Possessivo

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Entramos na casa e pela primeira vez consigo ver ela direito, claro que eu sabia que ele era rico, muito rico, não seria o líder de um grupo de riquinhos se não tivesse mais dinheiro que eles, mas a verdade é que ele é muito muito rico, acho que algo próximo do meu avô, penso em perguntar de quem é o dinheiro, se ele trabalha e coisas assim, mas isso é um erro, quanto mais íntimo ficar dele, pior vai ser depois.

Um grupo de empregadas, que mais parecem comissárias de bordo, estão paradas em fila ao lado da porta, elas se curvam e esperam a gente passar. Isso é ridículo!

O Ohm segura a minha mão e me leva para o elevador que dá acesso aos outros andares, mais uma vez tento formular uma pergunta razoável sobre o que aconteceu, mas que não me comprometa, mas o que dizer?  A porta do elevador abre interrompendo os meus pensamentos, ele volta a andar me levando junto, assim que entramos no quarto ele me beija como se não pudesse esperar um segundo mais, acho que se não fossem pelas cameras no elevador e no corredor já teria feito antes.

Ele para de me beijar e se afasta, os seus dedos deslizam pela sua camisa de botão em botão com agilidade expondo o seu peito. Tento focar no que é importante e não me deixar levar, sei que se for parar naquela cama tudo vai ficar em segundo plano.

— Porque você me aceitou?

Ele para segurando o botão que fica na altura do umbigo, olha nos meus olhos por segundos intermináveis.

— Você é lindo, atraente, tímido, sexy, corajoso, adorável... Porque eu não aceitaria?

— Mas você sabia que eu não fui convidado.

Mais alguns segundos de um silêncio estressante, então ele abre os dois últimos botões da camisa.

— Soube no momento que te vi, não se ofenda, mas você parecia um coelhinho assustado olhando para tudo como se fosse novidade. Todos que entram naquela sala já estiveram lá pelo menos uma vez como acompanhantes de um dos membros.

Isso é novidade, provavelmente por isso os outros descobriram que eu não fui convidado. Sei que tudo o que ele disse parece razoavelmente e justo, mas... Não sei... Algo parece não se encaixar.

— Isso vai ser um problema? Quer dizer, os outros, eu vou ter problema com eles ou você terá problemas por minha causa?

— Não. Ninguém vai fazer nada contra você.

Percebo que a sua resposta apenas me incluiu, o que me faz pensar que talvez ele tenha problemas.

Ele tira a camisa, abre a cinta e joga no canto onde ainda estão as sacolas com roupas que comprou para mim.

— Você tem mais alguma pergunta?

Tenho muitas, mas nenhuma que eu possa fazer, então tento direcionar a conversa.

— Tem mais alguma coisa, não tem?

— O que mais teria?

— Me diga você, Ohm. Você me conhece há o que? 24 horas? Olhou pra mim e sabia que eu estava mentindo, quebrou várias regras e brigou com os seus amigos...

Eu tento formular com pensamento coerente, mas ele não espera, se aproxima completamente nu e beija o meu pescoço.

— Porque você fez isso, Ohm?

Ele continua beijando o meu pescoço enquanto afasta a camisa do meu ombro.

— Me conte os seus segredos que eu te conto os meus, Nanon...

Então existem segredos.

Sei que o Ohm me encurralou e que não tenho saída, o meu erro foi subestimar ele, talvez com os outros eu teria mais chances tentando mentir ou manipular, mas não ele. Isso se tornou um grande problema, um problema que eu acabo esquecendo facilmente no instante que os seus lábios tocam os meus.

Sinto o ar gelado no meu peito quando ele abre os botões da minha camisa, mas o calor se espalha por onde ele beija, o Ohm se ajoelha na minha frente e olha para cima. Olhando nos seus olhos não posso deixar de me sentir lisonjeado, a forma como ele me olha é ao mesmo tempo confusa e assustadora, será que ele olhou assim para todos os outros que vieram antes de mim? Esse pensamento é o suficiente para acabar com o clima, mas não sei o que fazer já que ele ainda não tentou nada, apenas continua ajoelhado me olhando.

— Ohm...

Eu me assusto quando batem na porta atrás de mim e viro para ela, sinto o Ohm levantando e beijando o meu pescoço olho para trás pra ver ele se afastando e entrando no banheiro, volta vestido com um roupão entregando outro pra mim, quando me visto ele abre a porta sem aviso.

— Qual é o seu problema, Ohm? Está entediado por acaso?

Não sei o que fazer, quero e não quero continuar ouvindo a conversa, no fim continuo atrás da porta onde o Ohm me deixou.

— O que você quer, Perth?

Ao ouvir o nome eu lembro do rapaz do celular, que nunca parece prestar atenção em nada, o cara que representa a preguiça, de todos que eu pensei que poderiam vir atrás do Ohm, ele era definitivamente o último da lista.

— O cara, você tem que expulsar ele, isso só vai dar dor de cabeça.

— Não vai acontecer.

— Os outros não vão aceitar ele.

Os dois ficam em silêncio, espero a conversa continuar, mas de repente o Ohm está fechando a porta.

É só isso? Porque ele veio aqui? Não pode ser só pra dizer meia dúzia de palavras e sair com uma conversa inacabada, sem contar que ele entrou na casa e veio até o quarto do Ohm, com tanta segurança e empregados era de se esperar que ouvesse pelo menos um anúncio ou algo assim, será que eu já estou dividindo o Ohm sem saber?

O Ohm toca o meu queixo e faz eu olhar pra ele.

— Não se preocupe, eu já disse, ninguém vai fazer nada contra você.

— Porque ele veio até aqui?

— Não precisa se preocupar com isso também, ele é inofensivo.

— Porque ele está aqui?

Ele me olha confuso e eu dou um passo para trás fazendo ele soltar o meu queixo, mais uma vez estou me deixando levar sem conhecer todas as regras desse jogo.

— Eu quero deixar claro uma coisa, Ohm, uma coisa que devia ser óbvia, mas vou deixar claro mesmo assim. Eu. Não. Divido. Se você tem outros... Relacionamentos, é melhor me contar já que eu caio fora.

Ele parece surpreso, mas sorri e começa a tirar o roupão enquanto responde.

— Fico feliz em saber que você é meu e não, eu não estou em nenhum relacionamento.

— Mas ele...

— Ele é meu primo, mora aqui também, não será um problema para nós, prometo que ninguém será.

Sinto um alívio que não devia sentir, esse cara está mexendo demais comigo.

Ele dá um passo na minha direção, novamente segura o meu queixo e faz eu olhar nos seus olhos.

— Você está seguro ao meu lado, Nanon!

Porque eu tenho impressão que estamos tendo conversas paralelas aqui? Porque eu sei que estou sendo possessivo e até um pouco ciumento, sempre fui assim, mas ele parece... Não sei... Novamente eu tenho impressão de que alguma coisa não se encaixa, essa conversa não se encaixa.

Sem me dar chance de chegar a uma conclusão ele abre o meu roupão e me beija, antes mesmo de chegar na cama eu já estou sem roupas e sem um único pensamento coerente, a única coisa que eu quero  nesse momento é que ele continue o que está fazendo com o meu pau.

Sete PecadosOnde histórias criam vida. Descubra agora