"Contorção."
Dois dias antes...
Yuuji estava sentado em seu escritório com uma feição que fazia todos do departamento de polícia serem incapazes de encará-lo por mais de cinco segundos. Sua fúria se derivou por ter sido realocado para outro caso, o que, por si só, já era o suficiente para fazer seu coração se transformar em uma fera faminta.
Yuuji detestava mais que tudo abandonar uma missão pela metade. Isso era algo que ele, como policial federal, devia estar acostumado a sentir, mas ele não era tão acomodado. Agora, novamente, ele se via com um objetivo diante dos olhos, mas sem as ferramentas para alcançá-lo.
Em sua vida, Yuuji nunca descumpriu uma regra. Seguia tudo à risca, mesmo sendo caçoado pela maioria de seus colegas que o chamavam de ingênuo e abusavam de seus poderes como policiais para se sujarem na corrupção que domina este mundo. Porém, Yuugi se recusava a compactuar.
Sim, ele é um idiota e seu irmão está certo para variar.
Quando pensava, podia ouvir a voz dele ecoando por sua mente naquele dia nostálgico, onde o sol pintava as árvores que bailavam com o vento, estendendo o canto das cigarras, e seu joelho ardia e sangrava depois de uma queda.
"Você acha que vai conseguir chegar lá seguindo todas as regras? Que idiota. Às vezes, Yuuji, você precisa pegar um atalho para chegar na frente do seu rival. Não tem nada de errado em ganhar."
A frustração fazia seus músculos contraírem e, estalando o pescoço, ele suspirou, estressado.
Não deveria ter ficado parado, mas o que ele poderia fazer?
— Vai ficar aí com essa cara de bunda o dia todo? — provocou Maki, entrando sem cerimônia em sua sala.
— Estou de mãos atadas, não posso fazer nada.
— Então somos dois. Também fui realocada.
— Kage no Kiba?
— Sim. Esses desgraçados decidiram voltar a agir justo quando eu ia tirar férias com a minha namorada. Agora perdi as férias e a namorada.
— Você terminou com a Fumi? — Yuuji perguntou.
— Não. Era a outra.
— Yumeko?
— A Sakura.
— Quem é essa?
Maki bufou, afundando-se na cadeira à frente e apoiando os pés sujos na mesa dele.
Francamente, como aquela mulher sem o menor traço de educação podia ser considerada atraente pelos cadetes? Yuuji simplesmente não entendia. Era como se sentir atraído por um brutamontes — só que com vagina.
— De qualquer forma, o que você está fazendo aqui? — ele perguntou.
— Vim avisar que o Kazumi foi solto.
— Disso eu já sei.
— Não, você não sabe — Maki interrompeu, jogando um saco com cocaína em sua mesa. — Sabe o que é isso?
— Leite em pó? — retrucou, irônico.
— Trabalho extra do Kazumi — esclareceu. — Coincidentemente ou não, descobri no último caso um sujeito que o conhecia. Ele estava furioso com a reviravolta. — disse, enquanto limpava a sujeira da unha. — Isso significa...
— ... Que não é da nossa conta.
Maki assoprou a sujeira e voltou os olhos negros para ele.
— Vai mesmo morrer na praia?!
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Always Sing For Me
Fiksi PenggemarNem todos os idols amam o que fazem. Megumi Fushiguro, por exemplo, detesta a rotina cansativa que seu trabalho impõe, sempre atribuindo sua presença a shows exaustivos, entrevistas sonolentas e encontros com fãs que, de vez em quando, se revelam es...