dentro, acendendo com uma pederneira de pedra e afastando-me um pouco, estendendo as mãos para sentir o calor. Ela passou por trás de mim e sentou-se na cama, segurando um pequeno pote de tinta e um livro em sua mão, parecendo estar escrevendo histórias que descobriu. E mesmo que aquela não fosse a melhor vida, minha mãe fazia-me sentir como se estivesse em um palácio, sempre com ideias e ensinamentos sobre tudo: cozinha, artesanato, armadilhas, pescaria, etc.

Indo até a mesa, sentei-me em uma cadeira e, puxando o pão enrolado, desenrolei-o e coloquei-o em um prato de porcelana. Minha mãe ficou surpresa e, ao mesmo tempo, sem entender como consegui aquilo. Ela deixou seu livro e o pote de tinta sobre a cama, caminhou em minha direção e fez uma pergunta com preocupação.

Tyr Rethyl: - Oh, Frost, querido, onde você encontrou esse pão? Um só custa uma moeda de prata, mas um desse tamanho deve ser mais caro.

Animado com a reação da minha mãe, fiquei ainda mais motivado e, abrindo os braços com o pano branco na mão, comecei a falar soltando minha voz de forma adorável.

Frost Rethyl: - A pequena Íris me deu. Eu estava sentado perto da fogueira, né, aí ela chegou perto de mim e me deu um sorriso fofo. Tchancha, um pão que eu trouxe para dividir com a minha mamãe!

Sentindo-me orgulhoso, coloquei a mão sobre o meu peito com uma euforia crescente. Minha mãe parecia mais tranquila e, passando ao lado da mesa, pegou uma das cadeiras e trouxe para perto de mim. Ela ficou com uma expressão pensativa e um olhar cheio de preocupação, pegando meu braço e procurando alguma marca pelo meu corpo. Ela fez o mesmo para cada parte do meu corpo e depois ficou encarando aquele pão. Ela pegou o pano da minha mão e o enrolou de volta, mas parecia hesitar. No entanto, ficando mais calma, ela fez um gesto com as mãos de "Está tudo bem", e disse-me com um olhar sincero e calmo.

Tyr Rethyl: - Tem certeza que foi a pequena Íris que te deu esse pão, querido?

Frost Rethyl: - Siiiim, ela me deu pessoalmente!

Tyr Rethyl: - Okay... Amor da mamãe, ninguém te machucou ou te bateu de novo?

Frost Rethyl: - Tá tudo bem, mãe. Dessa vez não sujei ninguém e nem mesmo a pequena Íris. Como cavaleiro corajoso da mamãe, tomei cuidado para não ofender a casa Grethy!

Ela, que estava olhando para mim, achou engraçado o meu jeito e, aproximando seu rosto do meu, colocou suas mãos sobre minhas bochechas, deslizando os dedos para limpar a sujeira de carvão. Sua expressão era de preocupação, mesmo com um sorriso no rosto. Ela esfregou os dedos nas minhas bochechas, disse-me olhando nos meus olhos.

Tyr Rethyl: - Frost, você é muito, mas muito inocente... Sua mãe ama isso em você, quero que continue sendo essa pessoa maravilhosa. E me prometa que não vai se meter em problemas, meu coração não aguenta te ver em situações assim!

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