Capítulo 15 (cena extra)

87 17 48
                                    

Cena Extra

No silêncio profundo de seu escritório, Kusakabe assistia à televisão conectada ao canal da TV Nihon Prime com uma expressão que revelava seu descontentamento. O ambiente estava marcado pelo desconforto e pela tensão acumulada após mais uma discussão com sua esposa - a vigésima no mês, para ser exata. Agora, sentado em sua poltrona de couro, que parecia mais um trono de desilusão, Kusakabe observava com frustração o desenrolar de mais uma operação fracassada.

- Como sempre, uma verdadeira bagunça - murmurou ele, irritado com a operação de resgate que, novamente, estava se encerrando em um gosto amargo (e não era por causa do seu cigarro). - Parece que dei liberdade demais para aquela agente.

Seu colega de café, silencioso, levantou-se e dirigiu-se em direção à porta.

- Para onde você vai, Yuuji? - perguntou ele.

- Boa noite, chefe - respondeu Yuuji, sem mais palavras.

A porta se fechou com um clique suave, e o jovem policial saiu, deixando Kusakabe a sós com sua solidão.

No corredor da delegacia, o policial caminhou em passos firmes até seu escritório pessoal, adentrando a sala que mais parecia um zona do que uma área de trabalho. Havia um quadro investigativo cheio de marcações, fotografias e linhas vermelhas que se conectavam, formando um mapa complexo que só a mente de um gênio seria capaz de compreender à primeira vista.

Yuuji fechou a porta atrás de si, vasculhando a sala em busca das últimas informações que reuniu com apoio de Maki. Seu semblante fechado e a mente ágil indicavam que algo maior estava se formando. Logo, quando pegou seu caderninho de notas e releu tudo que havia escrito nele, sobretudo o relato de Ijichi Kiyotaka no hospital, ponderou os fatos com a meticulosidade de um mestre. As engrenagens se moviam e, finalmente, as peças se encaixaram.

Não restavam dúvidas.

A magnitude da operação, com trinta e cinco esquadrões mobilizados, não era um detalhe trivial. Impedimentos excessivos, rotas confusas, deduções exageradas... Dois jovens sem qualquer ligação aparente com o crime acusados, um cadáver misterioso de uma mulher em um porão, uma nova morte... Aquilo já tinha deixado de ser um simples sequestro; era um jogo de gato e rato. E ele, sem dúvidas, era o rato.

No vasto cenário do mundo, havia apenas uma pessoa capaz de colocá-lo em tal situação.

Com o smartphone em mãos, enviou uma mensagem e deixou a delegacia por volta das 4 horas da madrugada.

Yuuji dirigiu pacientemente até a praia, estacionando sua moto na orla. De longe, seus olhos captaram a figura de um homem parado à beira-mar, ainda com os sapatos sobre a areia macia, as mãos nos bolsos e uma postura relaxada.

O mar estava escuro, refletindo um limbo infinito com ondas quebrando suavemente. O céu, encoberto por nuvens espessas, parecia uma cortina cinza, sem a presença da lua.

Deixou o capacete na moto, aproximando-se com tranquilidade da figura que o esperava, pela primeira vez pontual.

- Noite movimentada, não é? - comentou Yuuji, sorrindo com a satisfação de estar novamente ao lado dele.

- Fazia um tempo que eu não via uma noite tão divertida quanto essa.

O mar rugiu mais uma vez, como um prenúncio do que estava por vir, as sombras sendo varridas pelo vento que arrastava as nuvens, revelando o luar que iluminava sua figura gêmea, coberta por tatuagens. Seu irmão mais velho se virou, os mesmos olhos o encarando com um ar de deboche.

- Há quanto tempo, Sukuna... Ou devo dizer, Yuuji? - disse, sem dar rodeios.

Sukuna abriu um sorriso maldoso, revelando uma satisfação quase infantil.

- Gostou do meu novo nome, maninho?

Yuuji ergueu o canto dos lábios, balançando a cabeça.

- Você realmente não é deste mundo, né? Então, gostou de ver a cidade inteira em caos? Aposto que se divertiu.

- Adoro ver vocês perdidos, como uma colônia em pânico quando jogamos inseticida.

- É, talvez tenha soado assim...

Eles observaram as ondas quebrando por um momento tranquilo, uma pequena paz antes da tempestade.

Yuuji respirou fundo, liberando o ar pela boca.

- Sabe... - ele começou, enquanto puxava a pistola do coldre no ombro. - Passei os últimos dias investigando intensamente e cheguei a uma conclusão. - Destravou a arma com um movimento preciso, o dedo já pousado no gatilho. - Foi difícil, quase desisti, mas então me lembrei: só existe uma pessoa no mundo melhor do que eu em brincar de caça ao tesouro.

Ele ergueu os olhos, mirando o irmão gêmeo com uma expressão séria e fria. E apontando a arma sem fraquejar, disse:

- Eu sei que foi você, Sukuna. Agora, me diga: onde escondeu Megumi Fushiguro?

 Agora, me diga: onde escondeu Megumi Fushiguro?

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

×Nota da Autora:

AAAAAAAAHHHHHHHHHH
O HOMEM! UMA MAQUINAAAAAAAA, ITADORI YUUJIIIIII 🔥🔥🔥🔥

O capítulo 16 está dividido em duas partes. O final está próximo!❤️‍🔥


Always Sing For MeOnde histórias criam vida. Descubra agora