XIII

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De Novo Ao Planeta Das Solidões 

E chegou ele ao planeta do qual fugira, onde ele se estabeleceu durante meses fugindo das incertezas, ausências, dos medos, da falta de seus amigos, de não saber sua história. E ele ficara lá, diferente dos outros, ele escolhera permanecer. E surgiu uma pequena luz dentro de si, uma luz que iluminou todo o lugar. E tudo começava a ficar diferente, ou seja, não era o mesmo planeta desalento que ele estivera – não propriamente, estava ele, junto ao planeta, se transformando em algo mais bonito, mais bonito.

Nasceram, pela primeira vez, árvores, e eram lindas árvores, cobertas de lindos tons de rosa, azul, castanho, roxo e verde. No mesmo momento, surgiram pequenas montanhas, médias montanhas e grandes montanhas. Havia um enorme gramado sobre as montanhas, e um caminho que levava à rios, um mar numa distância visível, e lá, bem mais a frente, ilhas. O que o espantara demasiado, mas não tanto quanto as cascatas, e ele, vivenciava aquilo se erguendo, erguendo como algo que estava tão escondido que sempre esteve aí. Num lugar, distante das ovelhas, haviam pequenas tulipas, mas o que o chamara mais atenção era um pequeno lêmure, igual ao da sua imaginação, igual ao que ele havia encontrado no B612, e ele correu atras dele, ele também o seguia. E eles se abraçaram.

— É para aqui que vem as estrelas. – disse o lêmure, motivado pela presença. – isso sempre esteve aqui, disponível pra você ver, mas você precisava amadurecer um pouco mais pra entender tudo o que você teria.

— Você fala? – exclamou em dúvida.

— Eu falo, assim como existo. Você não está sozinho, meu pequeno rei. – revelou o lêmure. Mostrando-o a beleza que aquele lugar havia se tornado, e ele, ficara comovido com tanta beleza. E sabia que brilhava, ele podia sentir aquele brilho em suas roupas, mas não sabia a razão de o ser.

— Por que as minhas roupas brilham?

— Por que você está se tornando o que você sempre foi!

— E o que eu sou?

— Você, mais do que qualquer ser no mundo, sabe.

— Você não morreu?

— Na verdade, eu não existia ainda. Eu estava ali, com você, mas não o estava de facto.

E ele entendeu, e alegrou-se, e seu peso, começava a o abandonar.

— Eu nunca estive sozinho. – disse, vago.

— Você nunca esteve sozinho, ninguém está, há sempre algo que te fará uma companhia. – revelou o lêmure.

De Onde Vêm As EstrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora