Yamaguchi Tadashi
"Você poderia me amar no meu pior?
Você poderia me amar, mesmo que, que doa?
Você poderia me amar, você poderia me amar?
Você poderia me amar no meu pior?"
-My worst, Blackbear
Dois dias depois:
Caminho pelos corredores do colégio usando fones de ouvido, a música alta o suficiente para que eu não consiga ouvir ninguém além da voz do cantor e os instrumentos de guitarra e bateria.
Meu corpo ainda dói, minhas costas carrega um grande hematoma roxo dolorido. Pressiono a língua sobre o machucado recém feito no canto da boca, quando mordi para suprimir o grito de dor, e sinto o local arder e apenas continuo cutucando o local com a língua enquanto caminho e só paro quando chego na sala de aula, entrando e notando que o professor ainda não estava ali.
Sigo até o meu lugar, notando que o loiro estava de cabeça baixa. Me aproximo com calma e olhando para a sua nuca, noto que ele tem um hematoma próximo a orelha. Um chupão.
Fecho minhas mãos na alça da mochila que estou segurando e sem delicadeza alguma, arrasto a cadeira com tudo batendo a mesma na mesa de Tsukishima e me sento, sem ao menos me desculpar pelo barulho feito. Não vejo o olhar que recebi, mas notei que ele levantou a cabeça.
Me ajeito e respiro fundo. Não posso me dar o luxo de sentir qualquer coisa mínima sobre ele.
Não posso sentir ciúmes de alguém que nunca foi meu. E que me odeia tanto, sem que eu saiba o motivo certo de seu ódio.
Não importa. É recíproco de toda forma.
Coloco a mochila sobre a mesa e respiro fundo quando bati meu braço na parede ao lado, deixando um gemido baixo escapar de minha garganta. Toco o local e me encolho um pouco, me esqueci da dor por um breve segundo. Subo um pouco a manga do casaco que estou usando e franzi minhas sobrancelhas levemente enquanto observo o hematoma, lembrando-me da surra tomada e em seguida de ver Tsukishima e o outro garoto, Kuroo, pela janela do quarto aos beijos.
- Cara, o que aconteceu com o seu braço?
Ergo minha cabeça, saindo de meus devaneios fúteis, e encontro um dos alunos, qual não me recordo de seu nome no momento, em pé diante de mim enquanto segura um pirulito já no fim. Pisco, voltando a mim e abaixo o casaco.
- Nada demais. Bati em algum lugar.
Abro um sorriso fraco, sem muita vontade, e volto a mexer na mochila em cima da mesa, retirando desta meu material e por fim a deixando no chão.
O garoto sem nome murmura algo e se afasta, me fazendo agradecer mentalmente pelo seu afastamento e a morte do assunto. Passo a mão em minha nuca, me sentindo tenso e cansado, apertando o local com força enquanto consigo sentir o local de Tsukishima no que estou fazendo.
Inevitavelmente solto uma risada baixa e soprada, abaixando minha cabeça e expondo mais minha nuca para ele.
- Tem algum comentário para fazer?
Pergunto quando me viro um pouco na cadeira, encostando minhas costas com calma na parede ao meu lado, e encontro seus olhos dourados por baixo do óculos.
Ele pisca, abre e fecha a boca algumas vezes, confuso e por fim franze as sobrancelhas com força.
Abro um sorriso pequeno, olhando-o nos olhos e relaxo o corpo.
Não posso negar que gosto quando sinto seus olhos em mim, por mais que na maior parte das vezes o olhar dado é de puro ódio.
- O que? O gato do colégio rival comeu a sua língua na segunda-feira à noite?
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Te amo, idiota - Em pausa
Fanfiction"- Esse chupão aqui, bem em cima no de outro cara, indica que você é ciumento sim. Faço outra careta e fico em pé, puxo a minha mochila do chão e enfio meu caderno, livro e estojo dentro da mochila. - Não fiquei com ciúmes, só não gostei daquele car...
