08 - Non ci sono amici, solo interessi.

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08 - Não há amigos, apenas interesses.

10 ANOS ANTES

VALENTINA

Combino de encontrar Carlos daqui a uma hora, pois ainda preciso passar em casa para tomar um banho. Fico preocupada, ele parecia muito aflito ao telefone. Normalmente Carlos é um grande cúmplice, acobertando meus encontros com Antonio. Ele sempre nos apoiou, mas nunca deixou de dar conselhos visando colocar juízo em nossa cabeça. Imagino como seria se ele soubesse da gravidez, provavelmente iria querer nos matar. Nos últimos tempos ele vem me dando muitos conselhos para ir para o exterior, cursar algo novo, buscar novas experiências. Ele sabe que eu respiro o Antonio, não conseguiria partir e o deixar para trás. Não vejo mais uma vida em que ele não exista. Sempre tive muitos sonhos, mas agora já não tem a mesma força. Acho que amar é isso, deixar de lado nossos planos, para criar novos planos juntos. Eu sinto que Antonio deixaria os negócios estranhos da família, para construirmos algo novo. Já tivemos algumas conversas nesse sentido, mesmo que nenhuma muito concreta. Mas ele me ama, nada seria mais forte que isso.

Depois de passar em casa, e me recompor, saio para ir ao encontro de Carlos. Já no carro antes de sair, ligo novamente para definir o local, e ele me passa um endereço próximo a mansão dos Ferrara. Eu só espero que não seja nada de mais, já tive muita emoção por hoje. Chego bem rápido, pois estava ansiosa e devo ter apertado um pouco demais o acelerador. O endereço fica em uma grande fazenda, com vários galpões grandes de metal, e ao fundo um grande casarão. Aonde Carlos foi me colocar? Vou me aproximando lentamente com o carro, para ver se o avisto. Meu telefone toca, e é ele.

- Sim, Carlos. Já estou aqui.
- Sim, estou lhe vendo signorina. Venha até o casarão, aqui ao fundo.
- Tá bem. — e desligo.

Vou até os fundos, avisto Carlos e estaciono ao seu lado.

- Que lugar estranho, Carlos. Espero que você não esteja planejando me matar e desovar meu corpo aqui. — falo rindo e apontando para o matagal que há logo após o grande casarão.
- Desculpe te ligar assim menina Valentina, mas não havia outra forma de fazer isso. — diz com o semblante sério.
- Isso o que? Agora estou preocupada de verdade.
- Eu preciso que você veja algo, acho que é a única forma de você entender. — diz e quase vai andando, mas o chamo de volta.
- Não, espera aí. Me diga o que eu preciso ver. — meu coração está saindo pela boca.
- Olha ali atrás de você, no estacionamento. — me viro mas não entendo, existem vários carros estacionados.
- Vários carros, e daí?
- Você não reconhece o primeiro?

Era o carro favorito de Antonio, será que era ele mesmo? Não pode ser, pois ele está fora da cidade em um evento de família.

- Alguém anda saindo com o carro de Antonio? Ele não vai gostar nada disso, você sabe que ele tem imenso apego com esse.
- Valentina, ele está lá dentro. — Carlos parece triste e abatido.
- Não tem como Carlos, ele está fora da cidade hoje.
- Então vem comigo.
- O que tem lá dentro? — o pânico agora começa a me dominar.

Por que Antonio mentiria que estava fora da cidade? Essa fazendo não fica nem a 10 minutos da sua casa. Ele disse que não poderíamos nos ver até segunda, por que o evento seria muito longe e ele mal teria sinal de celular. Ele saiu hoje pela manhã, e não nos falamos ainda.

- Menina, você já esta na idade de entender as consequências que suas decisões trazem. Eu venho tentando te alertar, mas vejo que já está indo longe demais. Hoje será a cerimônia de inicialização para o futuro capo. A partir de hoje Antonio terá obrigações e deveres com a Famiglia. Se você continuar se anulando para orbitar em sua volta, será apenas segundo plano em sua vida.
- Antonio disse que não quer seguir nessa vida, já conversamos sobre fugir. — digo com segurança.
- Ele não parece pensar dessa forma. — agora Carlos parece apreensivo, angustiado.
- Você não o conhece como eu. — falo com convicção.
- Então vamos lá, hoje será um dia muito importante para o futuro capo.
- Como assim? Você tá me assustando Carlos.
- Vem comigo, menina. E faça silêncio para não sermos descobertos.

A DAMA DA MAFIAOnde histórias criam vida. Descubra agora