Cena Extra
No silêncio profundo de seu escritório, Kusakabe assistia à televisão conectada ao canal da TV Nihon Prime com uma expressão que revelava seu descontentamento. O ambiente estava marcado pelo desconforto e pela tensão acumulada após mais uma discussão com sua esposa - a vigésima no mês, para ser exata. Agora, sentado em sua poltrona de couro, que parecia mais um trono de desilusão, Kusakabe observava com frustração o desenrolar de mais uma operação fracassada.
- Como sempre, uma verdadeira bagunça - murmurou ele, irritado com a operação de resgate que, novamente, estava se encerrando em um gosto amargo (e não era por causa do seu cigarro). - Parece que dei liberdade demais para aquela agente.
Seu colega de café, silencioso, levantou-se e dirigiu-se em direção à porta.
- Para onde você vai, Yuuji? - perguntou ele.
- Boa noite, chefe - respondeu Yuuji, sem mais palavras.
A porta se fechou com um clique suave, e o jovem policial saiu, deixando Kusakabe a sós com sua solidão.
No corredor da delegacia, o policial caminhou em passos firmes até seu escritório pessoal, adentrando a sala que mais parecia um zona do que uma área de trabalho. Havia um quadro investigativo cheio de marcações, fotografias e linhas vermelhas que se conectavam, formando um mapa complexo que só a mente de um gênio seria capaz de compreender à primeira vista.
Yuuji fechou a porta atrás de si, vasculhando a sala em busca das últimas informações que reuniu com apoio de Maki. Seu semblante fechado e a mente ágil indicavam que algo maior estava se formando. Logo, quando pegou seu caderninho de notas e releu tudo que havia escrito nele, sobretudo o relato de Ijichi Kiyotaka no hospital, ponderou os fatos com a meticulosidade de um mestre. As engrenagens se moviam e, finalmente, as peças se encaixaram.
Não restavam dúvidas.
A magnitude da operação, com trinta e cinco esquadrões mobilizados, não era um detalhe trivial. Impedimentos excessivos, rotas confusas, deduções exageradas... Dois jovens sem qualquer ligação aparente com o crime acusados, um cadáver misterioso de uma mulher em um porão, uma nova morte... Aquilo já tinha deixado de ser um simples sequestro; era um jogo de gato e rato. E ele, sem dúvidas, era o rato.
No vasto cenário do mundo, havia apenas uma pessoa capaz de colocá-lo em tal situação.
Com o smartphone em mãos, enviou uma mensagem e deixou a delegacia por volta das 4 horas da madrugada.
Yuuji dirigiu pacientemente até a praia, estacionando sua moto na orla. De longe, seus olhos captaram a figura de um homem parado à beira-mar, ainda com os sapatos sobre a areia macia, as mãos nos bolsos e uma postura relaxada.
O mar estava escuro, refletindo um limbo infinito com ondas quebrando suavemente. O céu, encoberto por nuvens espessas, parecia uma cortina cinza, sem a presença da lua.
Deixou o capacete na moto, aproximando-se com tranquilidade da figura que o esperava, pela primeira vez pontual.
- Noite movimentada, não é? - comentou Yuuji, sorrindo com a satisfação de estar novamente ao lado dele.
- Fazia um tempo que eu não via uma noite tão divertida quanto essa.
O mar rugiu mais uma vez, como um prenúncio do que estava por vir, as sombras sendo varridas pelo vento que arrastava as nuvens, revelando o luar que iluminava sua figura gêmea, coberta por tatuagens. Seu irmão mais velho se virou, os mesmos olhos o encarando com um ar de deboche.
- Há quanto tempo, Sukuna... Ou devo dizer, Yuuji? - disse, sem dar rodeios.
Sukuna abriu um sorriso maldoso, revelando uma satisfação quase infantil.
- Gostou do meu novo nome, maninho?
Yuuji ergueu o canto dos lábios, balançando a cabeça.
- Você realmente não é deste mundo, né? Então, gostou de ver a cidade inteira em caos? Aposto que se divertiu.
- Adoro ver vocês perdidos, como uma colônia em pânico quando jogamos inseticida.
- É, talvez tenha soado assim...
Eles observaram as ondas quebrando por um momento tranquilo, uma pequena paz antes da tempestade.
Yuuji respirou fundo, liberando o ar pela boca.
- Sabe... - ele começou, enquanto puxava a pistola do coldre no ombro. - Passei os últimos dias investigando intensamente e cheguei a uma conclusão. - Destravou a arma com um movimento preciso, o dedo já pousado no gatilho. - Foi difícil, quase desisti, mas então me lembrei: só existe uma pessoa no mundo melhor do que eu em brincar de caça ao tesouro.
Ele ergueu os olhos, mirando o irmão gêmeo com uma expressão séria e fria. E apontando a arma sem fraquejar, disse:
- Eu sei que foi você, Sukuna. Agora, me diga: onde escondeu Megumi Fushiguro?
×Nota da Autora:
AAAAAAAAHHHHHHHHHH
O HOMEM! UMA MAQUINAAAAAAAA, ITADORI YUUJIIIIII 🔥🔥🔥🔥O capítulo 16 está dividido em duas partes. O final está próximo!❤️🔥
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Always Sing For Me
FanfictionNem todos os idols amam o que fazem. Megumi Fushiguro, por exemplo, detesta a rotina cansativa que seu trabalho impõe, sempre atribuindo sua presença a shows exaustivos, entrevistas sonolentas e encontros com fãs que, de vez em quando, se revelam es...