"15"

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Naquela noite eu não consegui dormir, as palavras de Dominic não saiam da minha cabeça. Pessoa errada? Lado errado? O que ele estava dizendo? Não fazia o menor sentido, e a curiosidade tomou conta de mim de tal forma que eu estava a ponto de levantar da cama em plena madrugada e ir pedir satisfações... quem ele pensava que era pra me assustar e confundir daquele jeito?
Acendi o abajur em formato de cogumelo, e me sentei na cama, algo se moveu perto da janela, alguns poucos metros de distância de mim. Congelei. Seria a mesma sombra que eu havia visto na minha casa? Poderia também ser o dono do sorriso (Dominic), ou poderia tambem ser o motorista que havia me atropelado e fugido.
Mas essas hipoteses pareciam malucas de mais até para mim.
Apaguei o abajur novamente e me deitei, o sono viria uma hora ou outra.
Outro barulho perto da janela, o que quer que fosse queria ser descoberto.
- tem alguem ai? - perguntei seguindo a tradição dos filmes de terror.
Um silêncio amedrontador tomou conta do quarto.
- Dominic? - tentei novamente.
Mas eu estava sozinha no quarto.
Me virei para o lado oposto à janela e fechei os olhos, torcendo para que o sono viesse o mais rapido possivel.
- bem que disseram que era dificil matar você... - Uma voz masculina cortou o silêncio, um calafrio percorreu meu corpo e senti minhas mãos começando a suar, não ousei me mover.
- me matar? - perguntei, a voz trêmula e baixa - por que quer me matar?
Ele sorriu, não foi um sorriso amistoso.
Me virei lentamente para o local de onde a voz vinha, o quarto estava um breu, estiquei o braço para acender o abajur novamente, mas ele me interrompeu.
- eu não faria isso se fosse você...
E então, como se não fosse loucura de mais pra uma só noite, Dominic entrou no quarto rapidamente, fiquei perplexa e assustada.
- sai do quarto Analu... - ele disse- me espera na sala e faça pouco barulho.
- Ela fica - a voz disse.
Corri pra fora do quarto sem nem pensar duas vezes. Aquilo estava total e completamente fora de controle, uma coisa é voce ver uma sombra e ser atropelada, o que na pior das hipoteses pode ter sido por conta de bebidas etc... mas outra coisa completamente diferente é alguem que você não faz ideia de quem seja, entrar no seu quarto e dizer claramente que está tentando te matar... isso já era de mais pra aturar.
Me encolhi no sofa e fiquei atenta à qualquer barulho, por menor que fosse.
Cinco minutos depois Dominic apareceu, ele andou até o sofa e se sentou ao meu lado. Ele parecia nervoso, como se tivesse acabado de descutir com seu maior inimigo.
- você ta bem?- ele perguntou, sua voz saiu controlada, como se estivesse tentando manter a calma.
- quem era ele?- falei, deixando sem querer uma lagrima escapulir e escorregar até minha boca, o gosto doce e melancolico fez outras cairem.
- ele? - Dominic sorriu sarcasticamente- ele é o lado que você escolheu.
Dizendo isso se levantou e deu alguns passos antes de se virar para traz novamente.
- Pode voltar para o seu quarto - ele completou- ja resolvi o seu problema.
E antes que eu pudesse questionar mais alguma coisa ele deu meia volta e foi para o quarto.
Eu estava muito confusa, até então eu tinha medo de Dominic, e agora, eu não sabia de quem ter medo. Eu não fazia a menor ideia de com quem eu estava lidando, e isso me fazia entrar em pânico.

Entre luz e TrevasOnde histórias criam vida. Descubra agora