14 capítulo

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Já estamos todos no jatinho, acomodados nos nossos assentos

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Já estamos todos no jatinho, acomodados nos nossos assentos. Meu pai e Abigail decidiram ficar nos assentos da frente, perto da cabine do piloto e do copiloto. Scarlett está no último assento, à direita, com os braços em volta das pernas e o olhar vazio enquanto olha pela janela.

Fico com receio de ela ter outra crise de pânico. Não deve ser nada confortável passar horas dentro do lugar onde o pai dela morreu, pelo que eu saiba, eles tinham uma boa relação de pai e filha. Por sorte, consegui ajudá-la.

A sensação de uma crise de pânico é simplesmente horrível, e quando não se tem ninguém para ajudar, é pior ainda. Tiro o cinto, levanto e me aproximo de Scarlett. Mesmo com o barulho dos meus passos em direção a ela, ela não move um músculo sequer. Sento-me ao lado dela.

– Você está bem? Ainda não me xingou hoje.
– Sou obrigada a te xingar todos os dias?
– Não, mas é o que você sempre faz, parece até rotina.

– Mhm. – Ela continua olhando pela janela, observando as nuvens abaixo de nós.
– Precisa de alguma coisa? – pergunto preocupado.
– Silêncio seria ótimo. – Seu tom é ríspido.

– Não estou a fim. – Deito minha cabeça no ombro dela.
– Está fazendo peso no meu ombro, tira.

– Não sente o peso de ter roubado toda a beleza do mundo, mas se incomoda com a minha cabeça no seu ombro?

– Idiota. – Ela sorri e solta uma risada nasal.
– Finalmente, voltou a rotina. – Sorrio, e ela olha para mim.

– Rotina um caramba.
– Mas parece.
– Eu passei uma semana sem te xingar.

– Porque você estava me evitando.
– Já disse que não estava.
– Se realmente não estivesse, eu teria te beijado todos os dias.

– Não iria, porque eu não deixaria.
– Por que não?
– Não podemos, e você sabe muito bem disso.

– Esse é o único motivo?
– Não, eu também não quero
te beijar. – Ela vira o rosto.
– Vou fingir que acredito.                                    

Estamos todos no elevador, indo para os nossos quartos de hotel

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Estamos todos no elevador, indo para os nossos quartos de hotel.

– Nós vamos jantar hoje à noite. Estejam prontos às sete da
noite. – meu pai diz.
– Sim senhor. – digo, e as portas se abrem.

Todos saímos. Abigail e meu pai vão em direção ao corredor do quarto que eles vão ficar. Por sorte, o hotel está lotado e sobraram apenas três quartos: um no corredor sete, que é o deles, e dois no três, onde eu e Scarlett vamos ficar.

– Eu levo para você. – Pego a bagagem dela com a mão que estava livre.
– Não, eu posso levar sozinha. – Ela tenta pegar.

– Mas eu quero levar.
– Tsc, me dá, Ocean. – Ela insiste em tentar pegar a mala.
– Não. – Vou em direção ao quarto dela enquanto ela me segue.

– Me devolve, Ocean Miller.
– Para de reclamar e cala a boca.
– Vem calar. – Ela revira os olhos.
– Vou calar do melhor jeito
possível. – Sorrio de canto.

– Ridículo. – Scarlett passa na frente e abre a porta do quarto.

Ela entra e, logo em seguida, faço o mesmo. Fecho a porta e coloco as malas no chão.

– Pronto, já pode ir. – Ela diz.

– Não estou a fim. – Ando pelo quarto e vou até a varanda. A porta já estava aberta, o que facilitou. Vejo a praia, sol, areia, água cristalina, pessoas sentadas em espreguiçadeiras. Viro-me e olho para Scarlett novamente. — Mhm, gostei da vista. Vou dormir aqui com você.

– Só se for nos seus sonhos. – Ela se aproxima de mim.
– Estou falando sério.
– Eu também. – Ela para na minha frente.

– Certeza?
– Absoluta. Por que não vai a uma boate qualquer e dorme com alguma garota?
– Porque eu não quero ninguém além de você.

– E a última pessoa que eu quero é você. – Ela se inclina, ficando perto o suficiente para que eu consiga escutar sua respiração. – Ocean Miller.

– Não foi o que pareceu quando você estava no seu quarto gemendo meu nome. Se for se tocar pensando em mim, pelo menos geme baixo. – Digo apenas para provoca. Eu não escutei porra nenhuma, acabei de inventar isso.
Ela franze o cenho e se afasta.

– Não me toquei pensando em você!
– Não? – Sorrio.
– Não! E vai embora logo.

– Por quê? Vai se tocar de novo?
– Vai embora logo, Ocean! – Ela se vira. Pego seu pescoço e a puxo para mim.
– Já disse que não estou a fim. – A beijo.

Um beijo quente, desejoso e cheio de luxúria. O gosto dela é insaciável, sempre quero mais, desejo por mais. Coloco minha mão em sua cintura e a puxo, fazendo nossos corpos ficarem colados. Ela geme entre o beijo quando a seguro com força.

O som preenche meus ouvidos, e a ereção começa a surgir. Scarlett, foda-se que você está tentando me evitar, mas eu necessito ver seu corpo vulnerável ao meu toque, ouvir sua respiração descontrolada, seus gemidos enquanto estou dentro de você. Eu quero você. E o que eu quero, eu consigo.

Ela afasta nossos lábios e empurra meu peito, fazendo-me andar para trás.

– Eu disse para ir embora, Ocean!
– Me dá um bom motivo para eu considerar isso.
– Eu querer que você vá.

– Péssimo. – Começo a me aproximar novamente dela. Ela anda para trás, fazendo com que paremos no quarto. Fecho a porta atrás de mim, e ela se senta na cama enquanto continua me olhando fixamente. – Você sentada nessa cama só facilita as coisas, ma ballerine.

– Não sabe obedecer a uma ordem?
– Depende da ordem. – Sorrio, e ela revira os olhos. Ela se levanta e vai até a porta.
– Vou te dar um minuto para
sair. – Ela destrava e abre.

– O que é que eu preciso? – Pergunto enquanto vou em direção a ela.
– Sair daqui.
– É sério, o que é que eu preciso fazer para você parar de resistir?

– Nada.
– Então por que está resistindo
tanto? – Paro na frente dela.
– Porque não podemos fazer isso, já não deveríamos estar fazendo isso.

– Acha que eu me importo com isso?

– Não tem medo do que vai acontecer se descobrirem? – Coloco minha mão na bochecha dela e a acaricio. – Só vai embora. – Ela afasta a mesma.

Notas da autora:
Amores, desculpa pela demora!
Estava corrido esses dias, enfim, lembrem-se de comentar e votar. Não sejam leitores fantasmas.

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