Prólogo

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Yamaguchi Tadashi


"Porque eles dizem que lar é onde seu coração está inalterável, é onde você vai quando está sozinho, é onde você vai para descansar seus ossos."
-Home, Gabrielle Aplin

Dez anos atrás:
Tadashi, 7 anos. Kei, 7 anos.

Mamãe e papai sempre me deixam ficar na casa de Tsukki quando eles não estão. Gosto daqui, me sinto em casa. Me sinto bem, como se fizesse parte da família. E eles nunca me disseram o contrário.

Tia Tsukishima é uma pessoa legal, que gosta de brincar conosco. Akiteru é como um irmão mais velho que eu nunca tive! E eu gosto de imaginar que ele também é meu irmão mais velho, por mais que eu nunca tenha dito isso em voz alta. O tio tsukishima também é uma pessoa legal, ele faz lanches deliciosos e sempre traz algum doce quando chega do trabalho!

E Kei. Meu melhor amigo. Não o considero como um irmão como considero Akiteru. Não sei o porquê, mas Tsukki é diferente deles. E eu gosto que seja assim. Ele não sabe, mas é a minha pessoa favorita no mundo! Brincar, jogar vôlei e conversar com ele sempre é mais divertido.

Me sento ao seu lado, no chão de seu quarto, e mexo em uma das pelúcias de dinossauro que Tsukki tem e o aperto para sentir sua maciez enquanto espero Kei voltar para o quarto.

Estávamos brincando no quintal, mas ele decidiu me mostrar um de seus jogos de tabuleiro novo, que tinha comprado alguns dias atrás.

Quando Tsukki volta, ele está sorrindo e segurando o tabuleiro. Ele se senta e diz.

- Já ouviu falar do Cara a Cara? É um novo jogo! Parece ser divertido.

Me sento, deixando a pelúcia sobre meu colo, e puxo a caixa para pergo, conseguindo ver melhor a foto estampada na tampa e balanço a cabeça de um lado para o outro.

- Não. Mas parece ser legal, como que joga?

Tsukki explica com calma e paciência, ajeitando o óculos que às vezes caia e aponta para as pecinhas. Tento prestar atenção em sua explicação, mas falho nessa tentativa. Seus olhos tiram a minha atenção de toda a explicação. Droga! Ele vai ficar bravo quando notar que não estava prestando atenção, de novo.

Mas não é minha culpa! Eu gosto da cor do sol em seus olhos. É brilhante! É diferente!

- Yamaguchi, entendeu?

Ele pergunta, desviando a atenção das peças. Sinto minhas bochechas esquentando e desvio o olhar, confirmando com a cabeça. Acho que escutei uma ou duas palavras do que ele disse, mas ele não precisa saber que novamente não estou prestando atenção.

- S-sim.

Pigarreio e me ajeito, ele confirma depois de me olhar desconfiado e divide as peças para cada um.

Tsukki explica novamente, parece saber que estou mentindo, e dessa vez presto atenção.

O jogo é fácil. Preciso escolher alguém e fazer perguntas para ele se o bonequinho tem ou não alguma característica de quem eu acho que é. De cada bonequinho, tirando o meu, do tabuleiro.

✨️

Tsukki ganhou todas as cinco vezes que jogamos, menos a sexta que foi quando eu finalmente ganhei!

Me jogo para trás, caindo com tudo no puff preto que Tsukki usava para ler um de seus quadrinhos, e suspiro.

- Mamãe e papai estão demorando.

Te amo, idiota - Em pausaOnde histórias criam vida. Descubra agora