15 - Fidati solo di chi ha paura di te.

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15 - Confie apenas em quem tem medo de você.

VALENTINA

Música alta, feixes de luzes, batom borrado, olhos pretos, perfume caro, bebida forte, ectasy e cigarro. Era tudo o que eu conseguia pensar... os detalhes... quem se importa com essa porra. Eu não me importo com nada. Não consigo focar em nada. Abro mais um chiclete, compro mais um cocktail. Muito calor... preciso tomar um ar. Onde fica a saída? Deve ser naquela luz la no final do corredor. Hum... não, é o banheiro.

- Você ta sozinha? — grita uma voz atrás de mim.
- Sim! Eu me divirto bem mais sozinha! — respondo sem dar muita atenção. Quero respirar...

Mais uma luz, vou tentar essa... ups uma escada...

- Acesso vip, pode me mostrar sua pulseira? — pergunta um homem grande e de terno. Eu me ajeito e tiro o cabelo do rosto, afim de que seja reconhecida. — Signorina Marino, pode entrar. — e então abre a fita para mim.
- Muito obrigada... hum... — olho para a placa em seu terno — Gustavo... muito obrigada, Gustavo. — e do um largo sorriso.

Ele fica sem jeito, e me deixa passar. Não era bem aqui que eu queria vir, mas é suficiente por enquanto. Há uma enorme varanda aos fundos do backstage, e eu me guio até a área de fumantes.

- Queria um ar, e ja ta acendendo um cigarro... — digo a mim mesma, e rio da minha desgraça.
- Pode me emprestar o isqueiro? — uma voz grossa e rouca ao meu lado.

Me viro lentamente, enquanto sinto tudo girar, e olho para o estranho ao meu lado. Uau, que italiano lindo!

- Que sorte vivermos na Italia... — digo sem conexão nenhuma.
- Também acho, mas por que isso? — abre um sorriso, e sinto um arrepio pelo meu corpo.
- Os italianos são os melhores... — digo com sinceridade e entrego meu isqueiro.

Ele da um sorriso de canto, e acende o seu cigarro. Hum... tem um cheiro diferente esse... então ele me passa.

- Fuma comigo? — me entrega o isqueiro e oferece seu cigarro duvidoso... penso que provavelmente deve ter feito parte de alguma negociação do meu próprio pai... esse pensamento me faz rir.

Eu aceito, e ficamos um tempo em silêncio. De repente eu me sinto ainda mais tonta, e é como se tivesse substituído um efeito pelo outro. Estranhamente também me sinto um pouco mais sóbria... ou deve ser tudo uma grande viagem.

- Quer sair daqui? — pergunto sem pensar direito.
- Com você? Claro! — ele responde e sorri.
- Então vem comigo... — eu o pego pela mão e começo a andar para fora da área vip.

Quando estou descendo as escadas, um homem grande e com um terno muito mais refinado que o antigo segurança, para em minha frente. Eu só o percebo, quando bato com a cara em seu peito. Tento me recompor, e olho para cima.

- Uh, não! — me assusto. É Carlos... — Que saco...
- A festa acabou. — diz tentando me segurar pelo braço.

O homem atrás de mim tenta me defender, mas então um outro homem aparece e mostra uma foto a ele no celular.

- Ela é a noiva do Il Leone... fica longe irmão. — o homem diz ao meu pretendente.
- Eu não sabia... — responde aflito... uff um covarde.

Depois de perceber que ele é um frouxo, meu tesão por ele se dissipa. Volto o pouco foco que me resta ao meu querido guarda costas.

- Eu sou uma mulher adulta, e livre. Você vai sair da minha frente, e eu vou continuar a minha diversão. Ok? — digo segura, e tento desviar de Carlos.

Quando estou passando pelo seu lado, um susto congela todo o meu corpo.

- Olha só, o diabo veio pessoalmente me buscar. — zombo, mas ele continua em silêncio. Seus olhos expressam medo e raiva... era exatamente o que eu queria...

A DAMA DA MAFIA - Vol. IOnde histórias criam vida. Descubra agora