Capítulo 9

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"Seu sorriso me estremece a alma, me cativa e me sequestra."

Megumi levantou-se pela manhã cedo, sentindo que esse seria mais um dia cheio de novas decisões importantes.

Isto é, ele começaria a planejar como iria abordar Sukuna de forma romântica.

Para isso, treinou sua mente contra os seus piores medos, como aranhas, cobras, o de perder sua voz antes de um show importante e, sobretudo, Nobara de TPM. Pensou em tudo isso de modo positivo, alcançando camadas tão cheias de purpurina que seu eu do passado acharia absurdo. Mas era necessário.

Megumi não é um homem que consegue se envolver romanticamente com alguém por casualidade. Ele não consegue beijar, como a maioria das pessoas fazem ao sair numa noite de balada, sem nenhuma intenção de ganhar um namorado. Para ele, essas coisas eram impossíveis. Em seus contratos, sempre deixava claro: nada de contato íntimo que ultrapasse seus limites. A indústria do entretenimento sempre anseia por mais que um ator tem a oferecer. Megumi era um dos únicos, senão o mais puro, dos artistas que expunham uma imagem conservadora e delicada, sem nenhuma mancha. Intocável.

Para se envolver com alguém, ele precisaria convencer o próprio cérebro de que uma parte sua, pequena, indefesa e sonhadora, estava de fato carente, precisando de uma companhia. E, então, entrava na segunda parte: escolher seu parceiro ideal.

Satoru surgiu quando ele menos esperava, um mero colega de palco que o convidou para criarem a letra de uma música juntos. Por ser mais velho e mais experiente, Satoru lhe ensinou tudo que sabia, um verdadeiro exemplo a ser seguido, com exceção das falácias que soltava de vez em quando para alimentar os fetiches dos fãs na internet. Isso, Megumi não fazia, sempre sendo direto no que queria, sem ferir sua dignidade.

Enquanto Satoru criava ideias malucas e jogava combustível nas teorias inflamadas dos fãs, como a que provavelmente teria interesse no mesmo gênero, levou Megumi a questioná-lo após um ensaio. Estando ambos cansados e ofegantes, Megumi limpou o suor que escorria pelo pescoço com uma toalha, vendo Satoru beber água em sua garrafa cristalina que havia ganhado de presente de sua agente. Nobara e Utahime conversavam no refeitório do andar de baixo. A equipe de dançarinos havia dado uma pausa para comer e só voltariam em uma hora. Isso bastou para que a curiosidade de Megumi o vencesse.

— É verdade sobre aquilo? — perguntou, como quem não quer nada.

Satoru se virou, confuso.

— Preciso de mais informações, sabe?

— Sobre gostar do mesmo gênero — esclareceu. — Você... namoraria um homem?

Dito a pergunta, decidiu ficar no seu lugar, esperando não ter o magoado em nada, embora acreditasse ser uma pergunta inofensiva.

Satoru abriu um sorriso amável, os olhos mirando sua figura com um brilho difícil de decifrar. Ele estava tranquilo, sem nenhuma amarra nesse assunto, o que foi bom... Não, melhor dizendo, foi ótimo. Megumi precisava ser sincero consigo mesmo.

— Bom, a maioria das coisas que digo na internet são balela. Não leve tudo tão a sério, Megumi — disse ele em um tom meigo ao falar seu nome, caminhando até ele.

— Eu imaginei.

— Mas parece tão impossível assim a possibilidade de eu ser feliz com um alguém do mesmo gênero? — Ele perguntou, posicionando-se como um modelo que se apresenta aos examinadores de uma agência.

Satoru era o homem mais lindo que já havia visto na vida. Ele era incomparável, um verdadeiro anjo, como muitos diziam e Megumi assinava em baixo. Aos seus olhos, quando seus fãs o colocavam acima dele, algo não parecia certo.

Always Sing For MeOnde histórias criam vida. Descubra agora