Esmeralda
O resto da semana foi estranho. Não houve mais beijos de boa noite e ontem quando Gustavo veio buscar Aurora, ele me disse que seus pais vão voltar a ficar com ela. Aparentemente, a mãe dele trocou o gesso por um menor e, embora ainda esteja de repouso, ela está precisando menos do pai dele.
Hoje é domingo e é meu último dia cuidando de Aurora. Estou meio nostálgica. O que me torna uma grande manteiga derretida porque foram apenas vinte dias sendo sua babá.
— Você ainda vai ser minha amiga?
Ela pergunta e aparentemente está com os mesmos sentimentos que os meus.
— Claro, querida! Você é minha melhor amiga aqui na ilha.
— Você é minha melhor amiga adulta!
Ela me responde com inocência e eu acho graça. Estou levando Aurora para a casa dos avós. Gustavo me mandou uma mensagem dizendo que teve um imprevisto e depois de pedir milhões de desculpas, me pediu para trazê-la aqui porque ele não conseguiria ir até minha casa.
Eu me pergunto se isso tem a ver com meu passeio de amanhã. Tenho repassado minha conversa com Yasmim no ano novo e talvez Gustavo esteja achando que é uma viagem romântica. Eu devo dizer que não? Quer dizer, ele não me perguntou nada sobre isso. Como eu começaria o assunto assim? "Ei, você parou de me beijar porque acha que estou com seu irmão que você odeia?"
— Nós chegamos!! - Aurora comemora.
Assim que eu estaciono o carro, o pai de Gustavo aparece no portão. Eu tenho que descer para tirar o assento de Aurora.
— Oi, vovô! - Ela diz feliz.
— Oi, querida! Pronta para dormir tarde e dizer pro seu pai que foi cedo?
— Siiim!!
Ela responde e nós rimos. Aurora desce do carro e dá as mãos para seu avô. Eu vou me despedir, mas…
— Ei, Esmeralda. Será que você pode entrar? A Marta quer te dar um oi.
Eu estranho porque não imagino o que ela possa querer comigo, mas sempre que não encontramos, ela foi agradável, então…— Claro!
Quando entramos, ela está na sala, sentada em uma poltrona com os pés em cima de um puff. O gesso é, de fato, menor do que o dia em que se machucou. A decoração da sala é simples e aconchegante. Há fotos espalhadas por todo o lugar. Percebo que Alex e Gustavo só aparecem juntos nas que eles são crianças.
— Oi, dona Marta, como está se sentindo?
— Só Marta, querida. Estou bem melhor, sem dores. Senta um pouco!
Eu sorrio e me sento.— Faz tempo que não nos vemos, falei para o Daniel te chamar porque assim podemos colocar o papo em dia.
Fico aliviada porque aparentemente, ela não quer falar nada em específico. Ela pede para. Daniel preparar um café, Aurora vai até o quarto que ela tem ali para brincar.
Nós duas começamos a conversar sobre minha infância e eu me surpreendo por ela se lembrar de mim e de meus pais. Ela também me conta sobre as lendas da ilha e esse assunto me fascina. Não vejo a hora passar, fico admirada em como ela parece acreditar que coisas boas vão chegar apenas porque todos os dias do verão irá chover.— Mas a minha história favorita não é a da chuva. - Ela diz.
— Qual é?
— A da flor de cerejeira.
— E como é a história?
— Não é uma árvore nativa. Certo dia um homem chamado Vicente apareceu com uma muda, ele se apaixonou por uma moradora daqui, a Estrela. Os dois se apaixonaram, e Vicente decidiu permanecer na ilha, plantando a muda de cerejeira no topo de uma colina, como símbolo do amor deles.
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Noites de Verão
Romance⚠️🔞Aviso: Essa história contém cenas HOT. 🔞⚠️ A sabedoria popular da ilha Estrela do Mar é clara: um verão chuvoso traz boas novas. Há muito tempo Gustavo não acredita mais nisso. Ele apenas quer trabalhar em seu bar e conseguir ter mais momentos...