não sou mais apaixonada por você

166 16 6
                                    

Encarei os olhos do uruguaio que possuíam um divertimento irritante. Joaquín sempre teve essa mania de me irritar, fosse com piadinhas, implicâncias e indiretas, que sempre tive certeza que era somente por aquilo me tirar do sério. A única coisa que não entrava na minha cabeça era, porque logo eu?

Joaco era um jogador famoso e bonito, ao seu redor sempre existiu mulheres lindas e diversas, mas sempre que estávamos no mesmo lugar, não importasse se a modelo mais linda do mundo estivesse dando mole para ele, Piquerez não tirava os olhos de mim. Aquilo me causava certo desconforto, não era como se aquilo me incomodasse mas de certa forma eu nunca me sentia 100% tranquila. Parecia que os olhos dele, a cada momento que se encontraram com os meus, causava um certo calor em meu corpo. Até mesmo quando estávamos distantes, eu podia sentir aquele calor e quando me voltava a ele, notava que ainda estava sendo observada.

Aquilo só não me incomodava tanto quanto incomodava Yuri, que sempre ficou no meu pé, alertando que ele estava interessado em mim e reclamando como aquilo era irritante. Hoje em dia, me pego pensando se ele não merecia que eu tivesse retribuído as investidas do uruguaio. Me forçando a afastar minha mente do meu ex novamente, notei que ainda não tinha respondido o melhor amigo do meu irmão e respirei fundo, dando um sorriso irônico enquanto encarava aqueles olhos brilhantes.

── Sabia que nem me fez falta? Pra ser sincera, acho que seria bom a gente fazer um teste, ficar vinte anos sem se ver e aí eu te digo se sinto sua falta, Joaco. ─ Dei um sorriso irônico, ainda o encarando enquanto meu irmão e Maitê ficavam de segundo plano.

── Falando assim é até capaz de eu acreditar que você não é louca por mim,  mi amor. Gostou do gol que eu fiz? Foi pra você. ─ Insistiu, ocupando o lugar vago ao meu lado sem ao menos desviar o olhar do meu. Alguém deveria impedir Joaquín Piquerez de ter um olhar tão penetrante.

── Foi pra mim? Então poderia ser melhor, lindo. Você não tem outra pessoa pra implicar? Ou sei lá, não tem que passar um tempo com a sua família? ─ Tentei dispensá-lo e comecei a mexer no meu celular, tentando achar uma forma de me livrar daquele homem.

── Ai Maria Cecília...sua sorte é que mesmo eu não sendo brasileiro, não desisto nunca. ─ Disse com aquele sotaque misturado ao português que ele tinha aprendido nesse tempo morando em São Paulo. ── Na verdade não, gosto muito da sua companhia e só seu sogro veio hoje e já foi embora.

── Meu sogro? Melhor você dar uma passada no médico, acho que você tá com algum probleminha porque até onde eu sei, sou solteira. ─ Respondi de modo simples, ainda mexendo em meu celular, mas não demorou para eu sentir a aproximação dele vendo algumas publicações junto comigo, me fazendo revirar os olhos e desligar o aparelho, rapidamente me voltando a ele. ── O que você quer em?

── Não posso falar o que eu quero na frente do seu irmão, amor. ─ Joaco sussurrou, mas chuto que mesmo que tivesse falando alto meu irmão não teria escutado, pois tinha embarcado em uma conversa com minha melhor amiga e parecia que os dois continuariam discordando sem nem ao menos ligar para nós dois. ── Agora que você percebeu que o ruim de bola é um babaca...bem que você poderia aceitar aquele meu convite pra jantar em. ─ Joaquín disparou, pegando em uma mecha de meu cabelo e enrolando em seu dedo. Fiquei um tempinho analisando a cena, mas quando voltei a realidade revirei os olhos e dei um leve tapinha em sua mão.

── Você é o uruguaio mais irritante e chato que eu já conheci em toda minha vida, Joaquín! Não vou cair nessa sua lábia de jogador safado, até porque estou em um processo de desintoxicação de homens, estou muito bem sozinha. ─ Tentei não demonstrar que a menção a Yuri me magoava, não era por sentir falta dele mas porque me lembrava de que muitas pessoas sabiam o quanto eu tinha sido idiota.

Duelos da paixão  - Piquerez Onde histórias criam vida. Descubra agora