Entre luz e Trevas

"20"

Nos dias que se passaram, Megan e eu nos damos bem até de mais, exeto quando tivemos que preparar juntas o almoço de domingo, a cada erro minimo ela gritava e me ensinava varias vezes a fazer o que eu ja sabia. Mas fora isso ela era otima, e eu estava começando a me sentir em casa quando voltava da escola e ela fazia perguntas de como havia sido, se eu tinha gostado etc... A proposito, eu estava gostando muito da escola, ela era calma e organizada, os alunos gentis e os professores eram todos incriveis. Basicamente eu havia me encontrado em Brighton.
Dominic havia voltado para Londres, aparentemente um amigo seu, Jake se me lembro bem, estava no hospital em coma. A casa estava em completa harmonia.
Era um sabado de manhã quando fui acordada com batidas na porta.
- pode entrar ... - falei coçando os olhos e me sentando na cama.
- Garotinha? - papai disse enquanto entrava no quarto - dormiu bem?
- como um anjo. - falei preguiçosamente.
- sinto ter te acordado, mas Megan insistiu que eu viesse chama-la para um dia inteiro jogando boliche, o que acha? - ele me encarou na expectativa.
- sem condições pai... - resmunguei me deitando novamente - feche a porta quando sair.
- pensei que você e Megan tivessem superado esse desintendimento. - ele disse calmamente.
- não tem nada a ver com Megan, só que não gosto de boliche e não gosto de acordar cedo. - cobri a cabeça com a coberta preta e lilás que havia ganhado à alguns anos.
- se precisar de alguma coisa me ligue. - ele disse e então saiu do.quarto encostando a porta delicadamente, fechei os olhos e voltei a dormir.

Já era tarde quando abri os olhos completamente acordada, tomei um banho e coloquei o vestido que havia comprado com Megan. Um silêncio sinistro tomou conta da casa, eu estava total e completamente sosinha, quer dizer, o gato Hans me fazia compania, mas não era uma compania muito legal.
Me sentei no sofá e Hans se juntou a mim, Megan o havia pegado à alguns dias em um abrigo para animais, era um siamês branco, os olhos azuis como duas safiras.
Ficamos ali por alguns minutos, assistindo tv enquanto eu acariciava seu pelo sedoso, a campainha tocou, o peguei no colo e fui atender.
- você só pode estar brincando - fitei Daniel por um momento, enquanto um sorriso pretencioso se formava em seus labios carnudos.
- Olá... - ele fez um aceno rapido e passou por mim, ficando agora de pé na sala.
- não pode entrar aqui! - falei tentando parecer irritada, coloquei o siamês no sofa e cruzei os braços.
- não? - ele me analisou - se eu não posso, por que ainda estou aqui e nada me aconteceu?
- por que você é um... - comecei a andar de um lado para o outro tentando me acalmar - idiota convencido, é isso que você é.
- e você não sabe mentir - ele andou até mim, ficando agora bem mais proximo do que deveria, e entre nós havia apenas uma fina festa de ar.
- o seu cheiro... - falei me deixando levar pelo aroma de amendoas com uma mistura do que parecia ser... baunilha.
- o que tem ele? - ele disse sorrindo, e seus olhos se encheram de um brilho perverso e encantador.
- ele... eu... - me afastei rapidamente, Daniel segurou meu pulso e me puxou novamente para ele, não ficando agora nenhuma fresta de ar entre nós e eu senti o calor de sua pele tocando a minha.
- vai onde? - ele disse com o sorriso condescendente estampado no rosto, e então me beijou, mas dessa vez mais intensamente, sua mão se entrelaçou em meus cabelos e ele parou o beijo tempo suficiente para sorrir e então retornou, cada vez mais rapido e cada vez mais intenso.
- não pode sair beijando as pessoas assim... - falei com a voz um pouco trêmula.
- e assim? - ele avançou novamente até mim e me beijou rapidamente, e depois foi diminuindo a velocidade enquanto acariciava minhas costas e enrolava o dedo da mão esquerda em um de meus cachos.
- Daniel... - falei enquanto ele me fitava com aqueles olhos negros.
- talvez assim seja melhor. - ele veio para me beijar novamente mas virei o rosto antes que nossos labios se encontrassem.
- Daniel o que veio fazer aqui? - perguntei me afastando.
- vim ver você. - ele disse sorrindo.
- estou falando serio Daniel. - cruzei os braços e o encarei.
- eu também - um sorriso pretencioso surgiu em seu rosto.
- fora daqui... - indiquei a porta e fiz cara de brava.
- adimita que está doida por mim... - ele disse.
- eu nem te conheço - andei até a porta e a abri.
- você sabe que está. - ele sorriu e andou até a porta, tocou com a ponta dos dedos meu queixo e saiu andando confiante.
- idiota convencido! - gritei ja nervosa por conta dos sentimentos que ele causava em mim.
- Gostei dos beijos também Analu... - ele fez uma reverência e continuou a andar confiantemente.
Bati a porta e andei até o sofa, Hans lambia a pata atentamente.
- viu isso Hans?- ele mateve a concentração na pata - e sabe o pior?- suspirei- eu acho que gostei.