Capítulo 7 - Beijos e vinho

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Gustavo

Nós continuamos correndo para o bar, quando chegamos, ela faz menção de ir para seu carro. Eu seguro sua mão.

— Não, vamos nos secar primeiro.

Ela sorri para mim e afirma com a cabeça. Nós dois entramos no bar e eu ignoro os olhares dos meus funcionários e clientes, apenas subo as escadas. Não deixei de notar que ela soltou minha mão quando entramos, por isso eu viro para verificar se ela está vindo atrás de mim.

— Você quer tomar um banho quente?

— Não, você pode apenas me emprestar uma toalha.

— Eu ainda tenho aqui as roupas que você vestiu aquele dia. Por que você não veste e ficamos mais um pouco? Posso pedir algo no bar para comermos.

Ela sorri para mim.

— Acho uma ideia excelente.

Ela pega a toalha das minhas mãos e eu entrego a muda de roupa também. Vejo que sua pele está arrepiada. Há mechas de cabelo grudadas em seu rosto e seus lábios tremem levemente.

— Tem certeza que não quer um banho quente? Você está tremendo. Enquanto você toma banho, eu apronto algo para comermos.

—  Certo, acho que vou tomar. E você? - Então, ela arregala os olhos como se percebesse que eu poderia interpretar isso como uma proposta — Quer dizer, não comigo, obviamente, mas… você não precisa de um banho também?

— Não. Já estou acostumado com chuva. Vou só me secar. O que você quer beber? - Pergunto já sabendo que ela vai pedir um vinho.

— Vinho.

Antes de ir, eu me aproximo e deposito um selinho em seus lábios. Enquanto desço, sei que tomei a decisão certa.

Há poucos minutos, quando estávamos correndo na chuva, depois de protagonizar uma cena digna de comédias românticas e ter nosso beijo impedido por uma tempestade, eu senti que precisava me render. Qual o problema? Somos dois adultos que claramente sentem uma química forte. Eu não sou ingênuo, sei que ela sente a mesma vontade que eu.

Obviamente que a ilha inteira amanhã estará comentando que eu estava beijando uma turista na chuva, eu juro, mesmo quando as ruas estão vazias, há olhos por toda parte.

— Hum… Trabalhando na folga?

Augusto pergunta quando entra na cozinha e me vê preparando uma porção de filé com fritas.

— Não, estou apenas preparando algo para comer. Como está o movimento?

— Quer saber quantas pessoas te viram chegar ensopado com uma certa garota de cabelos verdes?

— Você sabe que eu sou seu chefe, certo? - Eu pergunto provocando. Ele ri.

—  Certo, mas preciso dizer, chefe, fiquei feliz quando vi essa cena.

Eu franzo a testa.

— Por que todos vocês me tratam como se eu fosse um viúvo recluso? Eu não sou. Vocês sabem que Bruna e eu não namorávamos.

— Porque é assim que você se comporta. - Yasmim diz entrando na cozinha.

— Quem está atendendo no meu bar, enquanto vocês estão aqui falando sobre minha vida particular?

— Você tem mais dois garçons e sabe disso. - Ela diz, mas vejo que ela está aqui para pegar  algum pedido.

— Eu não me comporto como um viúvo, eu saio com mulheres.

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