maldito uruguaio

122 17 16
                                    

Naquela manhã, acordei com o som do meu despertador me tirando de um sonho um tanto confuso. Como assim sonhei com Joaquín Piquerez?

Essas coisas de sonho sempre foram uma incógnita pra mim, as pessoas dizem que nossos sonhos reproduzem desejos ocultos, mas e quando sonhamos com coisas aleatórias? No meu caso, o que significa eu sonhar com o melhor amigo do meu irmão que até então eu odiava?

Ok, talvez odiar fosse uma palavra muito forte, mas que aquele jogador me irritava, isso era um fato. Acontece, que na noite anterior, dançar com ele de certa forma me deixou mais leve, era como se o mundo ao redor tivesse perdido a importância e eu não pensei em mais nada, muito menos no meu falido relacionamento e o que seria da minha vida depois do término traumático.

Quando notei o horário pelo despertador ao lado da minha cama, notei que não podia ficar o dia todo pensando naquele sonho e levantei, tinha decido que naquela manhã ia voltar a minha rotina normal, nada mais de choro, de depressão pós término, certas coisas deveriam ficar no passado e minha versão renovada tinha que ganhar forças e logo.

Tomei um banho e coloquei uma roupa de academia, em seguida tomei um café rápido antes de descer para a pequena academia que tem em meu condomínio. Treinar nunca foi minha coisa favorita na vida, mas era algo que eu tentava seguir  e com os últimos acontecimentos eu tinha deixado de lado. Coloquei os fones de ouvido e deixei Matheus e Kauan serem a trilha sonora de um treino tranquilo de braço. Em algumas músicas, querendo ou não, minha mente voltou para a noite anterior, onde dancei aquele estilo de música com Joaquín. A cada momento em que eu lembrava das mãos dele em minha cintura, era como se ele estivesse me segurando ainda. Se eu fosse respirar fundo, ainda era possível sentir o cheiro bom do perfume dele. Maldito uruguaio!

Quando o treino acabou, peguei minha garrafa de água e meu celular e voltei pra casa. No caminho, recebi uma mensagem do meu irmão, perguntando se eu podia buscá-lo no treino a tarde, tinha uma proposta pra me oferecer e eu já sabia que aquilo iria ou custar minha dignidade ou pior. Logo respondi que aceitava se ele pagasse um café para mim e quando recebi a mensagem concordando, sorri e voltei para casa, afim de tomar um banho e gravar algumas publicidades que eu tinha marcado para aquela semana.

O desenrolar do meu dia foi tranquilo, após resolver assuntos de trabalho decidi fazer um strogonoff de frango para mim, enquanto escutava música para animar o clima, era o que eu fazia quando não tinha ninguém para conversar. Quando  meu spotify começou a tocar "Cê topa", deixei uma risada nervosa escapar e balancei a cabeça em negação, era como se simplesmente tudo ao meu redor estivesse me forçando a lembrar daquele maldito uruguaio.

Após o almoço, agendei mais publicidades, confirmei fotos que eu precisava fazer e programei o resto da minha semana que Graças a Deus seria bem lotada, sem espaço para pensar em términos e agora, sem espaço para pensar em jogadores de futebol amigos do meu irmão.

Quando notei que o horário de buscar meu irmão estava chegando, fui tomar outro banho e coloquei uma roupa básica, uma calça jeans wid leg e um cropped regata preto. Passei meu perfume de sempre e optei por passar somente um rimel e um gloss, meu rosto já não estava inchado como nos últimos dias e aquilo me permitiu sair de casa sem precisar disfarçar as marcas que um chifre deixa.

Sai de casa dirigindo meu carro e fui em direção ao ct do palmeiras, sentindo meu coração Rubro-Negro me crucificar por estar a caminho do território inimigo, mas a culpa não era minha se o território inimigo era do meu irmão. Por conta do trânsito terrível daquela cidade, por mais eu morasse próximo ao clube, demorei um pouco para chegar e assim que cheguei na recepção me identifiquei e o segurança permitiu minha passagem, provavelmente já me conheciam por conta do meu irmão. Estacionei em uma das vagas livres e saí do carro, caminhando para dentro do ct e indo direto a recepção. Ao chegar, perguntei a recepcionista se o treino já tinha acabado e como ela me informou que não, perguntei também se Leila estava ali. Quando ela informou que  também não, sorri de forma animada pois sabia que poderia dar uma espiada no treino sem que a mulher soubesse.

Duelos da paixão  - Piquerez Onde histórias criam vida. Descubra agora