Frost

Capítulo VI - O Aconchego da Chuva

Frost Rethyl - Astrory, nas proximidades de Autrora, floresta escura, na manhã do dia 15 de dezembro do ano de 701 D.D.

Saindo pela porta da frente da minha casa, colocando os pés sobre o caminho de terra, estiquei o meu corpo e me preparei para correr. Desci a colina, pulei por cima de uma árvore e passei pelo vilarejo. Parei por um momento e, olhando para a casa grande da Íris, disse com um olhar de saudade:

Frost Rethyl: - Faz um mês que você não voltou. Espero que consiga vir para me dar os parabéns hoje.

Passando pela casa dela, passei pela casa do Liam, que também havia saído do vilarejo há pouco tempo para ir para Arkara com seu pai. Andando pelo caminho de sempre, cantando a mesma música que cantei da última vez, senti a brisa naquele lugar isolado do resto do continente.

Um silêncio reinava naquele dia calmo, com o calor do sol sendo derramado sobre o meu corpo... Finalmente chegando ao píer da floresta esverdeada. Indo até o final, passei por baixo da madeira e me sentei na borda, colocando os pés na água do lago. Com o som suave das folhas sendo balançadas pelo vento, um sorriso sereno surgiu no meu rosto. Uma folha que se soltou caiu sobre o meu nariz, e segurando-a com a mão, a encarei e disse com um olhar gentil:

Frost Rethyl: - Tão bonito... Meu lugar favorito.

Soltei a folha, deixando-a ser levada pelo vento. Fiquei em pé sobre a madeira do píer, com os olhos voltados para dentro do lago, e disse:

Frost Rethyl: - Ótimo, esse clima está perfeito para praticar... Acho que dá para ir com tudo hoje!

Respirei fundo e me concentrei no meu corpo, puxando a mana lentamente e erguendo a mão direita para frente, enquanto a esquerda repousava sobre meu peito. A mana saiu do meu coração, percorrendo pelos meus condutores mágicos como se fossem veias azuis por todo o meu corpo, indo na direção dos meus dedos até a ponta. Isso fez surgir um círculo mágico com vários símbolos, manifestando a magia de nível F intermediário. Abrindo os olhos, com um raio azul saindo, conjurei uma nova magia que vinha praticando:

Frost Rethyl: - "Como no céu, como no ar, manifeste-se diante de mim, como meu companheiro temporário, eu te convoco para este mundo... Aquatic Butterfly!"

A cada palavra que eu proferia diante do círculo mágico, sentia minha mana sendo drenada lentamente do meu corpo. No entanto, mesmo que o círculo mágico estivesse drenando minha mana, ele falhou, e os símbolos mágicos estouraram como se fossem fragmentos de vidro caindo no chão.

Sem saber o que deu errado, me deitei na ponte de madeira do píer, percebendo que minha mente não estava formulando corretamente o encantamento. Um pouco cansado pelo gasto de mana, mesmo tendo falhado, ainda conseguia ouvir o som das folhas das árvores balançando ao vento, trazendo uma sensação calma em um clima levemente frio e úmido, fora do comum. Mas a principal estação ali era o verão na maior parte do tempo, mesmo com a existência de outras três que, às vezes, passavam rápido, em dias ou até em horas. Ao menos nesse mundo, queria conhecer um lugar onde o inverno fosse a estação principal.

Me sentindo um pouco tenso, fiquei pensando se valia a pena gastar tanto tempo praticando uma magia do zero ao invés de só usar a que a Senhorita Sharlott me ensinou. Abrindo um sorriso de lado com uma expressão tímida, me levantei, apertando o pulso, com a mente voltada para o futuro, para surpreendê-la na próxima vez que a vir com uma magia criada do zero, sem precisar de um professor nobre, já que não tinha condições de contratar um.

Respirei fundo, puxando as partículas de mana no ar para dentro dos meus pulmões e direcionando-as ao meu coração. Me sentindo mais leve, ergui o braço e abri a mão esquerda, espalhando as veias de mana azul pelo braço até os dedos, refazendo o encantamento e conjurando com os olhos iluminados: