13 capitulo

5.8K 492 124
                                    

– Scarlett, você ouviu alguma coisa que eu falei? – Molly me puxa para a realidade

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

– Scarlett, você ouviu alguma coisa que eu falei? – Molly me puxa para a realidade. Olho para a tela do notebook.

– Ah, sim, só estou meio
distraída – começo a cutucar meu lábio inferior.

Faz uma semana que eu e Ocean nos beijamos, e desde então não consigo parar de pensar nisso, foi tão bom… Mas estou tentando evitá-lo, não quero me envolver com ele.

– Fala logo o que aconteceu. – Molly cruza os braços.
– Nada.
– Diz logo.

– É sério, eu só estava pensando.
– Pensando em quê?

– Na posição do próximo desenho erótico que eu vou fazer. – Digo a primeira coisa que vem à mente.

– Se alguém pega esse seu caderno, você está fodida.

Meu corpo treme quando escuto o barulho da porta sendo aberta. Logo em seguida, vejo Ocean.

– Depois eu te ligo. – Fecho o notebook. – Já falei para não entrar no meu quarto!

– Você entra no meu, por que eu não posso entrar no seu?
– Porque eu poderia estar me trocando.

– Isso é um motivo para eu entrar, não para eu não entrar. – Os lábios dele se curvam em um sorriso malicioso.

– Imbecil. – Reviro os olhos. – E o que você quer?
– Saber por que você está me evitando.

– Não estou te evitando.
– Não? – Ele vem até mim.
– Não.

– Então não vai se importar se eu te beijar de novo, né?
– Vou, porque eu não quero.
– Não quer ficar viciada no meu beijo, ma ballerine? – Ele aproxima o rosto do meu.

– Parece que quem viciou foi você.
– Talvez. – Ele coloca uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha e se inclina para perto da mesma. – Não posso negar que seus lábios são viciantes, e tenho certeza que os debaixo também.

– Vai se foder, Ocean. – Cravo meus dentes no lábio inferior e dou um tapa no braço dele.

– Se você insiste. – Ele pega o meu pescoço e me beija ferozmente. Não resisto e faço o mesmo.

Minha língua invade a boca refrescante dele enquanto levo a minha mão até a nuca dele, pressionando-o contra mim. Eu sei que estava tentando evitá-lo, mas meus lábios já estavam desejando os dele. Tenho que resistir, não posso me relacionar com ele. Por mais que seja difícil, me obrigo a afastar nossos lábios.

– Eu não disse nesse sentido!
– Você não especificou, então eu interpreto do jeito que eu quiser.

– Então vai interpretar do seu jeito na casa do caralho. – Me levanto e o levo até a porta. Quando finalmente ele vai para o lado de fora, tranco rapidamente.

 Quando finalmente ele vai para o lado de fora, tranco rapidamente

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

– Viagem em família? – Pergunto enquanto olho para minha mãe.

Todos nós estávamos jantando, quando Adams e minha mãe falam que vamos viajar para a Flórida por cinco dias.

– Sim, algum problema? – Minha mãe apoia o garfo no prato.

– Eu tenho trabalho da faculdade, não tem como eu ir. – Levo a borda do copo até os meus lábios. Na verdade, eu não quero ir, não quero ter que passar horas e horas dentro de um avião.

– Não se preocupe com isso, já está tudo resolvido. – Adams diz.
– Vamos sair a que horas? – Ocean pergunta.

– Às oito da manhã, vamos no jatinho.

Terminamos de jantar, os empregados recolhem os pratos e talheres da mesa. Me levanto e vou para o meu quarto, tranco a porta e vou preparar a minha mala para a viagem. Está ficando cada vez mais difícil controlar a faísca que se acende dentro de mim, toda vez que o Ocean me provoca, ou quando eu penso nele.
Maldito beijo.

Pego a mala no canto do quarto e coloco-a em cima da minha cama, vou até o closet e pego algumas calças, blusas, vestidos, saias e casacos. Não sei o clima que vai estar lá e não estou nem um pouco a fim de saber.

Pego algumas roupas íntimas e saio do closet, coloco tudo na cama e me sento na borda, pego uma blusa e começo a dobrar.

De repente, escuto a maçaneta da porta sendo abaixada, como se alguém estivesse tentando abrir.

– Quem é?
– Sou eu. – Ouço a voz da minha mãe. Me levanto e vou até a porta. Destranco.

– Mhm, quer alguma
coisa? – Pergunto e dou espaço para ela entrar.
– Conversar. – Ela entra. Assim que meu cérebro entende que foi ela que falou aquilo, franzo o cenho.
– Sobre?

– Quero saber se você está bem, como está se adaptando?
– Resolveu se importar? – Cruzo os braços.
– Eu sempre me importei, Scarlett.

– Você sempre se importou só consigo mesma! Não se importou comigo nem quando meu pai morreu, tive que passar pelo luto sozinha!

– Você era forte o suficiente, poderia passar por isso sozinha!
– Eu tinha oito anos, não precisava ser forte, precisava ser
protegida. – começo a sentir o nó se formando na minha garganta, odeio lembrar daquela época.

– Vai começar com o drama?
– Drama?
– Sim! Isso é drama! Invés de você fazer faculdade de Artes Visuais, poderia fazer Artes Cênicas, você sempre faz o papel de coitadinha!

– Eu não queria nem fazer a merda dessa faculdade de Artes Visuais, você sabe muito bem!
– E iria fazer o quê? Focar no Ballet igual seu pai te incentivava?

– Pelo menos ele me incentivava, diferente de você que me privou disso!
– Te privei porque era o melhor! Você não iria conseguir, você cursando Artes Visuais pelo menos consegue se tornar uma pintora renomada e me trazer um pingo de orgulho! – Ela aumenta o tom de voz.

– … Sim senhora. – Minha voz sai chorosa enquanto eu tento conter as lágrimas.
– Ótimo. – Ela sai do quarto e fecha a porta.

Cravo meus dentes no lábio inferior e as lágrimas começam a cair sobre minhas bochechas.
Vou até a porta e a tranco. Vou até a cama e me sento, volto a dobrar as roupas enquanto choro em silêncio, como sempre. Ela sempre diz isso, e sempre é como uma facada no meu peito.

Conexões inesperadas Onde histórias criam vida. Descubra agora