Capítulo Onze - ATO 1

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— Experimente este, querida

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— Experimente este, querida.

Madame Selicia entregou-me um montinho de roupas dobradas logo assim que abri a porta do meu quarto. Não sei como, mas de alguma forma ela sempre sabe o exato momento em que eu acordo, mas eu, em contra partida, nunca nem consigo saber quando esta em casa. Talvez essa seja uma habilidade dela (como Rain, Luna e Tristan), ou talvez seja o meu problema de tambem não conseguir ouvir os passos dela.

Na verdade... isso é um pouco estranho.

É válido pensar que todos eles são fantasmas? Bom, para o meu eu de alguns meses atrás, esse seria um argumento lógico e irrefutável. Mas depois de tantas pancadas, humilhações e também, visões horríveis sobre as pessoas que moram aqui, não posso mais simplesmente ignorar e dizer que é um sonho ou um hospício. Seria cruel demais...

— Escute, o café da manhã está na cozinha. Fique a vontade. — A Madame deu-me as costas e saiu andando pelo corredor, enquanto segurava seu vestido amarelo para que não ficasse arrastando no chão. Ela sempre está de amarelo.

Olhei para as roupas em minhas mãos e depois, para as que estavam no meu corpo. Bem... É uma camisola branca que já está meio maltrapilha depois de eu lavar tantas vezes. Foi uma das poucas peças de roupa que eu trouxe do Templo.

Voltei para dentro e fechei a porta com a perna. Caminhei em passos rápidos e coloquei a roupa na cama, enquanto me dirigia para o banheiro do quarto.

Meu quarto era bem menor e muito mais simples do que o do Templo. O chão é feito de uma madeira bem escura e segue até metade da parede, cuja a outra metade é pintada de um bege bem clarinho, assim como o teto.
No canto esquerdo, há uma cama de solteiro bem confortável que fica em baixo de uma janela. Seguida por um criado mudo que que antes carregava um lindo vaso de flor, mas que agora tem apenas uma pequena pilha de livros. O vaso está no chão.

No canto direito há uma mesinha que está cheia de papéis com anotações e, ao lado, o pequeno grarda-roupa de madeira clara. (Ah, há uma janela na direção da mesinha também).
A porta do banheiro está ao lado do guarda-roupa e o recinto é bem simples, consistindo apenas em uma banheira, um sanitário e uma pia, distribuídos em um chão e parede iguais as do quarto.

O lugar é bem simplório, mas até que eu prefiro desse jeito.

— Aii!! — Exclamei assim que entrei na banheira branca e pouco espaçosa e senti os dedos das minhas duas mãos arderem. Eles estão com muitos cortes e também com alguns ralados. — O senhor Ramier tinha razão, a pior parte é afiar. Aquela lixa acabou com os meus dedinhos! — Olhei para minhas mãos cujas pontas dos dedos estavam mais avermelhadas que o normal por conta da lixa.

Fiquei mais ou menos até as três da manhã com o senhor Ramier e aprendi a fazer lâminas, porém, como elas demoram um pouco para ficarem prontas, ele terminou de me explicar o processo e depois me colocou para treinar o amolamento com lâminas que ele já havia preparado.
Mas bem... O máximo que eu consegui foi deixar a minha humilde faquinha cega de tanto medo que eu estava de deixá-la fina demais e depois quebrá-la.

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