Capítulo 7

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"A luz se foi e a escuridão me abraçou. Mas, por algum motivo, me sinto em casa."

— Sim, já estou entrando no prédio. Aguarde só mais um momento, por favor — disse Nobara ao celular, correndo para dentro do elevador.

A gente pessoal de Megumi Fushiguro não havia descansado nada nas últimas semanas, dedicando-se ao máximo em dar atenção à mídia e às investigações do sequestro, além de toda noite passear com os cachorros, Shiro e Kuro, que haviam se mudado para seu minúsculo apartamento.

Nobara estava de pé graças aos energéticos, suplementos e café. Muito café. Ela tinha duas bolsas escuras abaixo de seus olhos, e todo conhecimento de moda foi por água abaixo quando decidiu ligar o dane-se para sua aparência, focando somente em encontrar seu melhor amigo, e, sobretudo, manter sua carreira de idol intacta, apesar de tudo.

Nobara, mais do que nunca, trabalhava sem parar, dormindo exatas três a quatro horas por dia desde o dia em que Megumi Fushiguro fora sequestrado. Às vezes, ela apagava à mesa, repleta de informações que reunia. Outras, em um banco da praça, com as guias de Shiro e Kuro ainda em sua mão. E, em todas essas situações, outro alguém (ou cão) lhe despertava, mostrando preocupação com seu estado lastimável.

Nobara subiu até o décimo segundo andar, onde ficava a Sala de Reuniões Restrita. Era um espaço de tamanho médio, nada confortável, com paredes opacas e uma planta falsa para gerar acolhimento, mas que, francamente, não servia para nada. Quando adentrou o ambiente, Nanami já estava à sua espera, junto de Satoru Gojo, um policial jovem de quepe e o Chefe da Divisão, Kusakabe, alinhado com a investigação minuciosa desde que a agência de Megumi lhe pagou o triplo para que encontrasse seu idol precioso, o que não era surpresa para ninguém que a força de polícia inteira se movimentasse em busca de encontrar uma pessoa que arrecadava bilhões por ano e fazia mover a bolsa de valores do país.

— Obrigada pela paciência — disse Nobara ao fechar a porta, sem dar as costas.

Ela jogou sobre a mesa toda a papelada que tinha trazido, desde prints privados que poderiam indicar alguma direção a relatos que os fãs de Megumi haviam reunido nos últimos dias para ajudá-los a encontrá-lo.

— Eita... É muita coisa — comentou o policial mais jovem sentado em frente à mesa, surpreendido.

— Tudo que for necessário.

— Bom, vamos investigar tudo isso, mas lhe pedimos para vir aqui por outro motivo — falou Kusakabe de pé no canto da sala, jogando fora uma bituca de cigarro. — Temos, finalmente, a identidade dos suspeitos pelo sequestro.

— Temos?! — Nobara arregalou os olhos, esperançosa. — O que estamos esperando? Vamos prendê-los logo!

— Espera ele terminar — interveio Satoru, unindo as pontas dos dedos das mãos com uma expressão séria.

Nobara não se deu ao trabalho de questionar o porquê de Satoru estar ali. Visto como era um noivo muito preocupado, Utahime certamente mexeu uns pauzinhos para deixá-lo par a par com os movimentos da polícia.

— Não confere — revelou Kusakabe, com um tom de preocupação na voz. — As identidades são de dois jovens. Koki Kurosawa, vinte e um ano, é um estudante universitário de medicina na Universidade de Tóquio, em Bunkyo. O outro é Kazumi Araki, vinte e três anos, descrito como um delinquente comum que fugiu de casa no colegial. Já detivemos Koki para interrogatório; estamos agora em busca de Kazumi.

— O que isso quer dizer?

— Quer dizer que não faz sentido — explicou o policial mais jovem. — Veja bem, os crimes mais comuns em Tóquio geralmente têm três motivações principais: necessidade, raiva ou rancor. Quando alguém carece de algo, acaba roubando; quando alguém é agredido, revida; e quando alguém é ferido, seja fisicamente ou emocionalmente, busca vingança. No entanto, esses jovens não se enquadram nessas categorias.

Always Sing For MeOnde histórias criam vida. Descubra agora