07 | Sara

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Sara's pov

— Entre! — cedi às batidas na porta.

Peguei o celular que estava ao meu lado na cama e vi a hora, 08:11.

— Bom dia senhorita Sara — disse Celeste uma das empregadas.

— Por que está me acordando essa hora, hein? — resmunguei. — Esqueceu que estou de férias?

— O senhor Alexandre pediu para acordar você e informar que tem uma surpresa esperando na sala de estar.

— Sabe o que é? — perguntei sem muita empolgação.

— O seu pai disse que não era para falar.

Arqueei a sobrancelha esquerda.
— Ok pode ir, estou descendo.

Levantei-me da cama e saí do quarto, ainda de touca no cabelo e pijama. Antes de terminar de descer as escadas, já conseguia ouvir meu pai conversando com alguém. A voz era feminina e familiar. Parei por um segundo, tentando reconhecer a outra voz além da dele.

—  Essa não — cochichei.

Depois de alguns segundos encarando a realidade de como podem ser desagradáveis os próximos dias, sorri abertamente e terminei de descer as escadas.

— Sara minha neta querida.

— Avó que surpresa.

Luísa Hernández, a minha avó. Não é que eu não goste dela, mas ela quer tudo do jeito tradicional dela.

— Eu não sabia que viria — falei dando um leve abraço.

— Ninguém sabia, quis fazer uma agradável surpresa — respondeu.

Balancei a cabeça num gesto de confirmação.
— Sim é uma surpresa agradável.

Eu não a via desde o verão de 2021, quando fui praticamente obrigada a ir para a Suíça porque ela queria que eu participasse de um dos seus eventos beneficentes.

— Mãe agora preciso ir trabalhar, mas voltarei cedo para passar o dia com vocês — disse o meu pai ajeitando a gravata.

— Claro pode ir trabalhar à vontade que ficarei na companhia da Sara e da minha querida nora. Falando na Mariana onde ela está?

— Mamãe comentou comigo ontem que iria para o supermercado logo cedo - respondi.

— Não tem criados que cuidem dessas tarefas? - perguntou a minha avó direcionando o olhar para Celeste que puxava as malas.

— A Mariana gosta de fazer essas coisas pessoalmente — explicou o meu pai.

— Muito bem meu querido, vá trabalhar com Deus, assim como o seu pai fazia. Ele laborava incansavelmente, e graças ao esforço dele e ao trabalho exemplar que você continua a realizar após a sua partida o império Hernández permanece majestoso.

Meu pai deu um sorriso e se retirou.

— Termine de guardar as minhas malas e prepare-me um banho — ordenou a minha avó a Celeste que continuava a levar as malas.

Pela quantidade de malas, parece que ficará um ano aqui.

— Agora vou tomar um banho e descansar. Mais tarde você me fala as novidades.

— Está bem — respondi presumindo o tipo de novidade que ela vai querer saber. A minha participação em eventos sociais? O meu apoio a causas sociais? Atividades de caridade que tenho feito? Sobre as aulas de etiqueta? Desde a minha viagem à Suíça não me envolvi em nada disso, mas é o que ela provavelmente gostaria de ouvir.

O Melhor e Pior VerãoOnde histórias criam vida. Descubra agora