A DAMA DA MAFIA - Vol. I

27 - La fiducia si guadagna goccia a goccia, e si perde a secchiate.

27 - A confiança se ganha gota a gota, e se perde em baldes.

ANTONIO

Por enquanto estamos adiantados com as câmeras, Lorenzzo já analisou todos que tiveram acesso ao meu pai. Mas não tem nada suspeito por enquanto. Além do Sr. Ângelo, seu consiegle e pai de Lorenzzo, Sra Beth e o Paolo foram os que mais estiveram com ele nesses últimos dias. Mas não seria pra menos, visto que um é seu motorista particular, e a outra é a Governanta que segue todas as suas ordens. Vamos deixar essa parte de lado por enquanto, pois agora estamos tentando entender também o que o hacker teria vindo fazer. Presumimos que ele colocou escutas, e câmeras por todo o lado. Ainda bem que ele não chegou a alterar nenhuma das nossas. Por sorte, o pegamos antes de chegar próximo a central. Comprei um detector dessas bugigangas de espião, e com a ajuda de Carlos, conseguimos encontrar mais de 20, e já destruímos todos. Carlos está guiando uma equipe de buscas para encontrar aquele maldito sem uma mão. Já faz quase 2 semanas desde que ele fugiu, já não espero o encontrar com vida mais. Apenas quero ter certeza que ele não me trará problemas. Ele viu demais, e quero que isso fique apenas com ele. Independente do que eu tenha que fazer. Não ligo.

Mais dias se passam, e mais informações vão aparecendo. O assunto da semana foi o meu querido meio irmão, já consegui encontrar muito sobre ele. Ele nasceu na Itália, aqui mesmo no sul. No hospital de Salerno, o mesmo que recebi as informações sobre a Valentina. Então já da pra imaginar o quanto foi fácil conseguir tudo. Nosso especialista não encontrou um vestígio sequer no computador do meu pai. Somente aqueles malditos emails sem remetente, que ameaçam a sua vida. Mas um detalhe foi o que mais me intrigou. A criança nasceu 1 mês depois da morte da minha mãe. Tento lembrar daquele dia com mais clareza, mesmo que meu cérebro tenha feito por anos o sentido inverso. O de esquecer. Mas agora isso é extremamente importante, provavelmente a coisa mais concreta que vou conseguir ter sobre aquele dia. O assassino da minha mãe não teria como estar grávida de 8 meses. Seria uma coisa óbvia em minhas lembranças, e eu lembro de uma silhueta média. Me parecia mais como a silhueta de um homem. Alguém que fez isso em seu lugar, com certeza. Mas quem? Quem teria oportunidade, e motivação? Quem conseguiria ter acesso ao filho pequeno e a esposa do Capo? Como meu pai não suspeitou na época? Provavelmente o traidor deve estar connosco desde aquela época. Pode ser o mesmo maldito que está facilitando as coisas agora. Será que alguma funcionária se envolveu com o meu pai? Só de imaginar que ele teria coragem em trair a minha mãe, fico enjoado. Ele parecia que idolatrava ela, isso não faz o seu tipo. Ou eu que não vejo o meu pai, como ele é de verdade. Criei um super herói na minha cabeça, e não quis ver a realidade. Talvez o melhor agora seja tentar descobrir quem teria tido um caso com o meu pai. Ah, meu Deus! Teria sido tão mais fácil apenas perguntar ao meu velho. Mais uma semana se passou, e ele continua em coma. Tenho ido o visitar todos os dias, e o que mais me dói, é que a sua aparência parece de alguém dormindo relaxado. Isso está tão estranho, que eu estou enlouquecendo sem resolver tudo de uma vez. Me afundo no meu escritório, para evitar pensar na vida.

Por falar em vida... ainda sinto tanto a falta daquela mulher, cada maldito segundo dessa minha mísera existência. Eu me odeio por a ter deixado ir, mas também sei que de nada adiantaria a trazer arrastada de novo. O que eu inventaria dessa vez para a fazer ficar? Ela já entendeu a muito tempo, que nosso casamento não passava de um acordo entre senhores no fim da vida, que desistiram de procurar pretendentes, e resolveram juntar seus filhos. Nada tinha a ver com a guerra, como tentaram nos fazer acreditar naquela maldita reunião. Claro que eu achei a ideia maravilhosa, Valentina acreditou tão fácil. Mas como eu poderia perder a oportunidade de me aproximar dela de novo? Mesmo que eu nunca queira admitir, eu a desejo sempre por perto. Com amor, ou com ódio. Não me importa. Mesmo que ela estivesse aqui planejando me matar, ao menos ela estava... aqui. Nenhum notícia dela chegou até mim, e meu maior medo é que ela tenha ido ao encontro daquele maldito. Eles tem um filho juntos, faria todo sentido que ela fosse ficar com ele. Mesmo que essa ideia me cause um incômodo por todo o meu corpo, eu preciso entender que ela escolheu assim. E eu deveria agradecer... qual é? Eu teria aceitado cuidar do bastardo, se ela assim pedisse. Seria uma desonra a mim, mas eu faria. Sem pensar duas vezes. Mesmo que o moleque seja a cara do pai, eu ainda o acolheria como meu. Isso tudo é como eu me sinto em relação a ela. Ah se eu tivesse sido mais maduro no passado, teria ido atrás dela. Mas ai vem o medo do que ela poderia passar ao meu lado. Do que adiantou eu tentar proteger ela? O inimigo aproveitou a minha ausência. Ela nunca esteve segura, de forma alguma.