Confiança

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Ele dá um passo na minha direção e eu dou um passo para trás instintivamente.

— Eu não curto essas coisas, Ohm.

Ele olha para as algemas e pra mim.

— Você não pode fazer... Por mim?

Puta merda!

— Ohm... Eu acho que não precisamos disso... Você sabe, o sexo é bom... Melhor que isso, o sexo é incrível!

— Concordo.

— Então, porque...

— Não é sobre o sexo, Nanon, é sobre você confiar em mim. Eu quero que você confie em mim, que seja meu!

Ele caminha até mim e para na minha frente segurando a minha mão esquerda.

— Você pode confiar em mim, Nanon?

Observo ele envolvendo o meu pulso com a algema e fechando ela, o contato do aço gelado na minha pele, que parece estar queimando, me causa arrepios. O seu polegar desliza pelo meu pulso lentamente algumas vezes, então ele levanta a minha mão e beija.

— Confie em mim, Nanon!

Olho nos seus olhos castanhos, tão escuros e intensos, que parecem dizer mais do que essas poucas palavras. Ele se aproxima até o seu rosto estar a poucos centímetros do meu e o cheiro da sua loção me embriaga, enquanto os seus olhos me hipnotizam.

Aquela parte sensata do meu cérebro liga um grande alerta, um alerta que sei que devo prestar atenção: esse homem é perigoso, estou dando poder a ele, estou deixando me envolver, estou me entregando a ele aos poucos mesmo sabendo que não devo. O problema é que eu não sei como evitar.

— Seja meu, Nanon, completamente meu!

Ficamos por segundos, talvez até minutos parados sem dizer nada ou nos afastar, ele quer uma resposta e não vai recuar. Eu tento com todas as minhas forças fazer o que a parte sensata do meu cérebro está pedindo, mas aquela parte escandalosa escolhe esse momento para aparecer e é a ela que eu facilmente me rendo. Com um pequeno aceno eu aceito o surpreendendo, acho que mesmo querendo ele não acreditava que eu aceitaria, para ser sincero nem eu acredito que aceitei.

— Você é meu, Nanon, não se esqueça disso!

O seu aviso é claro e não precisa de uma resposta, ele me beija me abraçando e guiando para trás, quando chegamos na cama eu deito com a sua ajuda. O Ohm senta ao meu lado e segura a minha mão olhando para a algema, então levanta o meu braço. Ouço o barulho de metal contra metal quando ele bate em um dos adornos da cabeceira da cama que tem forma de espiral, com um toque leve o Ohm segura a minha outra mão guiando ela para cima pra prender também.

Fecho os olhos e me xingo mentalmente, porque estou fazendo isso?

— Você está bem?

Abro os olhos para encontrar o seu olhar preocupado, se ele se sente assim porque quer fazer isso?

— Prometo que não vou te machucar, nunca deixar que nada te machuque.

E mais uma vez eu tenho a sensação de que ele quer dizer algo que vai além do que estamos fazendo nesse momento.

Ele se aproxima e me beija, o seu braço envolve a minha cintura me movendo para cima, quando estou onde quer ele se afasta e fica em pé. Nunca achei que diria isso, mas esse robe de seda é perfeito, ele envolve o seu corpo de forma sedutora, como se tivesse sido criado para o abraçar. Apenas uma faixa o prende a sua cintura de forma despretensiosa, como se a intenção fosse estar ali apenas por estar, ao mínimo toque ela irá se desfazer permitindo finalmente que o seu corpo seja visto.

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⏰ Última atualização: Oct 01 ⏰

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