Conexões

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Antes mesmo de abrir os olhos eu ouço o toque do meu celular, mas tento ignorar, quero dormir só mais um pouco.

— Nanon?

Ignoro o seu chamado também, mesmo que seja como um canto de sereia me atraindo.

— Nanon?

Sinto os seus lábios tocando as minhas costas, próximo ao ombro, ele vai espalhando beijos enquanto chama o meu nome seguindo o ritmo o toque do meu celular que começou novamente, quando estou completamente desperto viro o rosto na sua direção e prontamente ele se aproxima para me beijar, infelizmente o beijo acaba rápido demais.

Tudo fica em silêncio por um breve momento enquanto ele fica com o rosto a centímetros do meu apenas me encarando. Mais uma vez ouço o toque do meu celular e ele suspira se afastando.

— Esta tocando há uns dez minutos, não queria te acordar, mas acho que a pessoa não vai desistir.

Na hora a minha mente acende um alerta com o nome do Chimon em letras de néon.

— Merda!

Levanto correndo, pego o celular e vou para o banheiro atendendo enquanto fecho a porta.

— Oi!

— Nanon? Porra! Você está bem? Onde você está? Eu estou perto da casa que você está ficando, já estava surtando sem notícias suas! Porque você atrasou? Porque não estava atendendo?

— Calma, eu estava dormindo, me desculpe! Fica aonde está, eu já chego.

— Ok, não demora.

Isso soa mais como um aviso do que um pedido. Eu desligo, deixo o celular na pia e ligo o chuveiro, estou lavando o cabelo quando ouço a porta abrindo, mas não posso abrir os olhos, ele se aproxima e beija o meu pescoço, segura as minhas mãos abaixando elas e massageia o a minha cabeça lentamente, sinto a tensão desses ultimos minutos saindo meu corpo com a ajuda desses dedos mágicos, ele para e conduz a minha cabeça até a água, passa os dedos com cuidado ajudando a água a levar a espuma embora, então me abraça. Espero o Ohm tentar me beijar ou algo mais, mas ele não faz, apenas se mantém em silêncio comigo nos seus braços, por algum motivo isso me deixa desconfortável, esse momento parece muito mais íntimo do que qualquer coisa que fizemos até agora.

— Você vai sair?

Fico aliviado quando ele finalmente diz algo, para não ficar estranho eu me afasto, pego o sabonete, viro para ele e me lavo enquanto respondo.

— Eu já devia ter saído, estou realmente atrasado.

— Mas você volta?

Paro por um momento e olho nos seus olhos, ele parece não acreditar no meu retorno e tem mais alguma coisa... É como se os seus olhos pedissem para eu dizer sim.

— Talvez não hoje, não tenho certeza, mas eu volto.

— O que você vai fazer?

— Eu tenho alguns problemas para resolver.

— Eu posso te ajudar.

Eu sorrio e volto a me lavar, gostaria muito que ele pudesse ajudar, facilitaria muito a minha investigação que para ser sincero ainda nem começou, espero conseguir alguma coisa hoje.

Ele segura o meu queixo entre o indicador e o polegar e levanta a minha cabeça me fazendo a olhar para ele.

— Eu posso te ajudar,  Nanon!

Algo no jeito que ele falou parece estranho, como se ele soubesse de algo que não deveria, como se quisesse me dizer algo além dessas palavras.

— Esta tudo bem, é apenas um problema de família.

Sete PecadosOnde histórias criam vida. Descubra agora