2. Angústia

160 23 41
                                    

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.




Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


| Dias atuais |

Passava das 2 da manhã quando finalmente consigo sair do hospital.
A noite foi bem cansativa pra mim, chegando em casa, arranquei a roupa no rumo do quarto, eu só queria me livrar de tudo.

Entro debaixo do chuveiro quente, sentindo meus músculos tensionados relaxarem, espalmo as duas mãos no azulejo frio e choro, cansado, angustiado, e mais uma noite vou dormir com a sensação terrível que queima meu peito com a rotina exaustiva, sempre as mesmas coisas, nada novo.

Combinei tudo com meu irmão e tentei relaxar, mas para mim, parece que as coisas são mais difíceis que para outros, eu vejo as pessoas conseguindo se abrir, conversar, ter amigos, conviver com os amigos, familiares, enquanto eu estou preso numa redoma de vidro, sozinho, sem ninguém além de mim mesmo, meu desempenho no trabalho tem caído, eu sinto quando não estou bem, aumentei as sessões de terapia, mas ultimamente, nem a terapia, muito menos os remédios tem amenizado as minhas dores, principalmente no ombro, eu tenho a mais absoluta certeza que toda a dor que eu sinto é canalizada pra esse trauma físico, porque não é possível, mesmo depois de tantos tratamentos, cirurgias, fisioterapia e medicamentos que já tomei, ele ainda dói como no primeiro dia em que me feri, perdi as contas de quantas vezes acordei de madrugada, sozinho, desesperado, buscando auxílio, uma mão, qualquer coisa em que eu pudesse me agarrar, mas a única presença que eu tinha era da minha sombra, e era uma das minhas atividades favoritas, me olhar no espelho, fingir que havia mais alguém ali comigo, além de eu mesmo, sendo refletido no espelho.

Lembrança da última sessão de terapia.

- E você percebe que precisa externar essas emoções? - A psicóloga me pergunta, com a prancheta apoiada em suas pernas agora, olhando pra mim.

Eu sempre acho as perguntas dela tão óbvias, que se tornam irritantes, me sinto um idiota vindo aqui, mas é uma das minhas obrigações da semana.

Destino Traçado (YOONGI)Onde histórias criam vida. Descubra agora