Capítulo V - Um pequeno banquete

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Frost Rethyl - Astrory, nas proximidades de Autrora, floresta escura, na noite do dia 11 de novembro do ano de 701 D.D.

Sentado na cadeira de madeira, com os braços em cima da mesa me apoiando, olhava diretamente para minha mãe, que estava com uma faca na mão esquerda tirando cuidadosamente as escamas do peixe que havia pego no Lago Esmeralda. Ela estava sendo precisa ao manobrar a faca, sem a menor dificuldade, e com um sorriso no rosto alegre.

Terminando de tirar todas as escamas, ela as colocou em uma vasilha, virou a lâmina da faca de lado, cortou o peixe em várias fatias, e, com o movimento dos braços, consegui ver seu cabelo amarrado com um laço azul balançar a cada corte. Colocando as fatias dentro da panela de argila, ela usou as costas da mão para limpar o suor, deixando sua felicidade aparecer, e olhou para mim, apontando para um novo baú que havia feito para colocar comida junto a alguns blocos de gelo, dizendo-me:

Tyr Rethyl: - Querido, pode ir pegar algumas cenouras para mim?

Frost Rethyl: - Sim, mãe!

Aproximando-me da caixa, abri-a e tirei as cenouras congeladas de dentro, levando-as até a mesa. Minha mãe pegou uma cenoura e, com movimentos ágeis, fez vários cortes precisos, transformando-a em pequenas rodelas. Enquanto ela trabalhava, eu observava com atenção as habilidades culinárias da minha mãe, admirando-a.

Ela pegou algumas ervas medicinais que encontrou na floresta escura e na floresta esverdeada e as colocou junto da comida para realçar o sabor. Terminado o preparo, ela foi até o fogão, pegou lenha para manter o fogo forte, e, segurando um balde de água limpa, derramou-o dentro da panela de argila e a colocou no fogão, enquanto me dizia com um olhar gentil, mas ao mesmo tempo cheio de preocupação:

Tyr Rethyl: - Frost, você me prometeu que não faria nada arriscado mergulhando na Lagoa Esmeralda. Você sabe que esse peixe vive no fundo e se você se afogasse? Mamãe já disse que não quer você colocando sua vida em perigo!

Mesmo sabendo que estava errado, ainda mantive minha expressão boba no rosto, como sempre, e, olhando para minha mãe, observei-a recolhendo o resto que sobrou para guardar e, com a mão esquerda, fez cafuné na minha cabeça, dizendo-me:

Tyr Rethyl: - Você é tão teimoso quanto seu pai!

Gostando de receber aquele gesto de carinho, com animação, eu disse-lhe de forma direta, sem enrolação e sincera para minha querida mãe:

Frost Rethyl: - Não sou teimoso, só queria fazer algo especial para você, mãe. Algo como um presente, por você ter me criado com tanto cuidado esse tempo todo!

Ao ouvir aquelas palavras, a expressão em seu rosto mudou de uma gentileza preocupada para um enorme sorriso de orgulho, e de repente seus olhos se encheram de lágrimas, que escorriam e pingavam no chão. Ela saiu de perto da mesa, veio em minha direção e me abraçou. Sentindo como se tivesse feito algo errado, fiquei me sentindo culpado e perguntei-lhe com um olhar de preocupação:

Frost Rethyl: - Mãe... E-e-ei, não chore, por favor, não gosto de te ver chorando, por favor, não chore!

Minha mãe parecia estar sem reação e não sabia o que dizer para mim. Me abraçando com mais força, colocou sua mão sobre minha cabeça e apoiou a cabeça no meu peito. Em silêncio, não querendo atrapalhá-la, apenas sentia aquele abraço, aproveitando-o. Minha mãe, com a voz embargada e olhos fechados, disse-me com um tom acolhedor:

Tyr Rethyl: - Você é especial para mim, nunca vou deixar de te amar, você sempre será a pessoa mais importante na minha vida... Filho, continue sendo essa pessoa incrível que você é, para sempre!

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