10 | Théo

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Théo's pov  


Acho que está tudo pronto. Fechei a pequena mala e coloquei a mochila nas costas.

— Theo só falta você... filho? — minha mãe gritou do andar de baixo.

— Já estou indo.

Antes de eu fechar a porta atrás de mim, virei e olhei cada centímetro do meu quarto. E como sempre, no fundo esquerdo, a cabeceira estava lá. Soltei o cabo da mala e dei passos até a cabeceira, peguei meu diário dos desejos e a câmara fotográfica e o carregador — provavelmente terei que carregá-la todos os dias. Quero registrar cada momento deste verão. Passei o cordão da câmara pelo pescoço.

— FILHO.

— Estou a descer.

As rodinhas da mala produziam uma melodia suave enquanto eu a arrastava.

— Finalmente — disse Diego me vendo da janela enquanto eu colocava a mala no porta-malas do carro.

O motor do carro rugiu enquanto eu me sentava no banco de trás com a Sara.

— A câmara — admirou minha mãe vendo a câmara fotográfica no meu pescoço.

Passei a mão na câmara levemente, acariciando-a.

— É, eu decidi levá-la.

O caminho para a casa de Sintra começou, e meu olhar foi para fora do carro. Esta viagem está parecendo um sonho, porque eu não posso acreditar em duas coisas.

A primeira é que estamos a viajar para a casa de verão sem o meu pai, isso parece tão irrealista.

A segunda é que ele estará lá. Eu gosto de ficar perto dele, acho que é assim que grandes amizades surgem.

Puxei uma mecha do cabelo da Sara.

— Ei... o que tanto faz nesse celular? — perguntei.

— Estou a pesquisar por salões chiques em Sintra — falou virando a tela do celular para mim. — Eu não vou ficar quase 3 meses sem ir ao salão.

— Você se preocupa demais com isso Sara — disse David no banco da frente.

Minha mãe tirou a atenção do volante e olhou para trás.

— Deixa ela, é a época dela de se preocupar com isso — deu razão à Sara e, em seguida, fixou o olhar na estrada.

Sara ergueu o dedo do meio para David, e ele devolveu o ato. Como sempre, eu me pus a rir da situação.

...

Já estamos há duas horas na estrada. Abro um sorriso quando avisto a praia. Abaixo o vidro do carro por completo e coloco a minha mão para fora. A brisa bate forte contra a minha pele, e dava para sentir o cheiro da água salgada invadindo as minhas narinas. Sinto-me livre. Fechei os olhos e deixei o sol queimar a minha pele.

— A gente já chegou? — perguntou Sara.

— Não — falei me recompondo no carro, mas ainda com os olhos no mar.

Ela ergueu a sobrancelha.

— Mas aqui não é Sintra?

— É — concordei. — Mas a casa de verão fica numa zona mais isolada, um pouco longe daqui.

— Será que é o que eu estou a pensar? — Supôs. Fiz uma careta demonstrando dúvida. — Tipo no meio do nada?

Balancei a cabeça.

O Melhor e Pior VerãoOnde histórias criam vida. Descubra agora