Capítulo 1

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Advertência: Prezado leitor, esta história aborda temas sensíveis, como violência física e psicológica. Caso se sinta desconfortável com tais temas, é aconselhável não prosseguir. A autora ressalta a importância do seu bem-estar e não endossa nenhuma dessas atitudes. Portanto, enfatiza-se que a fanfic é uma obra de ficção e o leitor deve ter em mente que não deve levar nenhuma ação ou ideia de forma pessoal. No entanto, são válidas as reflexões propostas.

Capítulo 1

"Ele era a presença ilustre de um diabo."

Megumi Fushiguro detesta pessoas falsas. Não aquelas que mentem por casualidade, buscando proteger alguém ou ganhar um benefício próprio sem machucar ninguém. Ele detesta pessoas falsas que sorriem para ele como se vissem uma estátua de diamante lapidada a sua frente, a qual poderiam venerar, beijar e lambuzar à vontade, como um presente vindo dos céus. Pessoas que mentem assim como piscam os olhos escondem no interior do corpo um monstro sorridente, cuja verdade, quando é dita, dilacera a alma e destrói uma nação construída sobre mentiras. Pessoas que mentem, que inventam histórias escrupulosas, que forçam elogios quando não tem espaço para isso... Esse tipo de gente é o que Megumi mais detesta estar perto.

E, porventura, foi perto dessas pessoas que seu destino como cantor o levou a estar. Próximo o suficiente para serem colegas de trabalho, amigos, amantes... Era tudo uma grande ironia.

Após realizar mais um ensaio fotográfico de quatro horas, onde montou diversas poses e encarou a lente da câmera com um desejo colossal de cuspir na face do mentiroso bajulador que se escondia por trás dela, enfim havia chegado o momento crucial e mais importante do dia: o de ir para casa.

— Muito obrigado pelo trabalho! — disse a equipe reunida em uma só voz, fazendo uma reverência.

Megumi se curvou, sentindo suas forças se esgotarem de seus músculos, escapando entre as respirações aqui e ali. Sua vista já estava cansada. Tudo que mais queria era tomar um banho relaxante e repousar sua cabeça dolorida no travesseiro macio da sua cama nova.

— Obrigado por tudo. Até a próxima — disse ele com muita simpatia, afastando-se dos demais.

— Com licença, Sr. Fushiguro! Um minuto da sua atenção, por favor — tentou uma jovem maquiadora se aproximar, forçando-o a andar mais rápido em direção a porta.

Ela já havia dado em cima de si momentos antes, o que foi um saco ter que fingir não perceber. Por isso, passar mais um minuto na sua presença era algo que ele decerto não gostaria.

— Pode parar por aí! — Sua agente, baixinha e muito brava, interceptou a mulher com segundas intenções, fuzilando-a pelos olhos. — Nosso querido Megumi precisa de descanso agora. Caso queira entrar em contato com ele, sugiro que marque um horário através deste número.

Ela entregou um cartão à mulher. Aquele mesmo cartão falso que na verdade era de seu décimo telefone, cuja função nada mais era que recusar as ligações.

Com os pés rápidos, sua agente o alcançou em questão de segundos, prontificando-se ao seu lado como uma namorada ciumenta.

— Obrigado, Nobara — falou baixinho, aliviado.

— Não esquenta, cabeça de ouriço do mar. É o meu trabalho, afinal.

Com sua agente pessoal em seu encalço, Megumi tinha a liberdade de evitar quaisquer obstáculos irritantes que aparecessem em seu caminho.

Always Sing For MeOnde histórias criam vida. Descubra agora