Ísis Vitória.
Rocinha, Rio de Janeiro.Vi a Karine subindo o barranquinho com o Gibi atrás segurando a papete dela na mão e diferente da hora que ela saiu com ele agora ela tava com o cabelo preso em um coque e sem maquiagem.
Karine: ta porra, teu olho ta baixinho e vermelhão da cor da tua unha.
Dei risada e percebi o olhar do Gibi passar pelo braço do Cicatriz que tava ao redor de mim, eu ainda tava com muito frio e sabia que na hora que ele me soltasse eu ia começar a tremer de volta.
Gibi: valeu em loira, é nois.
Demorei pra entender o que ele tava agradecendo mais foi só olhar pra Karine que deu um tapa no braço dele que eu entendi.
– fofinhos.
Karine: vamo então?
Fechei e abri os olhos devagar concordando por causa do sono imenso que eu tava.
Gibi: seis vão de a pé até lá?
– a gente veio assim, agora tem que voltar né.
Cicatriz: nois leva po, hora dessa só tem os louco na rua e vocês do jeito que tão é fácil de dar uma merda.
Gibi: minha moto ta parada ali, vou esperar lá na pedra.
Cicatriz balançou a cabeça concordando e levantou me puxando enquanto o Gibi ia andando junto com a Karine até uma Hornet que tinha lá embaixo.
– você e ele são o que?
Cicatriz: parceiros de infância, quase irmãos.
– ele parece ser legal.
Cicatriz: ás vezes é, ás vezes não, Gibi é mó bipolar.
– e você? é assim de boa sempre?
Cicatriz: quer saber mermo?
Olhei pra ele confirmando.
Cicatriz: sou assim não, papo que hoje eu peguei pra beber e me drogar, daí a brisa bateu boa e eu tô na paz com geral mais amanhã quando acordar vou tar no meu normal.
– como é seu normal?
Cicatriz: complicado falar sobre mim po mais eu não sou tranquilo assim não, por isso que teu amigo gay lá falou pra tu não chegar perto de mim.
– tô com medo de te ver normal então.
Cicatriz: tem aquela parada que falam que drogado é violento e os carai mais eu drogado na maioria das vezes fico de boa.
– cê usou o que hoje?
Cicatriz: tudo que você conseguir imaginar.
Olhei pra frente meio perdida enquanto ele me puxava pra perto dele passando o braço na minha cintura.
Cicatriz: fica pensando nisso não loirinha, cê sobe a Rocinha não né?
– nunca subi, queria conhecer o baile mais nunca deu certo de ir.
Cicatriz: vai ser difícil de me ver outra vez então.
– você é gente boa Cicatriz, mais pelo pouco que você falou e pelo tanto que o Vini pediu pra eu não falar com você tenho quase certeza que eu não quero nem esbarrar com você outra vez, mesmo você sendo um traficante e pelo que parece é dos grandes, se for escroto comigo eu vou te xingar e com certeza você vai me deixar careca ou me matar, então vou tentar ao máximo não te encontrar outra vez.
Cicatriz: cê ainda vai ficar sabendo de muita coisa sobre mim e cada vez vai querer ficar mais longe Ísis.
– é pra ficar com medo?
Dei risada indo um pouco pro lado e ele parou de andar me virando pra ele.
Cicatriz: hoje não porque hoje eu tô contigo.
Ele passou a mão no meu rosto e colocou uma mecha do meu cabelo pra trás da minha orelha.
Cicatriz: cê é linda pra caralho.
Sorri sentindo ele chegar mais perto e a boca dele quase grudar na minha.
Cicatriz: deixa?
Balancei a cabeça concordando devagar e senti a boca dele encostando na minha enquanto as mãos dele apertavam minha cintura com mais força.
Uma pegada do caralho que me deixou mais zonza do que eu já tava.
A lingua dele brincava com a minha enquanto ele passava a mão pelo meu corpo inteiro até parar na bunda e apertar com muita força me tirando um suspiro no meio do beijo.
Uma mão subiu pra minha cintura novamente enquanto a outra foi pros meus cabelos que ele puxou um pouco pra trás enquanto terminava o beijo mordendo meu lábio antes de me dar alguns selinhos.
Cicatriz: cuidado em loirinha, esse beijo seu pode viciar.
Sorri meio sem graça e ele me puxou pra ele de volta me fazendo andar abraçada com ele.
A gente chegou na pedra que ainda tava cheia de gente fazendo festa mais nós passamos reto indo direto pra rua onde o Gibi tava encostado na moto com a Karine na frente dele na maior pegação.
Cicatriz: vamo carai.
Gibi: deve tar cheio de cana lá, bota essa blusa ai e não tira o capacete.
Ele jogou um moletom preto e eu fiquei olhando ao redor vendo o Gibi se despedir da Karine beijando ela e os povo louco que tava ao nosso redor.
Cicatriz: valeu pela companhia Ísis, foi daora passar ano novo contigo.
Ele parou na minha frente pegando na minha cintura de volta e eu sorri.
– eu gostei também.
Ele me deu um selinho e olhou bem nos meus olhos antes de começar um beijo de verdade.
Escutei o Gibi e a Karine falando alguma coisa mais nem prestei atenção no que, beijo desse homem é de tirar o ar.
Depois de ficar nessas por um bom tempo a gente subiu na moto e fomos, nunca que eu ia esperar um rolê desse no ano novo mais que tava sendo maravilhoso tava.
Gibi começou a meter grau no meio da avenida e eu sabia que não ia demorar muito pro Cicatriz fazer o mesmo, coisa que ia ser muito bom e muito ruim ao mesmo tempo, eu sou apaixonada na adrenalina mais não queria que ele tirasse a mão da minha perna.
Graças ao meu bom senhor eu cheguei vivíssima na frente da pousada e desci da moto com a ajuda dele.
O capacete dele era completamente escuro e isso era bom já que um pouco mais pra frente tinha dois carros da polícia.
Ele virou olhando pra mim e levantou a viseira.
– feliz ano novo Cicatriz.
Sorri jogando meu cabelo pra trás.
Cicatriz: feliz ano novo loirinha, se cuida Ísis.
– quem tem que se cuidar é você né, mais enfim foi muito bom te conhecer.
Cicatriz: é nois doidinha, nois ainda se tromba por aí.
Olhei pra Karine que me chamava e soltei minha mão da dele indo pra entrada da pousada escutando eles acelerarem as motos.
Katrine: que 4 é par do caralho foi esse?
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Terra de Ninguém.
FanfictionComplexo do Alemão, Rio de Janeiro. Quando nós dois fica junto acaba os estresse, os problemas desaparece e você flutua, nós dois ficamos tão leve. Não sei se você sabe mas a gente sabe, nossa vibe combina e tu querendo ou não virei uma cena, desse...