preparada?

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Quando você ama alguém, precisa abdicar de certos caprichos para fazer a pessoa feliz. Era o meu caso, em pleno dia de semana assistindo um jogo do meu irmão pelo campeonato brasileiro. Que meu avô me perdoe lá do céu, mas eu só assisto os jogos por irmandade ao Raphael.

Bom, mas agora, tinha um motivo a mais para eu estar encarando o campo com certa fixação: O camisa 22.

Piquerez estava um gostoso. Aquela camisa feia infelizmente caia como luva naqueles músculos fortes, músculos esses que tive a oportunidade de tocar no dia anterior e minha nossa, que saudade daqueles braços em volta de mim. Aparentemente, em campo ele se tornava ainda mais atraente, correndo suado, disputando bolas e principalmente, quando resolvia encrencar com o jogador adversário. Deveria ter uma lei que impedisse um homem de causar o que esse uruguaio causa na temperatura do meu corpo.

O jogo estava no intervalo quando levantei para me abanar de tanto calor que estava sentindo dentro daquele estádio. Fui com Maitê até a parte das comidas e montei um pratinho com alguns salgadinhos, já que eu não tinha me esquecido do combinado feito com o uruguaio. Nós íamos sair depois da partida. Coisa essa que eu não tinha comentado com minha melhor amiga e muito menos com meu irmão.

Eu sabia que Maitê ia gritar de felicidade, mas eu não sabia qual poderia ser a reação do meu irmão. Ele adorava o Joaquín e isso era fato, eu só não sabia se ele iria adorar saber que o melhor amigo dele está pegando a sua irmãzinha caçula.

Antes de voltar pros nossos lugares, peguei um copo de cerveja pra mim e uma vez que me sentei, coloquei o prato no meu colo e me virei para minha melhor amiga de uma vez só:

── Eu peguei o Piquerez no vestiário do palmeiras e agora a gente vai sair depois do jogo. ─ Falei em um tom baixo, tomando um belo gole da cerveja gelada logo depois.

── VOCÊ PEGOU O PI- ─ A morena parou de falar assim que viu meus olhos arregalou e levou a mão a boca, como se tivesse escutado o maior babado do mundo. ── Você pegou o Piquerez no vestiário? Como assim você fez isso e não me contou?! Pensei que vocês só tinham jantado, você não comentou nada depois e como você é uma sem graça achei que nada tinha rolado.

── Você sumiu ontem, não deu pra te contar né! Olha, nem eu sei como isso foi acontecer mas...ei calma lá, sem graça também não! Tenho que te atualizar de algumas coisas desde o jantar. ─ E foi assim que passei boa parte do intervalo contando tudo para minha melhor amiga, desde o jantar ao ocorrido no ct.

── Maria Cecília você é uma cachorra. ─ Foi o primeiro comentário de Maitê, que sorria de forma radiante.

── Por que a Maria Cecília é uma cachorra?

Eu e Maitê demos um pulo da cadeira e eu quase derrubei meus salgadinhos quando Jordana simplesmente se materializou atrás da gente. Eu e May nos olhamos como se estivéssemos guardando um segredo, mas infelizmente confiei demais na capacidade da minha amiga em guardar segredos.

── Porque ela vai virar sua cunhadinha depois do que aprontou com seu irmão, Jordaninha. ─ Assim que minha amiga falou isso, engasguei com uma coxinha e tive que beber mais um baita gole de cerveja. Se elas fossem continuar com esse papo eu sairia do estádio bêbada.

── O beijo depois do jantar? Eu já tô sabendo! Meu irmão chegou em casa tarde e no dia seguinte ele parecia sobre um feitiço, e eu sei bem que a feiticeira é a nossa querida Mace. ─ Jordana respondeu em um tom irônico, me fazendo revirar os olhos.

── Não tem nada de feitiço tá? A gente só saiu ué... ─ Levei mais um salgadinho para minha boca, usando isso como desculpa para ficar um tempo sem falar.

Duelos da paixão  - Piquerez Onde histórias criam vida. Descubra agora