Yamaguchi Tadashi
"Digo a mim mesmo que não seguirei esse caminho
Ah, mas sei que não me importarei
Tento limpar todo o sangue que derramei
Essa luxúria é um fardo que nós dois carregamos
Dois pecadores não podem se redimir com uma única oração
Almas unidas, entrelaçadas pelo orgulho e pela culpa."
-Daylight, David Kushner
Quando Tsukishima saiu daqui, senti um certo alívio por sua visita repentina, por mais que ele só tenha aparecido aqui para me devolver o celular. Quando cheguei, meu avô estava transtornado de raiva e o motivo era algo, como sempre, idiota. Não que sentir fome seja algo idiota, mas eu já disse que a comida estava preparada e ele só precisava enfiar o pote no micro-ondas, esquentar e comer! Saco. Ele acha que tem algum empregado, e pra piorar tudo fez o favor de jogar o prato no chão para que eu mesmo limpasse a sua bagunça. E no fim, aqui estou eu cuidando da porcaria de um ferimento na mão.
Cristo, se Tsukki não aparecesse eu provavelmente teria enfiado um daqueles cacos de vidro na garganta desse velho.
Observo minha mão e suspiro, cansado, observando o ferimento aberto e ainda sangrando. Me apoio na pia do banheiro, procurando pelo frasco de álcool 70 recém comprado, para cuidar de algum ferimento caso fosse necessário, e tiro a tampinha para jogar um pouco do álcool no corte. Respiro fundo, sentindo o ferimento arder, tentando passar a dor diretamente para o lábio quando o mordo com força.
Abaixo minha cabeça assim que largo o frasco de álcool 70 ao lado, sentindo minha mão latejar pela dor e pela ardência.
Eu ainda faria esse velho pagar por tudo o que já me fez em dez anos.
Pisco quando noto que minha visão ficou turva e sinto as lágrimas descerem por minhas bochechas. Não me incomodo em limpá-las.
Limpo e envolvo minha mão com a atadura por cima da gaze sobre o ferimento e por fim guardo a garrafa de álcool 70 no armário.
Me jogo na cama, apoiando a mão ferida sobre o abdômen nú, pretendia tomar um banho mas no momento o que eu sinto é a mais pura preguiça. Talvez suar um pouco ajude.
Com o pensamento em mente, puxo uma camiseta em cima da cadeira no canto do quarto, a visto e saio de fininho, não querendo ser pego por sair uma hora dessas. E já passa das dez.
✨️
Com a bola de vôlei em mãos, caminho pela calçada em direção a quadra que tem perto de casa.
Sem ligar muito para o corte, começando a jogar sozinho, levantando a bola e fazendo saques. A cada tapa dado na bola, sinto o ferimento arder e doer ainda mais, mas continuo repetindo o mesmo ato.
Corro para pegar a bola, mas paro quando noto alguém aparecer nas sombras segurando a mesma em mãos. Por um momento, meu corpo inteiro fica tenso e relaxa no instante seguinte quando reconheço a silhueta, o óculos e os olhos dourados que apenas uma pessoa que eu conheço tem.
Tsukishima Kei sai das sombras com a bola em mãos, me encarando fixamente.
- Se queria cometer algum assassinato, deveria ter se mantido nas sombras e só saído quando eu estivesse totalmente distraído.
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Te amo, idiota - Em pausa
أدب الهواة"- Esse chupão aqui, bem em cima no de outro cara, indica que você é ciumento sim. Faço outra careta e fico em pé, puxo a minha mochila do chão e enfio meu caderno, livro e estojo dentro da mochila. - Não fiquei com ciúmes, só não gostei daquele car...