Capítulo cinco: Dor

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Yamaguchi Tadashi

"Veja, eu sou um desperdício de vida
Eu deveria apenas me matar
Sim, eu poderia cortar meus pulsos
Mas isso realmente não ajudaria
Não iria resolver meus problemas
Ou mudar sua mente
Porque eu quebrei seu coração
E você enterrou o meu."
-Broken, Lund

Ele está aqui, parado em minha frente. Diante de meus olhos, me olhando como se eu estivesse errado em está ali. De está aqui, nessa quadra, entrando para o time.

Como se eu estivesse invadindo seu espaço e que ele não me queria aqui.

Eu entendo e tudo bem. Mas não vou virar as costas e dizer que não quero mais participar, de que não quero jogar.

Eu amo vôlei.

E, eu sei quem me fez amar esse esporte e o motivo de ter continuado jogando durante esses últimos dez anos. Mas não é justo ele me olhar dessa forma, como se só ele estivesse chateado e com raiva de alguém. Como se eu tivesse feito algo criminoso.

Não é justo.

Não é.

Desvio o olhar do seu, não querendo olhar em seus olhos dourados e sentir que toda a sua fúria é direcionada a mim.

Volto a ouvir a voz de Ukai, do treinador, e tento sorrir para o capitão do time quando este vem falar comigo e com o outro garoto, que está parado ao meu lado, nos cumprimentando.

Os demais se aproximam e os dois menores, parecendo super empolgados, estão quase pulando em cima de nós dois. Isso me arranca uma risada sincera e sorrisos largos deles.

Seria mais acolhedor ainda se o seu olhar de ódio não estivesse direcionado a mim.

Sugawara explica algumas coisas tanto para mim quanto para o outro garoto, que sendo bem sincero não lembro o nome no momento.

✨️

Me sento no chão ao lado de Noya, cansado e ofegante, e me deito em seguida. Coloco um braço sobre minha testa enquanto tento regular a minha respiração.

Noya levanta, agitando, mal parecendo que descansou e me chamou.

- Quer treinar mais um pouco?

Pergunta todo empolgado e não consigo dizer não. Me levanto, indo junto a Noya para continuarmos o treino mais um pouco.

Hinata se junta a nós e Kageyama também.

Respiro fundo e com calma, jogo a bola pra cima e corro um pouco para pular e bater na mesma, mandando um saque flutuante. Noya corre para pegar a mesma, ficando nas pontas dos pés enquanto jogava o corpo para baixo e pegava a bola com as pontas dos dedos.

Ele recebe bem como todas as outras vezes. Preciso melhorar meus saques.

Kageyama e Hinata estão em silêncio, jogando concentrados. Hinata parece sério, suas expressões estão fechadas, e Kageyama parece indiferente enquanto levanta as bolas para o ruivo.

Continuo com o treino até dizer chega. Até não sentir as palmas de minhas mãos e minhas pernas ficarem bambas.

Até Daichi aparecer e mandar todo mundo ir se trocar e ir embora.

- Você mora para onde, Yamaguchi?

Kageyama, que estava ao meu lado mexendo no próprio armário, pergunta. Tirando a minha atenção do meu celular para si. Largo o aparelho no bolso da calça e termino de me ajeitar, colocando o uniforme escolar e por cima visto o moletom pelo fim de dia está frio, solto meu cabelo o bagunçando antes de ajeitar e prender o mesmo novamente.

Te amo, idiota - Em pausaOnde histórias criam vida. Descubra agora