Viver em uma realidade diferente da sua é completamente estranho, desde que Jennie me trouxe para morar com ela e contou sobre a origem de sua imensa fortuna, coisas inexplicáveis vem acontecendo conosco.
Obviamente não tem nada haver com isso, mas sim com a conversa que tivemos naquele dia, mesmo com o clima tenso em relação a descoberta por trás daquele machucado e de todos os outros assuntos, o que mais me chamou atenção esses dias foi aquela maldita aproximação. Infelizmente ou felizmente não havia sido a única, pois por algum motivo sempre que estamos juntas aquilo acontece, a Jennie sempre fica perdida em seus pensamentos e de maneira inconsciente acabo aproveitando para observar seus detalhes, ultimamente isso tem acontecido com muita frequência e sinto que estou a admirando mais do que deveria.
Ao ponto de querer beijá-la.
No dia que tivemos aquela discussão em relação ao cigarro, já sentia que era errado, o pensamento de Jennie e eu é extremamente horrendo, o fato daquela mulher ter me visto crescer de certo modo me deixava péssima, pois não deveria sentir saudades de uma sensação que eu nunca nem senti, como se beijá-la pudesse resolver todos os meus problemas.
Tão sujo.
Tão errado…
Sei que estava me importando muito com tudo isso, tinha medo obviamente, não podia desejá-la daquela forma, mas aqui estou eu, abandonando todas minhas medidas de segurança para desejar uma mulher mais velha extremamente sexy, com um raro sorriso que toda vez que aparece é capaz de rasgar meu coração. Eu almejava pular na sensação de desejá-la ao ponto de querer ter aquela morena só pra mim. Talvez os incentivos que Cleo me deu na noite anterior tenham sido demais para meu cérebro raciocinar com clareza, se eu não tivesse bebido, com certeza aquilo jamais teria acontecido.
FLASHBACK (ON)
Estava a horas andando de um lado para o outro em meus aposentos, o cômodo parecia ter ficado pequeno para mim ou talvez houvesse muita ansiedade acumulada naquele momento me fazendo sentir aquelas coisas, na verdade eu jamais saberia dizer ao certo. Não faço ideia de como poderia dizer aquilo para Jennie, mas tenho certeza que se estivesse sóbria preferia morrer do que abrir o bico e dizer a verdade.
Porra, Cleo.
Beber demais estava me fazendo desejar alguém que eu jamais poderia ter, a maior perdição que venho tenho todas essas semanas, Jennie Kim.
Bufei impaciente caminhando em direção a saída do quarto, seguindo pelo corredor a passos largos decidida a tirar algo bom hoje a noite, estava um pouco alterada graças à grande quantidade de álcool pairando em meu sangue, mas seria ele que me ajudaria a passar pelos muros que eu mesma criei.
Se foi sorte ou azar eu não sei, mas naquele momento nenhuma das duas palavras poderiam se adequar aquela situação. A porta da biblioteca estava semiaberta e isso indicava que a proprietária da casa permanecia lá dentro, desde o momento em que comecei a frequentar esse lugar não faço ideia do que a coreana faz, se ela ler alguma coisa ou apenas fica parada observando os livros nas estantes. Jennie não gosta de ser incomodada, Bruce me disse que a morena fica sozinha por horas naquela sala sempre que está em casa e por isso todos evitam se aproximar daquela porta, mas mesmo sabendo disso, aqui estou eu, ignorando todos os avisos do mais velho e invadindo o cômodo como se nada tivesse acontecido. Graças a Deus não precisei fazer esforço para encontrá-la, a mulher estava sentada no meio da biblioteca, em sua mesa havia um notebook rodeado de desenhos, figuras trajando vestidos, saias e ternos. Estava bebada e isso era um fato, mas ainda assim conseguia perceber que havia algo errado, Jennie sempre sabe quando estou no mesmo cômodo que ela sem ao menos ter me visto, ela sempre sabia de tudo e estava um passo à frente a todo momento. A falta de sua voz serena me chamando fez meu corpo entrar em estado de alerta, como se algo muito ruim estivesse acontecendo naquela sala, mas ainda assim… não seria isso que iria me impedir de ter o que eu tanto queria. Ignorei a sensação ruim e fitei o livro que cobria o rosto da mulher, o título era comum e se assemelhava mais com uma… bíblia? Franzi o cenho surpresa com a descoberta, Ruby não parecia ser uma pessoa religiosa, nunca ouvi o nome de Deus sendo pronunciado por ela e isso só deixa as coisas cada vez mais confusas. Em um ato mal pensado, levei minha destra em direção ao objeto que cobria o rosto da mulher, mas antes mesmo que meus dedos chegassem a tocar a capa do livro, Jennie agarrou meu pulso com força. O objeto caiu no chão e assim que os olhos felinos da mais velha fitaram os meus tive um delírio assustador, Ruby estava com os olhos totalmente negros e isso me fez puxar o braço de imediato. Meu coração estava acelerado, o peito subia e descia enquanto meus olhos permaneciam fechados graças ao medo existente em meu corpo, aquilo sem dúvidas não era real, decidida a olhar novamente, respirei fundo logo observando as orbes da menor em sua coloração natural. Pisquei diversas vezes buscando entender o que havia acontecido, a mulher bocejava longamente levando a destra até a testa massageando o local, seu cenho franzido indicava um certo desconforto e isso foi o suficiente para afastar qualquer paranoia que estava prestes a surgir naquele momento.
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The Guardian - Jenlisa (G!P)
FanfictionEssa é a história em que um anjo da morte se apaixona por uma humana e quebra todas as regras na intenção de mudar o destino da garota que é tudo que ela mais odeia, a morte. °°° Lalisa G!P