o recomeço.

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Sabe aquele dia, que parece que você está preso em um pesadelo terrível e simplesmente não consegue escapar? Foi isso que aconteceu comigo, quando descobri que o homem que eu amo estava me traindo a mais de meses.

Conheci Yuri em uma festa em São Paulo, não demorou para que eu caísse no papo dele e logo começamos a nos relacionar. No começo, era tudo um conto de fadas, ele era um doce, encantador, romântico, eu me sentia a mulher mais maravilhosa do mundo inteiro. Mas, com o passar do tempo, ele foi se tornando um tanto possessivo.

Não me deixava ir sozinha em festas, tinha ciúmes das minhas roupas e me deixava de fora de algumas comemorações de seu time, alegando que teriam muitos homens que não eram de confiança e ele preferia que eu ficasse em casa, onde era seguro. Como eu pude ter sido tão burra?

Agora, olhando para o meu celular, aberto em uma publicação da página do Léo Dias, mostrando fotos e vídeos dele agarrado a uma loira em uma boate na noite passada, noite essa em que ele disse que ficaria em casa pois estava com dor de cabeça, notei o quanto fui idiota em simplesmente quatro anos de relacionamento.

Também noto, que entre as milhares de notificações que estou recebendo, de amigos, familiares e alguns curiosos e fofoqueiros me cobrando respostas sobre a notícia, percebo que há não só uma, mas umas vinte ligações perdidas de Yuri. Idiota, penso comigo mesma, esse maldito idiota ainda tem a coragem de falar comigo depois de tudo que está me fazendo passar.

É doloroso, tenho vontade de arremessar meu celular contra a parede mas não posso destruir minha principal ferramenta de trabalho, por isso, tudo que resolvo fazer é desliga-lo e me jogar na cama aos prantos. Não sei ao certo porque estou chorando, decepção? ódio? chorando de nervoso por ter sido uma corna imbecil quando achava que tinha encontrado o amor da minha vida?

Não sei quanto tempo passa, mas desperto do meu abismo de tristeza com o barulho da minha porta abrindo e pelo andar rápido e passadas firmes no que parece ser um salto, consigo saber perfeitamente quem está vindo ao meu encontro.

Maitê, minha melhor amiga. Nos conhecemos em uma festa dos jogadores do corinthians, ela estava ficando com um dos jogadores que era amigo do meu namorado, ou melhor, do meu ex. Naquela festa, nos tornamos amigas em poucos minutos de conversa, notamos que tínhamos milhares de coisas em comum, nosso trabalho sendo uma delas e logo após isso nos tornamos inseparáveis. Bom, pelo menos desse relacionamento ridículo eu consegui tirar alguma coisa boa..

──Mace! ─ A morena adentrou meu quarto como um furacão, ou melhor, o furacão mai como gosto de chamar. O abraço dela, por mais que reconfortante, só serviu para que eu me acabasse em lágrimas novamente. Por mais que eu me sentisse uma babaca por chorar por um homem que não merece isso, era incontrolável, afinal, eu amava aquele idiota.

── Tá legal tá legal, eu não vou deixar você na merda aqui desse jeito! Não é a melhor hora pra isso mas eu te avisei que ele era um idiota, Mace! ─ A morena cruzou os braços ao me encarar naquele estado. ──Vem, sai dessa cama, toma um banho pra renovar as energias e eu vou fazer um café reforçado pra você. Nada de choro viu? Não quero essa cara inchada por um calvo sem vergonha.

Conhecendo Maitê como eu bem conhecida, não era a melhor ideia do mundo contrariar. Fui arrastada ao banheiro, me livrei do meu pijama e entrei na água quente, ótima para me relaxar, mas nem mesmo isso serviu para impedir o meu choro. Fiquei ali tempo suficiente para sentir que já tinha superado a parte do choro e sai do banheiro. Um singelo sorriso se formou em meus lábios quando notei a cama arrumada, fiz uma nota mental para agradecer Maitê por ser a melhor amiga do mundo. Escolhi uma roupa básica para ficar em casa e após pentear meus cabelos, sai da suíte do meu pequeno apartamento e fui direto para a cozinha, de onde vinha um cheiro delicioso que aparentava ser panquecas.

Duelos da paixão  - Piquerez Onde histórias criam vida. Descubra agora