maldita hora

130 13 17
                                    

Minha nossa, ainda não acredito no que acabou de acontecer.

Precisei de mais que cinco minutos dentro do vestiário para raciocinar o que tinha acabado de rolar entre eu e Piquerez. Aquilo com toda não estava nos planos do meu dia.

Após Joaquín sair do meu apartamento na noite anterior, tive que tomar um banho gelado para matar o fogo em meu corpo e nem mesmo isso foi o suficiente para tirar aquele beijo da minha cabeça. Eu realmente tinha beijado o melhor amigo do meu irmão, o cara que eu tanto esnobava e falava que jamais teria chance comigo. E caramba, foi o melhor beijo de toda a minha vida.

Não me considero a maior beijoqueira do mundo, mas tive algumas pessoas ao decorrer da minha vida e simplesmente nenhuma delas tinha o beijo tão gostoso quanto o do uruguaio. Nossas línguas pareciam que se conheciam a anos, a pegada dele era fenomenal e a boca dele era a mais gostosa de beijar. Quando Joaquín me pegou no colo e me levou para dentro, eu estava certa que iria levá-lo para o meu quarto, mas o jogador se lembrou do fato de eu estar um pouco alta e só Deus sabe como eu quis me matar por ter bebido mais que uma taça de vinho naquela noite.

Quando ele foi embora, passei o tempo todo pensando nele até conseguir pegar no sono. Quando acordei, ele foi a primeira pessoa que veio em minha mente, junto com as lembranças de sua boca na minha, suas mãos em meu corpo e nossa química fora do normal.

E agora, perdida em meus pensamentos dentro daquele vestiário, o que eu pensei que apagaria a minha vontade só acendeu algo muito maior em mim.

Aquilo não podia estar acontecendo, eu falei pra Maitê e Raphael que não ia me envolver tão cedo com alguém e ali estava eu, me recuperando do que foi o melhor oral de toda a minha vida. Fazia anos que eu não me tremia no controle de alguém como tinha acabado de acontecer, ou melhor, acho que nunca me ocorreu algo tão intenso.

Minha vida sexual no namoro era relativamente estável, Yuri e eu sempre arrumavamos um jeito de aproveitar um tempo a sós, mas perto do final do nosso relacionamento, a magia que eu sentia estando junto a ele tinha diminuído drasticamente. Por um momento, achei que fosse por conta da rotina, era normal um relacionamento longo acabar se tornando rotineiro. Agora eu entendo o que aquilo significava, era o início do fim.

Mesmo no começo, Yuri realmente me satisfazia, mas não me tirava o ar ou algo do tipo. Piquerez não, ele só precisou da língua para me tirar as estruturas, em poucos minutos eu estava amolecida em seus braços. Yuri nunca me deu um ápice daquele modo, Piquerez nem ao menos tinha me encostado e minha calcinha já estava em uma situação bastante delicada.

Sozinha naquele lugar que tinha presenciado o que fizemos, lembrei do motivo real de eu estar ali. Meu irmão, o combinado era voltarmos juntos mas aparentemente Raphael esqueceu disso e bom, eu também tinha esquecido que tinha que ir embora. Quando fui andando para fora, me surpreendi com a porta sendo aberta e quando vi um dos jogadores entrando, sorri fraco ao reconhecer que era Maurício.

Eu não falava muito com ele, meu irmão não costumava andar muito com o jogador e em suas festas ele nunca era convidado. Eu não entendi o motivo, ele comentava que eles não eram tão próximos e não tinha necessidade chamar, mas eu sabia que aquilo significava que Raphael tinha um implicância com o rapaz, eu só não sabia o porquê.

── Ei, você é a irmã do Veiga né? Tá perdida por aqui?  ─ A pergunta dele me fez dar uma risada nervosa, se ele soubesse que a única coisa que eu perdi ali foi a vergonha...

── Não é bem isso, na verdade o Endrick me falou que meu irmão tava aqui mas parece que ele se enganou...enfim, já tô indo já, foi mal invadir o espaço de vocês.  ─ Estava prestes a sair quando o jogador voltou a falar.

Duelos da paixão  - Piquerez Onde histórias criam vida. Descubra agora